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Mostrando postagens de abril, 2011

Uma história do ponto e da vírgula.

     Ia escrever sobre o cotidiano. Mas não me deu vontade. Então me lembrei de uma pequena altercação entre o ponto e a vírgula. O fato ocorrido que presenciei foi mais ou menos assim...      O ponto sempre foi determinado, sempre certo  do que queria, nunca deu espaço para qualquer tipo de dúvida e constantemente reclamava da vírgula. Dizia que ela era um poço de incertezas, sempre acompanhada de um entretanto, talvez, quem sabe. Isso o ponto não suportava. O ponto estava a pronto para encetar algum ataque. Mas o sempre era demovido pelo ponto de exclamação, este sim o mais respeitado entre os sinais de pontuação.      A vírgula de seu lado sempre reclamava deste ar superior do ponto, sempre encerrando os assuntos, não dando margem para nenhuma discussão. Lá longe a reticências nem dava bola tinha uma vaga idéia de que aquela "desinteligência" iria virar amor.    Não é que um dia num texto mal pontuado, como este, o ponto encontrou a vírgula e o amor aflorou, algumas fr

Reflexões sobre nosso tempo

     Hoje pela manhã fui ler os jornais. Me deparei com uma notícia estarrecedora:         " O governo da Síria aprovou nesta terça-feira a suspensão do estado de emergência vigente há 50 anos no país, informou a agência de notícias estatal. A medida era a principal reivindicação dos manifestantes oposicionistas, que protestam há semanas.  O  ditador Bashar al Assad ainda precisa assinar o documento, mas a assinatura é uma mera formalidade e tida como garantida. O estado de emergência -- que estava em vigor desde o golpe de Estado de 1963-- dava "carta branca" aos órgãos de segurança para reprimir dissidentes por meio da proibição da aglomeração de mais de cinco pessoas, prisões arbitrárias e julgamentos a portas fechadas, dizem membros da oposição..."      Como um governante permite que seu país fique 30 anos em estado de emergência? Como pode um governante não se importar com a opinião dos seus governados? Estas perguntas ficaram martelando dentro de mim até ag

Caxias desapareceu...

     Hoje como ontem Caxias desapareceu.      Estamos no final de abril e a cerração está forte, olho para a rua e não vejo nada, os prédios ao longe simplesmente desapareceram. Os que ficam aqui perto aos poucos vão sumindo.        Fico a imaginar como seria se tudo desaparecesse por alguns instantes, como encararíamos este fato de nos sentirmos completamente sozinhos. Sem pessoas para compartilharmos nossos medos ou ansiedades, nossas conquistas e derrotas diárias. É bem verdade que no dia a dia somos sós, a multidão apenas nos deixa mais solitários...      Estes dias estava em São Paulo e senti epidermicamente o que é uma cidade onde somos apenas mais um, onde nossa individualidade é usurpada, cada um é somente uma engrenagem e nada mais. Por uma lado é bom pois nos sentimos livres, mas ao mesmo tempo é sufocante. Vi pessoas querendo provar que são diferentes, mas somente reforçam a tese de que fazemos parte do sistema e este permite tentarmos ser diferentes. Estas diferenças