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Mostrando postagens de julho, 2011

Amigo on the road

     Um amigo está começando a trilhar novos caminhos. A vida é assim mesmo, nossos amigos encontram caminhos que por vezes se distanciam da gente. Este colega foi transferido para outra cidade, mais especificamente está indo para as "capitar"... é bom quando um alguém de quem gostamos encontra o seu rumo, mesmo que seja longe da gente. Compartilhamos desta felicidade, nos sentimos num misto de felicidade e tristeza. Mas o sentimento preponderante é de felicidade. A amizade proporciona sentimentos variados.      Não faz muito que nos conhecemos, para falar a verdade faz menos de três anos. Mas é incrível como me sinto bem quando o encontro, as gozações que surgem, o olhar por vezes sério dele preenchem o meu dia de trabalho.      Mas não é só isso. Vou contar duas passagens desta nossa recente amizade: numa destas festas de integração entre colegas de trabalho, grupos se formam sem muita lógica, eu fiquei de um lado da mesa e ele de outro. Era uma mesa comprida, mas mesmo a

Apenas vinte e sete anos...

     Como alguém morre aos 27 anos? Como alguém perde a vontade de viver aos 27 anos?      Nós todos somos responsáveis quando este alguém desiste de viver tão cedo. Nós como membros deste grupo social que se diz racional não podemos virar as costas para esta responsabilidade.      Todos acompanhamos a morte da Amy. A cada dia líamos alguma nota sobre um porre, algum escândalo ou então algum teste de limites. Por que não fizemos nada? Por que deixamos esta morte ocorrer? De todas as formas contribuímos com esta morte. Nesta conta não pode ser creditada apenas a morte da Amy, temos que colocar muitas outras mais. Sem pensar muito lembro do Jimi Hendrix, Janis Joplin, Jim Morrison, Brian Jones e Kurt Cobain. Estes se foram com apenas 27 anos.      A morte com apenas 27 anos é mais uma fato em comum entre estas mortes. Mas não é apenas este o ponto de contato entre estas mortes. Todos estavam solitários após experimentarem um sucesso imensurável. O sucesso os tornou mais solitários do qu

Um homem em busca de esperança

     Me surpreende as contribuições que começo a receber. Hoje recebi um texto de quem somente conheço neste mundo virtual. Este leitor é de São Paulo e a sua contribuição é cheia de um sentimento próprio dos grandes centros. Ao ler senti uma certa tristeza, mas na verdade é um texto realista... Obrigado Ernesto José Dumas. Por Ernesto José Dumas           O sol se põe. Com ele a esperança se vai... A esperança de um dia melhor se perde neste pôr do sol. Por que insistimos em ter este sentimento. Por que nos enganamos em esperar um dia melhor que teima em não vir.      Sempre nos enganamos com este sentimento chamado esperança. Ou quem sabe a esperança seja uma droga natural, criada para nos manter vivos.      Hoje ao passar em frente a um destes templos vi um grupo de pessoas saindo de lá, pareciam abençoadas pelo Senhor, talvez estivessem esperançosas de uma vida melhor. Gostaria de ter cruzado com elas antes de entrarem naquele templo. Será que elas são como eu, desesperanços

Constatações

     Papel em branco. Ou melhor, tela do computador em branco.      Esta brancura é o retrato deste momento de não inspiração. Estou pronto para escrever, mas estou limpo de inspiração. Minha ligação com o mundo é esta janela ao lado, por ela não vejo nada mais do que casas, edifícios, algumas árvores e um céu nublado.      Todos lá fora em busca do seu sustento e eu aqui tentando escrever. Tentando colocar em forma de palavras sentimentos. Mas não sinto nada, absolutamente nada. Lembro de algum livro do Saramago, talvez esteja no meio de um surto de falta de ideias... Será que sou só eu. Tenho receio de levantar e me certificar se todos estão com esta total falta de inspiração. O som da cozinha é de alguma fritura. A magia do cozinhar, a mágica transformação dos alimentos. Não, este tema não me inspira... Um latido de cachorro me leva para o mundo dos animais.Lembro que estes dias Lindinha disse para que eu escrevesse sobre os animais... O som de uma serralheria distante, um ônibus

O guerrilheiro moderno

     Sonhos nos fazem cometer loucuras. Pelo menos aos olhos dos que vivem a vida real...      Por incrível que pareça cruzei ontem com uma destas pessoas. Ela tinha os seus sonhos e lutou por eles, mas o resultado não foi o esperado. Foi preso e enquadrado na Lei de Segurança Nacional. Sempre ouvi falar desta famigerada Lei, mas até hoje nunca tinha conversado com alguém que tivesse recebido o duro peso da LSN.     A dita Segurança Nacional vem sendo protegida há muito tempo. No wikipédia encontramos um bom resumo sobre como este tema foi tratado pela Legislação pátria: A Lei nº 38, de 4 de abril de 1935, reforçada pela Lei nº 136 de 14 de dezembro do mesmo ano, pelo Decreto-lei nº 431, de 18 de maio de 1938 e pelo decreto-lei nº 4.766 de 1 de outubro de 1942, que definia crimes militares e contra a segurança do Estado. A Lei 1.802 de 5 de janeiro de 1953. O Decreto-Lei 314 de 13 de março de 1967. Transformava em legislação a doutrina de Segurança Nacional, que era fund

Os desperdícios diários

     Hoje, ao abrir meu e-mail, me deparei com o texto enviado por um amigo para ser publicado aqui no Ledventure. Se fosse possível, faria minhas as palavras dele. A contribuição vem da distante Uberaba. Não conheço a cidade que este amigo das antigas foi morar, mas logo irei até lá... Me aguarde para alguma manifestação. Por Muhammad Zola      Como perdemos tempo com besteiras. Cada dia me sinto desperdiçando esta vida em cotidianos sem o mínimo sentido. Se fosse possível juntar todos os minutos desperdiçados em coisas inúteis teria, no mínimo, mais uma vida para ser vivida.      Será que há um antídoto para estes desperdícios? Ao olhar em volta imagino que todos que me cercam não cometam estes desperdícios. Todos parecem tão ocupados... Mas será que eles não desperdiçam seus tempos? Será que sou só eu que deixo a vida passar nestes cotidianos inúteis?      Não é possível que todos que cruzem por mim estejam no meio de uma tarefa imprescindível para sobrevivência do mundo. Será

Os gênios de coisa nenhuma

     A cada dia surge uma mente brilhante com uma solução para um problema do Brasil.      Fico impressionado como temos gênios neste país abençoado por Deus. Nenhum destes próceres têm dúvida, tudo que propõem é definitivo. Seja em que campo for, sempre têm a solução.      Por que então vivemos nesta situação de caos total? Por que as soluções quando implementadas revelam-se inapropriadas. Não ficarei a relacionar exemplos infindáveis que surgem na minha cabeça. Mas trarei apenas alguns exemplos.      No trânsito de nossas cidades temos os conhecidos "gargalos", onde não há maneira de trafegar. E por anos a fio convivemos com estes problemas. De uma hora para outra surge, não se sabe de onde, um especialista de coisa nenhuma e dá a solução para o problema. Por exemplo implementa uma rótula, uma sinaleira ou quem sabe uma elevada. Não importa qual solução seja colocada em prática, pois na esmagadora maioria das vezes é inapropriada. O tal especialista de coisa nenhuma é út

Um encontro inusitado

     Andava pelas ruas, mas parecia que estava em outra dimensão. Aliás, todos parecem viver em outra dimensão. Que dimensão todos vivem? Esta é a pergunta que se fazia. Desde sempre se sente diferente, ou melhor, se sente só. Neste momento parou e sentou-se no primeiro banco que encontrou. Olhou em volta e ficou pensando na sua vida.      O que tinha construído nesta existência. Quase nada. Por que estava nesta crise? Será que era a idade? Não poderia ser isso. Estava com apenas 27 anos. Todos falam na crise dos quarenta, mas nunca ouvira falar na crise dos vinte e sete... Será que esta crise era dele ou de tudo que lhe cerca? Muitas perguntas e nenhuma resposta.      Neste momento senta-se ao ao seu lado um senhor. Ficam alguns minutos em silêncio, parecem envoltos por seus pensamentos. O sol é aprazível, um vento leve se faz presente.      De uma hora para outra o senhor fala:      - Tudo a nossa volta conspira a nosso favor?      - Como assim? Penso completamente diferente do

O encontro final

     - Um dia tu me disse adeus. E foi bem claro, viva a tua vida... Pois eu vivi.      - Mas ficou implícito que um dia voltaríamos a ficar juntos.      - Cadu, olha o que tu esta dizendo. Ficarmos juntos! Quando tu me disse para viver a vida, não havia nenhuma condicional. Aquela era uma sentença definitiva.      - Andreia, eu queria te deixar livre para ficar livre também. Mas tu se tornou uma pessoa melhor, constituiu família, está com um filho lindo e um marido muito legal. E eu?      - Cadu, perdemos contato, mas não perdemos o afeto entre nós. Quero que tu esteja feliz também. Mas depois do que tu fez, não sei não.      - Não sei o que é felicidade. Vivi intensamente estes anos, fiquei com muitas mulheres, mas não tive nenhum amor. O amor que sentia contigo numa mais experimentei.      - Cadu, apesar de nos amarmos tu me fazia mal, tu me empurrava para baixo. Sempre foi assim. Diferentemente do Otávio que quis construir uma história comigo. Ele não competia comigo, simples

Um encontro esperado

    Hoje recebi um e-mail de um amigo. Em anexo ele enviou uma contribuição ao Blog, um texto um tanto depressivo. Uma história intrigante e intensa... Então, resolvi publicar aqui no blog. Este amigo leu meu blog na distante Iraí e se sentiu motivado a escrever. Gostei da interação e espero mais contribuições dos amigos... Afinal, é difícil escrever todos os dias. Obrigado Victor. Por Victor Hugo Vidal          Chove. Chove muito. Tudo em volta esta alagado. Minha vida é um rio caudaloso. Não consigo vislumbrar nada. Às vezes vejo um sofá boiando, uns pneus velhos, muitas garrafas plásticas... Minha vida é o rio que corta esta rua.      O rio começa a subir, chove muito. Mas eu não tenho forças para nada, nem para lutar pela minha vida. Talvez tenha que mudar completamente, mas sempre faço as mesmas coisas. Chove lá fora.      Quando chove tenho que levantar todas as coisas em casa, é assim desde sempre. uando chove fico em alerta. Mas hoje não tenho forças para nada. Muito menos

Visão romântica da escrita

     Por vezes me descubro pensando no porquê de alguém ler o que estou escrevendo aqui no sul do mundo. É bem verdade que não são muitos, mas também é verdade que são imprescindíveis. Ao iniciar a escrita do ledventure.blogspot.com me importava somente em escrever e não me interessava em saber se alguém iria ler. Queria somente escrever e nada mais. Somente pensava em extravasar sentimentos.      Mas com o tempo senti que não bastava somente escrever, eu descobri que necessitava da outra ponta. Precisava ser lido, não como uma forma de auto promoção, mas sim como uma espécie de concepção da vida ao texto escrito. Isso mesmo, o ato de escrever é uma espécie gestação. O texto somente se completa com a interação leitor-texto. Não me refiro a concordância por parte do leitor com o que esta escrito. Absolutamente não, o texto deve provocar alguma reação no leitor, seja ela de concordância ou de oposição plena. Acho que esta é a finalidade de qualquer coisa escrita. Deve provocar algum tip

Os vândalos

    Lutei contra este tema. De todas as formas, afinal, hoje é sexta-feira. Mas não tem jeito, minha decepção irá influenciar minha "inspiração". Não me sai da cabeça o vandalismo contra os novos contêineres de lixo em Porto Alegre.      O pior que todos nós sabíamos que isso iria acontecer. Tenho certeza que muitos cidadãos ao tomarem conhecimento da inauguração do novo sistema de recolhimento de lixo pensamos "logo, logo irão depredar estes contêineres. É questão de tempo." Mas no primeiro dia é duro. Não passaram 24 horas da inauguração. Lutei para não escrever sobre este fato lamentável. Mas me sinto atingido também. Me sinto incendiado por dentro. Parece que a cada ato de vandalismos, nós que lutamos diariamente por um vida melhor, perdemos mais uma batalha. Somos surrados por estes vândalos. Por mais que esperemos estas derrotas diárias, algumas nos atingem mais fortemente do que outras.      Sinto que cada vez mais o individual esta se sobrepondo ao coletiv

O rei das Redes Sociais

     - Alcancei mais de 100 mil amigos no Facebook. Já tenho muitas contas no Orkut, todas com o número máximo de amigos. Sem falar que no Linkedin tenho mais de 90 mil conexões.      Túlio comemorou sozinho em seu quarto. Fazia muitos anos que estava nesta loucura de alcançar o maior número possível de amigos virtuais. Chegava em casa e já ia para a frente do computador, ficava toda noite conectado em busca destas amizades. Era uma espécie de especialista em começar amizades virtuais. Estes tempos o google chegou a contactá-lo quando estavam planejando a sua nova Rede Social, o google+. Chegou a ficar uma semana no googleplex, o que foi muito bom, acrescentou um monte de amigos virtuais e ainda por cima conseguiu uma grana. Estes americanos são uns trouxas, pagaram para ele ir dizer um monte de asneiras. Mas pensando bem não são tão trouxas assim, pois logo foi despachados de volta para o Brasil e imediatamente descartado do projeto. Pelo menos recebeu um convite para testar a nova r

Nossa infelicidade diária

     Hoje me deparei com um excelente artigo indicado por uma especial amiga. Aliás, as indicações desta amiga sempre são relevantes, talvez ela seja uma espécie de google para mim. Estes tempos ela me indicou e emprestou o DVD Os Sonhadores, uma obra prima da sétima arte. Cabe aqui uma pequena digressão. Como escrevi estes dias, todos que me cercam indicam algo que possa servir como inspiração para um post. Como é boa esta interação com meus amigos...      Mas, enfim, quero escrever sobre o artigo de autoria de Eliane Brum e que pode ser encontrado no seguinte endereço eletrônico -  Artigo Revista Época, Eliane Brum  -. No texto a autora discorre sobre a nossa inabilidade para lidarmos com frustrações e a responsabilidade de nossos pais neste processo.      Todos esperam a felicidade, mas poucos estão dispostos a lutar por ela. Aliás, a felicidade que todos esperam não seria uma consequência de suas ações, mas sim uma simples decorrência da vida ou mesmo uma cláusula pétrea. O simpl

A chegada de uma mãe...

     Hoje fui esperar minha mãe, sempre é legal este reencontro mãe e filho. Mas ao esperá-la fiquei pensando em que eu poderia escrever hoje. De uns tempos para cá notei que fico com o olhar mais apurado para ver se encontro algo para escrever. Este blog me transformou numa pessoa mais observadora, e por vezes meus amigos e minha companheira de vida me dão dicas sobre o que escrever. Todos estão envolvidos nesta minha loucura diária. Fico feliz com este envolvimento das pessoas que gostam de mim.      Nesta espera me veio à mente o trabalho dos colunistas de jornais que necessitam escrever colunas diárias, faça sol ou faça chuva e, ainda por cima, tem que ser interessante e agregar leitores. Uma tarefa prazerosa que é a escrita, por vezes, pode se transformar no maior dos martírios. Imagino estes cronistas em frente ao computador tendo que escrever algo interessante e que prenda a atenção do leitor. Admiro cada vez mais esta profissão de jornalista.      Aqui neste blog, numa escala

O pintor da praça central

     Não tenho inspiração. Esta foi a conclusão de Elton. Mas tinha que continuar tentando, pois tinham encomendado um quadro para ele.      Disseram que poderia pintar o que quisesse. Só não poderia ser arte abstrata, pois iria atrapalhar os planos do comprador.      Era uma ironia esta falta de inspiração, logo o Elton que pintava quadros rapidamente na rua, no mínimo dois por dia, mas sempre era daquela paisagem de praça, uma coisa bucólica. Desta vez era diferente, era uma encomenda internacional.      Quem havia encomendado parecia ser graúdo. Estava de terno, gravata e óculos escuros. Foi bem claro, teria que estar pronto no máximo no outro dia, pois iria viajar imediatamente. Já havia passado sete horas e nada de vir a tal inspiração. Não queria fazer feio. Poderia pintar aquela velha e surrada paisagem da praça central ou quem sabe aqueles rabiscos que todos chamava de arte abstrata. Não! O comprador foi bem claro, não poderia ser arte abstrata...      Então, num sopro de i

O Brasil tem solução

     O BrasiL, ao que parece, ainda tem solução. Muitos dirão que é vendê-lo. Pura intriga da oposição. Se bem que a oposição no Brasil não existe mais, basta dar-lhes alguns cargos para ficarem mansinhos. É verdade que cada vez mais o apetite por cargos cresce exponencialmente, agora a moda no Brasil é requer a administração de estatais, de empresas públicas ou Ministérios inteiros e de porteira fechada para fazerem o que bem entenderem. E nós continuamos pagando esta salgada conta.      Mas o Brasil tem jeito. Será que estou louco ao afirmar isso. Acho que não. Darei um exemplo que chama a atenção de muitas pessoas. As blitzes da Lei Seca na cidade do Rio de Janeiro. Nos acostumamos a olhar o Rio de Janeiro como uma espécie de microcosmo brasileiro, com todas as dificuldades e deslizes éticos amplificados. Não é um julgamento, mas apenas uma impressão. Nossa história de País é iniciada, basicamente, no Rio com a chegada da Família Real Portuguesa que trouxe a tira-colo a sua falta d