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Mostrando postagens de agosto, 2011

O negócio e o ser humano, o que ou quem vale mais?

     Neste final de semana testemunhei mais uma prova de que o negócio está acima do ser humano. Não é de hoje que percebo este fato, mas no domingo passado ficou escancarado a todos.      Jogavam dois times de expressão no cenário futebolístico brasileiro, Flamengo e Vasco da Gama. O técnico do Vasco começou a passar mal, as imagens eram preocupantes, a todo instante a televisão o filmavam e a cada novo  take  a aparência do técnico Ricardo Gomes era mais assustadora e preocupante. Quando não havia mais condições dele continuar no estádio a ambulância entrou para levá-lo ao hospital.      Neste instante o espetáculo de horrores começou. O jogo de futebol continuou como se nada estivesse acontecendo. O ser humano que estava passando pelo seu momento mais difícil era desprezado pelo show de bola transmitido para todo Brasil. As quatro linhas separavam duas visões de mundo. Uma onde o dinheiro está acima de tudo, onde os valores do ser humano são colocados de lado para darmos vazão ao

A Toriba de todos nós

     Um amiga que lê seguidamente este blog, vendo que publico contribuições de leitores, resolveu escrever. Me impressiono como esta necessidade de escrever é uma realidade. Lembro que no outro século os arautos do fim do mundo diziam que a internet iria acabar com a palavra escrita. Que bobagem, nunca se escreveu tanto. Esta amiga do distante estado do Amazonas resolveu superar as barreiras da distância e das inseguranças e sentou em frente ao computador e escreveu o seguinte texto. Obrigado  Jaciema Naara  e quando quiser mande novos textos. Por Jaciema Naara      Engraçado como uma descendente de índios e no meio da selva amazônica tem necessidades parecidas com alguém que mora num grande centro ou qualquer outra cidade pequena, grande ou um vilarejo no mais afastado rincão. Todos querem ser felizes e ponto final. Ser feliz é tão difícil, talvez seja uma tarefa a ser dividida. Quem sabe aí esteja a razão porque necessitamos de alguém para amar e que nos ame. Dividimos a tarefa g

Geração Pós...

     Somos a geração do pós. Pós-modernidade, pós-mudanças, pós-catástrofes sociais, pós-reformas, enfim, tudo que vivenciamos até aqui é passado. Estamos riscando do mapa todas as experiências, sejam elas bem ou mal sucedidas para formar uma nova visão de sociedade. Trocamos tudo pelo neo. Claro que estas mudanças são na sua maioria retrocessos. Algum desavisado poderia ponderar que muita coisa está mudando para melhor. Então vou enumerar alguns exemplos, não é uma enumeração exaustiva, mas somente exemplificativa para termos uma ideia do que me refiro.     Entre os anos de 1980 e 1990 formulamos uma das tantas reformas educacionais no Brasil. Como consequência nossa formação básica é um desastre. Encontramos alunos na oitava série que não sabem interpretar um texto. Eu não consigo imaginar um aluno que chegue à oitava série sem conseguir entender o que leu. Mas o pior é que existem alunos nesta condição e não é um ou dois, são muitos exemplos. Em todos os níveis de formação estes de

Plano Diretor de Acessibilidade, ainda há esperança.

     Faz algum tempo que não me sento para escrever. Talvez porque me faltasse inspiração. Mas ontem li uma notícia de que Porto Alegre estabeleceu um Plano Diretor de Acessibilidade. No link a seguir a notícia completa. Fonte Jornal do Comércio de Porto Alegre: Capital ganha primeiro Plano Diretor de Acessibilidade do País .      Diante desta notícia fiquei surpreso. Nenhuma cidade tem um planejamento para a locomoção de pessoas com necessidades especiais? Este fato é inconcebível. Um país que tenha um mínimo de atenção com o seu povo já teria um Plano Nacional, Planos Estaduais e Municipais para minorar as dificuldades de locomoção dos portadores de necessidades especiais. Me pergunto o porquê desta falta de atenção. Talvez por que os governantes estejam mais preocupados em preencherem os cargos de confiança ou quem sabe estejam preparando as suas reeleições. Mas nós também somos responsáveis. Não cobramos os eleitos, deixamos que fiquem encastelados e despreocupados com a realidade

Um amor de petshop

    Andava sem rumo e sem destino. Tinha desistido da vida. Este era Paulo Eduardo. Nunca sua vida apresentara algum sentido. Havia conseguido um bom emprego num destes bancos de investimento, ou melhor, bancos que lidam com especulação financeira. Claro que estes bancos não gostam da nomenclatura "especulação financeira", mas é exatamente o que são. Paulo Eduardo tinha uma opinião bastante clara sobre este assunto. Para ele estes  Bancos de Investimentos eram a antessala dos cassino... Somente isso e trabalhar neste ambiente lhe fazia muito mal. Por trabalhar neste mundo dos investimentos foi obrigado a se mudar para São Paulo e a partir de então só convive com prédios, carros, viadutos e solidão, muita solidão. A vida de Paulo Eduardo era somente de casa para o trabalho e do trabalho para casa. Já pensara em viver no interior, numa cidade pequena, mas nunca teve coragem de largar o emprego e a vida confortável que levava, apesar de ser solitária, ainda assim era confortável

O Alienado Social

      Cheguei a conclusão de que eu queria ser um completo alienado. Seria tudo mais fácil. Viveria mais tranquilo, não pensaria sobre tudo que me cerca ou melhor, só me importaria com compras, roupas da moda ou quem sabe em festas na noite.      Uma vida de alienado social é uma vida despreocupada. Eu seria aceito em qualquer grupo social, porque não causaria questionamentos e não colocaria em risco a "felicidade" dos outros alienados. Meus amigos seriam todos alienados e se por um acaso um deles enveredasse para o lado dos questionadores, logo seria escanteado.      Os meus textos seriam mais leves, escreveria sobre moda, carros, viagens ou quem sabe sobre equipamentos eletrônicos da moda, tais como iPhone, iPad ou computadores de última geração. Quando saísse de casa e me deparasse com a dura realidade das ruas simplesmente pensaria "todos são uns preguiçosos, têm trabalho para todo mundo, eles que não querem trabalhar" ou então atacaria o governo "Tá aí o

En la Ciudad de la Furia

     Parece que para viver o ser humano tem que se isolar numa espécie de bolha protetora. Não podemos ter contato com o nosso semelhante, pois talvez ele nos faça mal. Que vida essa nossa. Nos trancamos por trás de muros e cercas eletrificadas, colocamos seguranças particulares, criamos um cem números de formas de isolamento. Mas, inevitavelmente, de tempos em tempos a vida real bate à nossa porta e não tem como fecharmos os olhos para tudo que nos cerca.  Podemos até tentar, mas quando abrimos os olhos a dura realidade apresenta a sua face mais terrível. A miséria, a violência e a desigualdade social são algumas faces desta realidade.      Os acontecimentos em Londres nesta semana é a vida real mostrando a sua face. Os detentores do poder ignoram a voz rouca das ruas. Estes mesmos governantes vendem a ideia de que vivemos em um mundo ideal, onde as oportunidades estão aí e quem não esta dentro deste ciclo de fartura é incompetente. Será? Será mesmo que só os incompetentes são excluí

Estado de Violência

     Carrego comigo a impressão de que vivemos no limiar entre o cotidiano normal e a violência extrema. Tenho a impressão de que apenas uma fagulha é capaz de acabar com este estado normal de nossas vidas. Os exemplos estão por todos os lados. O mais recente se refere à violência ocorrida em Londres. Esta onda de violência mais uma vez foi acarretada por uma morte inexplicável de um jovem provocada pela polícia. Veja o resumo dos acontecimentos:  Saques e violência se espalham por Londres em segunda noite de tumultos .      Este fato não é isolado muitos outros já ocorreram, lembro dos distúrbios em Paris em 2005, mais atrás nos anos noventa em Los Angeles e agora estes em Londres. É óbvio que a violência está latente em nossa sociedade, a insatisfação está em todo lugar à espera do estopim para provocar ondas de violência.      As condições de vida são péssimas para a grande maioria da população, enquanto que uma minoria vive num luxo nunca visto antes na história da humanidade. Até

Um outro 11 de setembro

     Um amigo postou um comentário lembrando o 11 de setembro de 1973. Poucos sabem a verdadeira história deste 11 de setembro. Poucos se importam com o 11 de setembro de 1973. Por quê? Fácil responder. Este 11 de setembro foi provocado e estimulado pelos Estados Unidos quando seus interesses econômicos estavam sendo ameçados no Chile de Allende.      Como é interessante a história da humanidade. Fatos semelhantes são tratados de forma absolutamente diversas. O que os EUA fizeram no Chile foi uma intervenção para impor a sua forma de pensamento, impor o modo norte-americano de viver. Por outro lado, o que os terroristas fizeram no 11 de setembro de 2001 foi esta mesma tentativa de imposição de ideias. Os dois atentados ferem os mesmos direitos e os mesmos princípios éticos e morais.      O caso do Chile de Allende é um dos maiores atentados à soberania de um país. O Chile resolveu seguir um caminho diferente, buscou ser um país socialista com pendores democráticos. Mas esta opção

Sonhos e realidade

     Hoje me deparei com uma notícia que já vinha sendo divulgada, mas que eu relutava em lê-la. Já era hora de enfrentar esta notícia. Não sei o porquê de eu evitá-la. Talvez porque represente uma parte de um sonho. Na adolescência eu tinha uma única "certeza", o mundo deveria ser Socialista. Todos nós teríamos que viver em um sistema econômico onde o coletivo fosse mais importante do que o individual. A sociedade decidiria onde e como fazer, sendo que o parâmetro para estas decisões seria o bem estar coletivo e não de uns poucos integrantes desta sociedade.      Naquele tempo Cuba era um ideal a ser perseguido, lá estavam ou estiveram meus ideais de seres humanos, pessoas que lutaram por suas ideias e implementaram um sistema que eu entendia o mais apropriado para todos nós. Lia tudo que caia nas minhas mãos sobre Cuba, sua história, suas lutas, sua revolução. Cheguei a prometer para mim que minha primeira viagem internacional seria para Cuba, afinal, meus sonhos estavam to

Simplesmente, obrigado

     Este texto é uma carta de agradecimento. Agradecimento a uma pessoa vital em minha vida.      Querida e estimada mãe Lia.      Hoje quero homenageá-la. A sua passagem para outro plano me fez pensar em todas as coisas boas que a senhora fez por mim.      A senhora me provou que a educação é feita através dos exemplos. Todos os seus exemplos foram indicando um caminho de retidão, de respeito ao próximo. Sempre ouvi da senhora que nada era mais importante do que a consciência limpa. Como a senhora dizia, hoje sou um homem feito e posso comprovar isso todas as noites. Em alguns momentos a senhora era dura, mas sempre para nos mostrar o caminho correto, não permitia qualquer concessão nos conceitos morais ou éticos. Como era bom ter a senhora a nos mostrar que caminhos trilhar, que destino perseguir.      Hoje, todos nós que fomos seus filhos, temos orgulho que ter seguido suas orientações. Vivemos com a certeza de que a senhora fez as escolhas corretas na sua vida. Eu segui as