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Mostrando postagens de outubro, 2011

Luiz Inácio Lula da Silva e nós

     O ser humano não tem mais solução. Teimo em não acreditar nesta frase, mas os fatos me levam a crer que não temos solução mesmo.      Neste final de semana surgiu a notícia de que o ex-presidente Lula está com câncer na laringe. Esta notícia por si só nos faz pensar em nossas limitações. Nestes momentos sentimos que somos finitos e que nada importa mais do que a vida. Mas diante desta notícia avassaladora surgiram cometários dos mais nojentos. Nas notícias sobre a doença do ex-presidente os leitores teceram comentários, ou melhor, mostraram suas verdadeiras faces. Ao ler algumas opiniões senti asco. Li entre tantas opiniões que o ex-presidente "estava colhendo o que plantou", "que era bem feito para ele" ou então "agora ele iria sofrer um pouco".      Não enveredo para a analise das ações do Lula, se ele foi ou não um bom presidente, se compactou ou não com a corrupção, se retirou ou não uma grande parcela da população da miséria ou se o Brasil cres

Liberdade de Expressão

     Liberdade de expressão é uma das maiores conquistas do ser humano. Ponto. Entretanto, não é ponto final.      Li estarrecido que um casal colocou o nome de um de seus filhos Adolf Hitler e uma filha recebeu o nome Joycelyn Aryan Nation -  Pais que deram a filhos nomes de "Adolf Hitler" e "Raça Ariana" lutam pela guarda das crianças .  Os pais escolheram o nome de seus filhos livremente e alegam não desejarem fazer nenhuma apologia ou induzirem seus filhos a serem matadores ou racistas. Eles escolheram livremente o nome dos seus filhos e dizem que o Estado está intervindo em sua vida privada. Gritam a todos os lados que  "Aqui é a América, onde dizem que é livre e você tem o direito de chamar seu filho como quiser".  Será este um dos limites da liberdade?      Qual é o limite da liberdade. Se é que existe este limitador. Anos atrás vivemos um episódio com uma editora que publicava livros contestando o Holocausto. Senão me engano o nome desta Editora

Os conflitos de Lucas

     - Hoje você me disse que tudo estava acabado. Mas estamos aqui neste motel.      - Não retiro o que te disse. Estar aqui é mais uma prova que o nosso amor acabou e que o único lugar onde ele ainda pulsa é aqui. O que é uma pena.      - Mas ainda tem um lugar onde somos felizes.      - Tu acha que felicidade é isso que vivemos? Se tu acha que isto aqui é felicidade, tenho que te dizer que você nunca foi feliz...      - Eu aqui nos teus braços sou a mulher mais feliz deste mundo e isto é felicidade para mim.      - Pois eu queria algo mais.      - Lucas, tu é o primeiro homem que me diz isso, talvez por isso você seja tão especial.      - Não sou especial, apenas quero ser feliz e formar uma família. Só isso, será que é pedir demais?      - Com certeza para uma mulher como eu é pedir demais... Nem meu nome tu sabe. Só meu nome de guerra.      - Como assim, tu não se chama Sharon?      - Claro que não. Meu nome é comum e não combina com o que faço.      - Então se revele,

Um amor démodé

     - Eu só gostaria de viver novamente um amor  démodé !      Com esta frase Leonel encerrou sua palestra. Todos os presentes ficaram em silêncio, talvez abalados por tudo que ouviram naquela tarde-noite. Leonel tinha consciência do que falava em suas palestras. Mas aquela plateia reagiu de forma absolutamente diferente. Aquele silêncio tocava fundo no peito de Leonel. Ainda mais naquele período da sua vida, no qual estava em meio a um doloroso processo de separação do seu grande e único amor.      Como falar de amor no momento, estando passando pelo que estava passando? Não sabia, mas estava tateando... Só sabia que tinha que tentar.      Mas aquela reação da plateia estava machucando as poucas forças que mantinham Leonel de pé. Quando levantou os olhos em direção da plateia descobriu o porquê daquele silêncio. Todos os presentes choravam.      Leonel iria se retirando, mas parou para observar a plateia. Muitos pegavam seus celulares e, mesmo chorando, faziam ligações. Outros se

Os emergentes e seus problemas

    Uma história muito legal enviada pelo leitor Márcio Róm e com um final um tanto surpreendente. Não sei de qual cidade vem esta contribuição pois não foi mencionada. Mas gostei muito da história. Gostei mesmo. Por isso a publico aqui no LedVenture. Neste momento cabe uma explicação, porquanto tenho um leitor(a) que questiona a publicação de contribuições dos  leitores do blog. Explico que este é um espaço onde todos e todas podem fazer parte. Sou aberto a qualquer contribuição que se encaixe na proposta do blog, ou seja, entreter e fazer pensar. Caro Anônimo(a) não leve a mal, apenas leia o texto e se gostar  comente. Eu gostei muito. Boa leitura a todos e todas... Valeu Márcio Róm pela contribuição. Por Márcio Róm      - Não pode! Roberto tu é igual aos teus amigos emergentes.      - Por quê?      - Dá uma olhada na tua página do Facebook. Até o teu peido tu menciona no Facebook. Te liga.      - Meus amigos fazem o mesmo.      - Isso não quer dizer nada. Os teus amigos sã

Somos 99%

     Somos uma parcela significativa de qualquer sociedade. Somos os 99%. Apesar de sermos a imensa maioria, ainda assim somos excluídos de quase tudo. Somos chamados somente quando os detentores das riquezas, os outros 1%, precisam de nossos sacrifícios.      Como é possível que uma sociedade, com alicerces tão frágeis, fique de pé por tanto tempo? Não tenho a resposta. Entretanto, sinto que algo está mudando e muito rapidamente. Esta sociedade injusta já não está mais tão firme e começa a ser questionada. Nos últimos meses estamos acompanhando vários movimentos sociais espraidos pelo mundo. É a voz dos 99% se fazendo ouvir. Estamos cansados de sacrifícios intermináveis. E sempre dos mesmos para os mesmos. Nunca são chamados os detentores da riqueza. Um porcento da população nunca se sacrifica, mas quando aparece alguma dificuldade, criada pela ganância deles, colocam de lado suas convicções e imploram ajuda dos governos. Estes governos que sempre foram chamados de ineficientes ou

Digressões...

     Sons da rua invadem minha escrita. Carros passando, um avião sobrevoando o bairro, uma moto acelerando desmesuradamente. A serralheria que coincidentemente leva o nome da minha esposa produz sons sem sentido. Tudo a minha volta pulsa através dos sons. Me concentro para escrever e surge o som de um passarinho. Dentro desta sinfonia de sons o passarinho é o solista. Imagino este pássaro se postando, observando o entorno e entrando na "música" justamente no compasso certo...      Somos um pouco deste pássaro. Vivemos uma loucura diária, mas queremos de toda forma sermos protagonistas de nossas vidas, desejamos influenciar este mundo que nos cerca. Nem sempre conseguimos. Muitas vezes somos engolidos por uma sucessão de fatos sem sentido ou de pessoas sem sentido que não se permitem evoluir.       Sempre olhei os pássaros como um símbolo de liberdade. Voam para onde querem e quando determinado lugar não lhes dá sustentação migram para terras mais quentes ou com alimento

O homem de uma única ideia

     A música começa a ser executada. No palco um músico qualquer tocando uma música qualquer.      Na mesa ao fim do bar um cara solitário bebe e pensa nos erros da sua vida. Já faz muito que erra. Mas a pouco tempo começou a pensar nos seus erros. Tem dúvidas se ainda existe alguma solução para esta vida medíocre que leva.      Ao olhar para o lado só vê pessoas felizes, rindo e se divertindo. Enquanto ele pensa em como foi parar ali, sem nada e sem ninguém. Como é difícil chegar neste momento da vida e descobrir que não valeu de nada tudo que fez. Daria tudo para tentar ser feliz. Mas não consegue pensar em outra forma de viver. Já tentou de tudo, frequentou templos, viajou o mundo, conheceu culturas diferentes, mas sempre sentiu que algo estava errado. E agora chegou o momento de descobrir como e porque errou. Era um cara que teve uma ideia brilhante na vida. Apenas uma ideia que rende dividendos até hoje.      O bar começa, aos poucos, a esvaziar. Mas o músico continua a tocar.

Ir aí em Iraí

     Estive pensando o quanto somos distantes de tudo que importa verdadeiramente. Ou quanto somos próximos de tudo que não tem relevência.      Na realidade criamos prioridades inúteis. Não todas, mas uma grande parcela das nossas prioridades podem ser descartadas. E nem sempre nos apercebemos destes fatos.      Este sentimento de que estamos perdendo tempo com prioridades erradas me assola faz algum tempo. Semana passada fui para Iraí. E como sempre me senti muito bem lá. Uma cidade encravada no noroeste gaúcho, uma cidade como tantas outras. Mas que tem algo diferente de tudo que vivi até então.      Iraí me proporciona descobrir sentimentos deixados de lado na vida cotidiana. Um banho de rio, uma conversa com amigos de verdade ou um sorriso roubado no meio da rua. A troca de sentimentos com pessoas que quero bem e que me querem bem. Estes fatos mexem comigo. E de uma forma muito intensa.       Depois que sai de Iraí me pergunto o porquê de gostar tanto desta cidade? O porquê me

Limpeza do banheiro

     Hoje recebi uma incumbência, limpar o banheiro de casa. Estou de folga do trabalho, então algumas tarefas cotidianas foram repassadas para mim. Nada mais natural.      Me preparei para esta tarefa, separei luvas, balde, escovas e demais materiais para uma limpeza. E no último minuto estipulado para iniciar a tarefa, lá estava eu esfregando o banheiro, olhando cada canto ou fresta para encontrar alguma sujeira.       Quando estava no meio daquela nobre tarefa me dei conta que a vida é igual a um box de banheiro. Sim, você não leu enganado. É isso mesmo, por mais estranho que possa parecer, a vida é igual a um box de banheiro. Filósofos de todas a latitudes e longitudes formularam teses sobre a vida, mas eu esfregando o banheiro tive uma "revelação".       Seguidamente nos boxes de banheiros fechamos os olhos para alguma sujeira que está se acumulando. Fingimos que determinada sujeira não nos incomoda, afinal, para limpá-lo exige-se ação e não estamos dispostos ou pr