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Mostrando postagens de julho, 2013

Um certo Argentino

     Estes dias estava dirigindo, não fala nada, mas pensava em alguém. Gosto muito de dirigir e ficar naquele estado de atenção misturada com relaxamento. Minha esposa me olhou e perguntou no que estava pensando. Aquele questionamento me pegou de surpresa. Sim surpresa, pois estava em outros mundos, mesmo que estivesse prestando atenção no trânsito, carro que vem, carro que passa, sinal para entrar ou sair, olhos nos espelhos, enfim, tudo que envolve este ato complexo que é dirigir. Minha reação inicial foi dizer:      - Não estou pensando em nada, apenas atento ao trânsito.      Mas dentro de mim aquela pergunta caiu como uma bomba atômica. Estava pensando e muito. Por incrível que pareça (friso não tenho nenhuma ligação com a igreja Católica), mas estava pensando no Papa Francisco. Quando me dei conta desse fato, não entendi muito bem o porquê. Pensei que aqueles pensamentos era devido a exposição demasiada do Papa na mídia nestes últimos dias de JMJ.       Lá no fundo tinha a pe

Bandido de Respeito - Parte I

     O plano dele era somente fazer um pequeno roubo e voltar à calmaria da aposentadoria.      Apenas mais um roubo, mas como todos os outros sem um pingo de violência. Ainda lembravam dele, volta e meia saia alguma notinha nos jornais lembrando daquele velho ladrão. Por suas ações não violentas do passado recebeu a alcunha "Bandido de Respeito".      Por anos roubou e nunca foi descoberto. Praticava todos os tipos de roubos, mas o que mais gostava era roubar bancos. Planeja minuciosamente as ações. Nos final dos anos 60, quando iniciou a sua carreira vitoriosa de roubos, chegou a atuar em grupos de esquerda para "expropriar" bancos. Infelizmente, para aqueles grupos, Bandido de Respeito não ficou muito tempo com eles, porque tinha que mandar todo o produto para o partido ou para financiar alguma outra operação. Chegou a jantar com um tal de Preto, que tempos depois, Bandido de Respeito, veio a descobrir que era o grande Mariguella, que  estampou a capa de revist

Lembranças

     Li em algum lugar que o começo é o início do fim. Quando iniciamos qualquer coisa é sinal que estamos na estrada do fim. Esta não é uma constatação de desânimo ou qualquer outro sentimento de pesar. É apenas uma constatação talvez juvenil ou quem sabe senil...      Desde quando nascemos começamos a trilhar a estrada do fim, alguns alcançam seu destino mais rapidamente, outros demoram para chegar ao seu destino final.Tudo que vivenciamos é assim.      Nas relações humanas não é diferente. Quando encontramos pessoas interessantes pelo caminho é sinal que em algum momento iremos nos separar delas. Pode demorar, pode ser rápido, mas é certo que iremos deixá-las pelo caminho. O pior são aquelas pessoas que saíram da nossa estrada, mas que teimamos em cruzar por elas. É uma espécie de tortura misturada com a dolorosa lembrança dos nossos erros.      Este início de escrita sem sentido começa a tomar sentido, começo a lembrar de uma passagem da minha adolescência. Num destes invernos

Será?

     E não é que o Brasil começou a incendiar. Pensei que nunca veria algo assim. Tão visceral, tão diferente dos dias de repouso que vivemos por tanto tempo.      Os analistas de coisa nenhuma já formularam suas teses. Os governos correram para fazer qualquer coisa. Todos, sem exceção, ficaram temerosos com tudo que testemunharam.      Mas o que vivenciamos?     Uma parcela da sociedade saiu às ruas para dizer que suas vidas não estavam tão boas quanto as propagandas afirmavam. Concluímos que não vivemos em um comercial de margarina. Vivemos uma realidade por vezes indigesta. Vivemos uma vida complexa. Não quer dizer que vivemos no pior dos mundos, muita coisa mudou. Mas queremos mais. Precisamos de mais. Queremos enfim gozar no final. Queremos viver uma vida padrão FIFA.      Parece tão simples. Por que todos ficaram assustados? Por que correram para dar alguma satisfação? Será que "eles" sabiam que nossas vidas não era tão boa quanto todos propalavam aos quatro cantos