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Mostrando postagens de abril, 2012

O condenado americano

     Estes dias vi uma reportagem na televisão que me chamou a atenção. Não foi sobre corrupção, crise na Europa ou então alguma revolta no Oriente Médio. Estas notícias não chamam despertam, pelo menos em mim, atenção, pois são corriqueiras. Mas a reportagem que me levou à reflexão foi a de um americano condenado a exibir uma placa onde constava que ele tinha sido responsável por uma morte no trânsito por estar dirigindo bêbado. Isso mesmo. Pode parecer estranho, mas aconteceu. Não acredita? Dê uma olhada no no link:  Americano é 'condenado' a usar placa anunciando crime no trânsito .      Quando assisti a reportagem logo pensei naqueles que endeusam a América do Norte. Admiram o país como o exemplo de nação e que tudo de lá deve ser macaqueado pelo resto do mundo. Não estou neste grupo, também não critico tudo que vem de lá. Em alguns pontos os americanos do norte são exemplos mesmo. Não há com negar. Mas assistindo o americano portando o tal cartaz não pude deixar de pens

Eu e você

     Esse sou eu.      Mas quem é esse? Não sei.      Olho no espelho não o reconheço.      Olho de soslaio.      Parece alguém com quem cruzei      Talvez seja eu.      Talvez seja quem você quer.      Quem sabe um dia volto a ser aquele que um dia fui eu. Trilha sonora Guiltless - Spyro Gyra - Breakout That's Nice - Chuck Mangione - Eyes Of The Veiled Temptress  

Tela em branco

     A tela em branco oprime.      O cursor piscando à espera de um sentido. Uma frase qualquer, um adjetivo, um substantivo, um verbo. Mas às vezes não vem nada para ser escrito. Lembro de um sorriso que encontrei hoje pelo caminho. Um belo sorriso, mas que não dará nada mais do que uma frase vazia e sem sentido. Por vezes a felicidade é sem sentido. A vida em muitos momentos é apenas um passar de tempo, sem nenhum acontecimento a destacar. Não vivemos um filme, vivemos a vida normal de todos os dias. Olhamos para o lado e encontramos a vida real. Uma imagem qualquer, sem nada de mais.       A tela continua em branco, quero escrever sobre qualquer coisa, não sei se alguém irá ler. Neste momento não me importo se serei lido. A escrita é uma espécie de terapia. Esta tela em branco é uma espécie de divã. Aqui escrevo as loucuras que pululam em minha mente. Por isso muitos textos não têm o mínimo sentido. Nada tem muito sentido. A vida não tem sentido. Nossos medos e inseguranças não t

A vida de manada

     Não há espaço para sobreviventes.      Vivemos ou morremos. Simples assim.Claro que muitos apenas seguem o caminho que todos escolheram. É a manada. A vida de manada. Por muitas vezes nos vemos dentro desta manada. Alguns lutam para sair dela. Muitos nem se dão conta e não percebem que há vida fora deste viver igual.      É mais cômodo e seguro seguir pelos mesmos caminhos. Mas a vida de manada cobra seu preço. E não é pouco. Perde-se a individualidade e a capacidadede indignação é trocada pela acomodação. Dentro da manada todos parecem "felizes", pois estão cercado de iguais. A manada se fortalece.      A manada é feliz. Todos assistem as novelas, sabem das fofocas dos artistas e compram as roupas da moda. Uma vida sem qualquer preocupação, pelo menos aparente. Uma vida sem indignação. Uma vida não voraz. Um grande e inexorável faz-de-conta. A grande sacada da vida em manada é fazer de conta que se é feliz. Não há busca alguma.      Enquanto que a vida fora da manad

Lucas e Marina em 2052

     Marina e Lucas se conheceram na internet. Fazia muito tempo. A internet ainda era discada e tinha um ruido estranho. Aquele foi o primeiro som do amor de Marina e Lucas. Agora já faz 50 anos de casamento, muitas músicas marcaram aquele amor. Um casamento que começou pelas ondas virtuais. Os dois velhinhos viajaram até o lugar que marcou suas vidas.      - Não consigo acreditar que faz tanto tempo que nos conhecemos Lucas.      - Por que não entende? Só tem uma coisa que me intriga. Como um amor tão intenso pode ter começado na internet. Agora aquilo que era o conhecido como mundo virtual é o que domina a vida real. Não há mais a interação entre as pessoas. Elas apenas se relacionam pelo virtual. Vivem atrás destas telas espalhadas em todos os lugares.      - É. O tempo passou. Mas o nosso amor ficou mais forte. Tivemos muitas crises. Não conheci nenhuma relação que não tivesse suas crises.      Os dois velhinhos se olham com grande cumplicidade. Marina pergunta se Lucas tomou

Sem nome, apenas sobrenome.

     Eu quero um amor efêmero.      Um amor que tenha prazo de validade.      Pode ser simples, mas tem que ser intenso.      Pouco importa o nome, tão pouco o lugar      Não quero lembrar.      Será que há?          Eu quero um amor permanente.      Destes que se imaginam para sempre.      Com endereço fixo.      Preciso lembrar.      Com certeza há.      Eu quero um amor volúvel.      Um amor inconstante,      Que não se acomoda em nenhum instante.          Eu quero simplesmente você.      Não importa o nome.      Endereço ou referência      Preciso do amanhã.      Basta que este espelho reflita seu nome. Trilha sonora: O Paraiso - Madredeus - Antologia Não, Não Digas Nada - Secos & Molhados - Coletânea Takin' Care Of Business - Bachman-Turner Overdrive - The Collection Ventura Highway - Nei Lisboa - Hi-fi Visita - Vitor Ramil - Longes Cedars Of Lebanon - U2 - No Line On The Horizon Sweet Dreams (Are Made Of This) - Eurythmics - Rolling Stone Ma

O escrever...

     Escrever é uma tarefa que nunca se completa. Quem se arrisca nesta arte está sempre a procura da melhor construção frasal. Penso que qualquer escritor quer encontrar a melhor forma de transpor em palavras os mais variados sentimentos. Quando, enfim, se encerra o processo de formação de determinado texto, ao relê-lo percebemos que poderia ser escrito de maneira diversa. Quando o ato desta releitura é feito alguns dias depois, algumas vezes a vontade é de alterar todo o texto.      Por que estou escrevendo sobre isso? Nem eu sei, talvez seja falta de assunto ou não. Mas na verdade senti necessidade de escrever sobre isso. Retomando o assunto deste post sem muito sentido, a resposta do porquê escrever sobre a tarefa da escrita me parece simples, pelo menos aos meus olhos. Na verdade quando releio os textos postados no LedVenture altero alguma coisa (alguns dos meus amigos detratores, dirão que tenho que escrever tudo de novo para enfim escrever um texto bom, mas dos amigos esperam

O Matador de Aluguel em crise

     Era um dia como outro qualquer. A luz do sol entrava por uma fresta. O quarto saía aos poucos da escuridão. Mais um dia começava na vida daquele homem. Como em outros dias ele não tinha vontade de iniciar aquela jornada, mas era necessário. Na rua os mesmos sons de sempre, alunos indo à escola, carros passando e a luz do dia começando a dominar a escuridão do quarto. Na luta entre o dia e a noite, mais uma vez o mesmo vencedor, que posteriormente perderia para aquela mesma noite... Não podia mais ficar divagando, ainda mais aquela filosofia barata de almanaque. Era hora de levantar e começar a luta de todos os dias. Mas hoje seria diferente. Teria que ser. Ele era um matador de aluguel que estava com um "aproveitamento", digamos assim, negativo. Ou seria positivo? Fora contratado para um servicinho como outro qualquer, "apagar" um dono de banca de jogo do bicho. Quatro tentativas. Todas frustradas e não por falta de oportunidade. Pela primeira vez numa extensa

Um Presídio de todos nós

Lauro Alves (Agência RBS)      Hoje vi um vídeo feito no Presídio Central de Porto Alegre,  Por dentro do Presídio Central . Na hora me lembrei do Expresso da Meia-Noite, filme de 1978 do diretor Alan Parker. O filme se passa numa prisão da Turquia, onde as condições de vida eram as mais degradantes possíveis. Sempre quando ouvia falar das condições das prisões brasileiras eu pensava cá com meus botões "é, mas nada se compara com a prisão retratada pelo Alan Parker. Aquilo sim era o inferno."      Mas vi que o inferno está mais próximo do que podia imaginar. Para minha surpresa o inferno em forma de prisão não está escondido num país distante, está no nosso quintal, está sob os nossos olhos. É fruto da nossa indiferença. Isso mesmo, somos responsáveis por aquelas condições sub-humanas. Alguns dirão que os presos que lá estão merecem coisa muito pior. Este é o pensamento médio, muitos, no seu mais recôndito pensamento fazem coro à ideia de que preso deve sofrer e que não

Mais um escândalo no Bandalheiraquistão

     Recebi um e-mail (reproduzido a seguir) do distante Bandalheiraquistão. Fiquei muito feliz em saber que sou lido naquele país. E mais feliz ainda porque agora o LedVenture tem o seu primeiro correspondente internacional. Para tentar entender o que se passa, leia antes:  Bandalheiraquistão, um país distante de todos nós . Prezado LedVenture. Não conhecia o seu blog até o senhor escrever sobre o meu país. Isso mesmo, escrevo do distante Bandalheiraquistão. Em princípio me chamou a atenção um texto tão relacionado à realidade Bandalheirense, mesmo estando tão longe do meu país. Claro que lhe escapou alguns detalhes, o que pode ser creditado à distância do dia a dia. Depois de muito refletir gostaria de lhe fazer um pedido. Gostaria ser o correspondente do LedVenture aqui no Bandalheiraquistão. Não quero nenhum tipo de remuneração, mas só pelo diletantismo de mostrar como é, pelo menos para mim, este maravilhoso país. Como sou ousado, aliás como todos os Bandalheiranenses , lhe env

Sacola Retornável

     Ao olhar para o lado percebemos o quanto somos pequenos e quão pouca importância temos. Para nossa família somos importantes, talvez para alguns amigos também. Mas que importância temos para o mundo que nos cerca? O que fazemos de relevante para o mundo que vivemos? Muito pouco, talvez nada...      Somos nada neste mundo. Mas se ao menos não atrapalhássemos. Ontem no supermercado, talvez tardiamente, me dei conta de que através das pequenas ações podemos começar a fazer a diferença.  Eu e minha esposa levamos nossas sacolas retornáveis quando fizemos o rancho do mês. Se não me engano eram oito, usamos todas e algumas caixas de papelão, não utilizamos nenhuma sacola plástica. Em outras ocasiões já usamos as tais sacolas retornáveis. Mas naquele dia tomamos consciência do que estávamos fazendo. Um pequeno ato, que analisado separadamente não era nada. Mas ao olharmos para o lado notamos algumas famílias com outras sacolas retornáveis. Pequenas atitudes que podem mudar o mundo. Te