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Mostrando postagens de maio, 2012

Breathe Me

     Você não é o que me diz.      Eu, ando por um triz.      Mas assim quis.      O que você me diz?      Não sei onde me perdi.      Apenas sofri.      Você? Sorri.      Pelo espelho te vejo partir.      E eu?      Não importa... apenas morri. Trilha Sonora: Breathe Me - Colour the Small One - Sia

Mar revolto II

     Um bom tema este escrito pelo leitor José Vidal Galeano. Gostei do tema e quis escrever sobre o mesmo tema, talvez com formas diferentes de encarar este assunto. Talvez não.      Os sentimento vividos a cada dia são uma espécie de mar revolto. Um mar que por vezes espiamos de longe e que não temos coragem de enfrentar. Mas o mar revolto dos sentimentos é impossível deixar ao largo, pois volta e meia estamos no meio dele, como uma espécie de náufrago. As ondas não param de remexer nossas certezas. O que num dia era uma decisão refletida, no outro dia é apenas uma das tantas dúvidas.      Somos varridos por marés, ondas, às vezes até tsunamis arrasam nossas vidas. De uma hora para outra nosso mar calmo do dia a dia transforma-se num grande maremoto. Em pouco tempo nos transformamos.      Esta é a vida de todos os dias. Não há escolhas a serem feitas. Elas simplesmente acontecem. Só temos que nos preparar o mínimo possível. Na verdade não tem muito o que fazer. Mas podemos esc

Mar revolto

     Nos últimos dias estou muito ocupado com tudo que me cerca. Este ano, escreverei menos do que gostaria, pois minha atividade profissional exige mais atenção. Mas alguns leitores deste louco e sem sentido blog percebem a pouca produtividade do blogueiro neófito e tentam manter vida pulsando no LedVenture. Hoje ao abrir meu e-mail encontrei este texto escrito por um desconhecido amigo leitor. Publico da forma que chegou. Agradeço o texto e faço minhas as tuas palavras, José Vidal Galeano. Por José Vidal Galeano       Quando criança adorava ver o mar revolto. Volta e meia entrava mar adentro com aquela irresponsabilidade dos jovens. Adorava encarar as ondas, o repuxo, enfrentava-os sem saber dos perigos que representavam. De dentro do mar olhava a praia, cada vez mais distante, me sentia muito poderoso. Geralmente a praia estava deserta, pois as pessoas com um pouco de bom senso não iam à praia quando o mar estava revolto. Poucos testemunhavam as minhas vitórias.       De todos

As conversas de Leo

     Cruzei comigo por algum lugar. Engraçado eu me olhar e conversar comigo. Parece que estou vivendo uma história escrita pelo Saramago, mas é real. Será? Sim, foi o que aconteceu nesta tarde. Do nada me vi passando e fui conversar comigo.      Pode parecer estranho. Foi difícil começar a conversa. No início nos estranhamos um pouco. Puxei assunto como se fora um encontro qualquer.      - Não nos conhecemos?      Claro que nos conhecíamos, afinal, éramos e somos a mesma pessoa, mas tinha que tentar começar aquela estranha e inusitada conversa de uma forma corriqueira. O estranho foi a resposta:      - Não sei não. Acho que não nos conhecemos, nunca lhe vi.      - Talvez você tenha razão. Mas continuo com a impressão de que nos conhecemos. Mas deixemos de lado esta impressão, pois tenho que te fazer uma pergunta. Faz muito tempo que observo o teu comportamento e me intriga por que tu é tão inconstante.      - Inconstante eu? Você deve estar me confundindo.      - Não mesmo. Te

Beijo, Bise e Kiss, não importa a língua...

     Beijar, verbo transitivo direto, tocar de leve, roçar os lábios sobre... Hoje me deu uma vontade louca de tentar escrever sobre o beijo. Este ato um tanto sem sentido, mas tão intenso.      Por que beijamos?      Por que tocamos língua com língua? Por que nosso coração bate descompassado quanto pensamos ou imaginamos beijar?      Como este verbo transitivo direto pode envolver tantos sentimentos. É difícil entender que algo transitivo direto pode ocasionar sentimentos tão disformes e permanentes.      Realmente o beijo é efêmero, não permanece, dura pouco, passageiro, transeunte, transitório, mas nos deixa tão fascinado a espera de vivermos este beijo transitório.      Mas na vida real o beijo é a cor do nosso dia. A vida é um filme preto e branco e o beijo dá pinceladas de cor nesta vida monocromática. O beijo nos faz livres das amarras desta estrada modorrenta de todos os dias. O roçar de lábios é o encontro mais revelador. Beijar pode ser transitivo no português, ma

"Hoje, apenas hoje, quero ser feliz"

     "Hoje, apenas hoje, quero ser feliz."      Ouvi esta frase de um adolescente, que reverberou na minha cabeça por algum tempo.      Tenho a convicção que não somos seres felizes. Não fomos concebidos para vivermos felizes por todo o tempo. Acho que nossa felicidade é algo efêmero, talvez vivemos lapsos de felicidade.      Ao ouvir a frase daquele adolescente percebi o quanto ele sofria, ou talvez, como todo adolescente, fantasiava um sofrimento. Mal imagina ele que o sofrimento de verdade está por vir. A vida nos ensina o que é sofrimento de verdade. Já estou divagando dentro da divagação...      "Hoje, apenas hoje, quero ser feliz" nada mais é do que a transposição em palavras do mundo que nos cerca. A tentativa de todos nós é transformar lapsos de felicidade em momentos mais constantes. Esta é a luta de todos nós. O adolescente me mostrou o quanto somos iguais e ao mesmo tempo diferentes. Me vi naqueles olhos. Me senti naquelas palavras.      Os anos apla

Lições da Revista Olhe no Bandalheiraquistão

Por Iroslav Iranilum      Bandalheiraquistão, 12 de maio de 2012.      Estamos vivendo mais um escândalo. Desta vez envolve um grande veículo de comunicação.      A Revista Olhe, conhecida por sua, digamos, veemência, tem como fonte um conhecido contraventor e não é só isso. A Revista Olhe que por muitos anos atacou governos, políticos, empresários e todos que praticavam algum malfeito, descobriu-se que estava a serviço do contraventor Little Carl Falls. Foi uma surpresa para toda a sociedade bandalheirense descobrir que a revista mais vendida no país era uma espécie de braço midiático da contravenção.      Claro que a Olhe se apressou em dissociar a sua imagem com a do Little Carl Falls. Escreveu Editoriais negando que fosse usada pela contravenção, reportagens foram produzidas tentando explicar o inexplicável. Todos os articulistas de Olhe escreveram artigos justificando a postura da revista. Ao ler tais artigos pensamos que vivemos num mundo perfeito. Pena que os fatos não enco

Um olhar na janela

      Hoje como sempre faço, semana após semana, mês após mês, cheguei em casa e percebi na janela da casa ao lado um rosto. Um rosto triste, sem vida. Uma vida sem rosto. Olhos no nada a espera não sei de quê.      Acionando o controle remoto da garagem, soltei o cinto de segurança e quis andar em direção daquele rosto sem expressão. Aguardando os segundos, enquanto subia o portão, continuei a olhar aqueles olhos tristes. Num flash lembrei dos dias que encontrei aquela mulher na mesma janela, apoiando os braços no mesmo parapeito, sempre protegida por grossas grades. Não sei de que aquelas grades a protegem. Talvez impeçam a entrada da vida naquele olhos. Tanta coisa passava na minha cabeça. Os carros cruzam a rua, os olhos da mulher acompanhava cada carro. Num momento nossos olhares se cruzaram. Pensei em conversar com com aquela mulher, porém era o momento de entrar na garagem. Mais uma vez deixei para depois.      Ao descer até a garagem comecei a divagar sobre o porquê daquele

SarnaColl II e os Jaguaras no Bandalheiraquistão

     Estes dias um leitor identificado como Alexandre K (será que é parente de Josef K?) escreveu o seguinte comentário no post,   Mais um escândalo no Bandalheiraquistão : O Bandalheiraquistão é uma Republica, ou uma monarquia? Pois gostaria de candidatar-me ao cargo de vereador, já que nada sei, mas tenho imensa vontade de ganhar dinheiro e que pelo visto, são as condições primordiais para o cargo. Informo que não sou cantor, nem jogador de futebol, mas acho que sei contar piadas.      Sempre me surpreendo com os leitores deste escondido blog. Uma pergunta pertinente. Sinceramente não sei responder, pois o Badalheiraquistão é ainda um país desconhecido. Apesar da sua grande evolução na última década. Diante desta minha confessada ignorância, enviei o comentário do desconhecido leitor ao nosso correspondente lá no distante Bandalheira. Somente hoje recebi a resposta deste prestigiado correspondente. Demorou um pouco, talvez seja pelo clima político vivido lá. Mais uma vez os Ban

As PPP´s, a sociedade e nós

     A tese do momento em muitas Administrações Públicas é a Parceria Público-Privada. Como nos anos noventa a tese hegemônica era a privatização pura e simples. Fico intrigado como nossos governantes aderem a teses mirabolantes sem ao menos questionar se aquela decisão irá influenciar positivamente o futuro da população. Aqui não faço nenhum juízo de valor, mas constato o quanto os administradores públicos são levados por modismos.      A parceria público-privada, em tese, é uma ótima solução. Fui buscar no Wikipédia uma definição simples: parceria público-privada é quando o parceiro privado assume o compromisso de disponibilizar à administração pública ou à comunidade uma certa utilidade mensurável mediante a operação e manutenção de uma obra por ele previamente projetada, financiada e construída. Em contrapartida a uma remuneração periódica paga pelo Estado e vinculada ao seu desempenho no período de referência. Alguns exemplos de obras realizadas por PPPs são vagas prisionais, le