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Mostrando postagens de maio, 2011

Processo criativo e a inspiração. E muitos outros assuntos.

     Inspiração. Será que existe? Será que temos uma luz divina que nos ilumina e nos propicia a sonhada inspiração?      Será que um pintor ao pegar o pincel tem aquele estalo e sai pintando como se estivesse em transe?      Será que o compositor ao encontrar o seu instrumento começa a tocá-lo e a música sai pronta?      Será que escultor ao encontrar um pedaço maciço  de mármore começa a esculpi-lo sem parar, apenas com a inspiração?      Será que o escritor ao separar papel e caneta escreve até terminar a história?      Pode até acontecer uma vez que outra, mas no geral penso que não é assim o processo criativo. É imprescindível transpiração. A transpiração faz parte da criação. No texto de hoje tem mais transpiração do que inspiração... A vida é assim e tem que ser assim. Pois esta história de inspiração nos remete a algo inexplicável, quase divino e não acredito nisso. Acredito no trabalho, na dedicação, na vontade de fazer. No meio artístico atual falta tudo, inspiração, qua

Um Amigo de gêmeos.

     Esta semana encontrei um grande amigo. Um amigo de gêmeos. Este amigo era constante na minha vida, mas de uns anos para cá não vivemos mais na mesma cidade.      A nossa amizade agora não é mais diária. Antigamente, nos encontrávamos toda semana. Sempre tínhamos algo novo para contar ao outro, sempre havia uma troca intensa de felicidade entre nós. Nunca faltava assunto. Que eu me lembre nunca brigamos, nunca houve algum atrito entre nós. Desde 2007 não moramos mais na mesma cidade, fui morar longe das capitais, uns 500 km de distância. Eu vivia uma mudança completa em minha vida, estava começando uma nova vida, longe de todos a quem eu sentia afeto. Fui de mala e cuia para Iraí, aliás a cuia ganhei lá.      Este amigo sempre foi um exemplo para mim, sempre o olhava com admiração e respeito. Quando eu  tinha alguma dúvida me aconselhava com ele. Numa das encruzilhadas da minha vida foi a ele que perguntei qual caminho a seguir, e ele mais uma vez me mostrou o caminho correto.  

Mary Jane e uma trilha com muitos destinos.

     Dependemos de muitas coisas nestes tempos modernos. Esperamos muito, necessitamos cada vez mais da intervenção de terceiros, pouca coisa depende única e exclusivamente de nós. É a famigerada vida em sociedade, ou como dizem, o ônus de viver em sociedade.      Às vezes me dá vontade de viver no meio do mato, sem qualquer dependência de terceiros, queria somente depender de mim, gostaria de determinar o que, como e porque fazer. Queria que somente a necessidade impusesse os limites da minha vida. Mas não é assim que vivemos, paciência.      É uma utopia pensar em viver isolado num lugar. Mas se fosse possível  gostaria que fosse num lugar como a Lagoinha do Leste. Até o nome é convidativo a uma vida de retiro. Pena que a  Lagoinha já não é mais a mesma. Até lá o entorno a invadiu, já domina de uma forma avassaladora. Mas aí já é um outro assunto.      Será que ainda existe um lugar como já foi a Lagoinha do Leste? Lembro a primeira vez que fui lá, fiquei maravilhado, minha vida

Sobrevivendo à modernidade

    Sérgio estava determinado a ultrapassar a resistência de Luiza Helena.     Havia muito tempo que tentava convencê-la das vantagens da sua proposta. Usou de todas as artimanhas, mas ela se revelava refratária a qualquer investida dele.      Sérgio, entre seus amigos, era conhecido pela sua persistência. Nunca desistia de suas empreitadas.      Hoje era o dia  de ir para cima de Luiza Helena e não deixá-la escapar. Pensou em tudo, roupa que vestiria, colocou a colônia Tabu, a sua preferida, e o mais importante, o marido de Luiza Helena sempre saia às 08:30 para o trabalho, portanto, esperaria até as 09:00 e daria o bote.     Às nove horas em ponto tocou a campanhia conforme o planejado. Ao abrir a porta Luiza Helena exclamou:     - Oh! É o senhor!     Ele queria quebrar o gelo e tascou:     - Senhor está no céu.     Luiza Helena pensou, e eu no inferno na frente do diabo. Mas educadamente deu um sorriso e o convidou a entrar.      Sérgio pensou que a coisa estava boa para o

Até quando?

    Um amigo me envia um vídeo de uma brasileira indignada. Uma brasileira que cansou de olhar calada a sua situação de vida. Quem não assistiu, vale a pena assistir, quem já viu vale a pele rever. Nós estamos neste vídeo, nossa indignação está ali.     Até quando estes pseudo governantes e esta falsa elite irão fingir que não escutam o clamor das ruas, a indignação de um povo oprimido pela dura vida que leva.     Até quando iremos suportar governantes que enriquecem de uma hora para outra e alegam sigilo profissional para não revelarem a origem deste aumento astronômico do patrimônio pessoal? Até quando iremos suportar políticos andando em carros blindados e cada vez mais apartados da vida cotidiana, preocupados somente com conchavos políticos? Até quando iremos suportar superfaturamento de obras públicas, desvio em licitações? Até quando?     Amanda Gurgel, esta brasileira que tenta fazer a sua parte, começou a dar um basta na hiprocrisia que nos cerca. Mostrou sua indignação. M

Gustavo Cerati, Soda Stereo e Dias de Tristeza

     Estes dias estava navegando na internet e cruzei com uma notícia avassaladora, pelo menos para mim. Gustavo Cerati sofreu um forte AVC (acidente vascular cerebral) no dia 16 de maio de 2010, se apresentava em Caracas, na Venezuela. Esteve entre a vida e a morte, quando foi submetido a uma cirurgia.  Gustavo segue internado em coma  e respirando com a ajuda de aparelhos em uma sala de cuidados intensivos do Instituto Fleni de Buenos Aires .       No sítio oficial de Cerati me deparo com a seguinte nota:   10 de Mayo de 2011 A pocos días de cumplirse un año del accidente cerebro vascular de Gustavo, queremos compartir con ustedes información acerca del estado en que se encuentra y agradecer a todas las instituciones médicas y sus profesionales por la atención brindada. Tenemos la certeza de que en cada momento y circunstancia ha sido y es la mejor que pueda y deba recibir Sabemos de las muchas demostraciones de afecto y reconocimiento que a diario, seguidores y colegas de Gustav

Café preto sem açúcar...

     Tomavam café em silêncio, era mais uma manhã como todas as outras.      Carlos sorvia em pequenos goles um café preto sem açucar. De repente disse:      - Tu já notou que sempre tomo café preto sem açúcar e tu sempre varia? Um dia café com leite, outro chá ou quem sabe iogurte... Nunca sei o que tu vai tomar de manhã...      A resposta veio rápida:      - Tu quer dizer que sou volúvel?      - Não, somente foi uma constatação. Faz tempo que noto esta tua falta de rotina de manhã. Fiz apenas um comentário e nada mais.      - É, olhando por este lado é verdade. Ontem mesmo tu preparou umas torradas e tomei um café com leite. Hoje este chá.      Mais alguns minutos se passam, os dois se levantam e se dirigem para a garagem, afinal é mais um dias como todos os outros. Se beijam e entram nos seus carros.      Carlos acena, liga o carro e sai primeiro. Lauro pensa,  tudo igual, café preto sem açúcar, beijos e trabalho, esta rotina é que me faz feliz e foi para mais um dia como to

A casa não vai cair...

     Um amigo, aliás, um ótimo amigo escreveu algo que me fez pensar: "... enquanto nos perdemos nos detalhes, contando, classificando... a vida passa e a casa vai caindo, pouco a pouco."      Este amigo em poucas palavras me mostrou o que somos, ou melhor, no que nos transformamos.      Parece que deixamos de lado o quadro para prestarmos atenção na moldura, sabemos tudo sobre este detalhe, o ano da fabricação da madeira, o tipo e forma do corte, esquecemos de olhar o quadro em si. Fechamos os olhos para a pintura...      No início o não entendi, pois o simples nos é tão difícil de entender, sempre estamos  querendo transformar esta simplicidade em algo complexo. Mas esta simplicidade quando nos é revelada nos abre olhos, enxergamos além da moldura, passamos a ver o conteúdo do quadro; nos surpreendemos com o que surge aos nossos incrédulos olhos.      Parece que somos criados para somente fazermos parte de uma grande linha de montagem, sabemos tudo sobre a peça que aper

Tudo como dantes no quartel d´Abrantes.

     Às vezes me pergunto se o ser humano tem jeito?      Como uma raça pode eleger prioridades tão fúteis? Como perdemos tanto tempo com coisas de somenos importância.      Ontem presenciei mais um fato que comprova nossa total inversão de valores. Em todo o Brasil vivenciamos as finais dos campeonatos estaduais de futebol. Um acontecimento restrito ao mundo dos esportes, sim um esporte nacional, mas apenas um esporte. A reação espraida por todo o país foi de um acontecimento estelar. Claro que esta reação tem relação com a nossa falta de perspectivas sociais, a falta de oportunidades de crescimento pessoal. Mas não pode ser só isso. Tem que haver outras explicações para tamanha reação de regozijo. O futebol é uma forma de agregação social, todas as classes interagem com se não houvesse este abismo entre os favorecidos e os desvalidos.      Fico imaginando se colocássemos toda esta energia na luta por melhorias sociais, por uma sociedade mais igualitária e menos discriminatória. Co

Modernidade, botas e amor...

     Este mundo da modernidade é muito frugaz, tudo muda de uma hora para outra. O que hoje é a maior representação da tecnologia, amanhã é totalmente obsoleto. Hoje vivemos o tempo da mudança constante, até mesmo para que haja movimentação econômica, consumo e mais consumo.      O ser humano viveu milhares de anos evoluindo gradativamente, se adaptando ao meio para sobreviver as vicissitudes da vida. Hoje em dia nós seres humanos alteramos o que nos cerca para que este se molde as nossas necessidades. Construímos enormes hidrelétricas alagando milhares de hectares. Para quê? Para  produzir mais energia e satisfazer nossas pequenas necessidades. Criamos cidades dentro de mares para que? Para simplesmente ostentarmos, ou seja, para mostrarmos para os mais desvalidos que existe uma classe social que pode tudo. Erguemos centrais atômicas na zona mais perigosa do mundo e ficamos surpresos quando acontece uma catástrofe anunciada.      Quando de fato iremos evoluir? Quando iremos olhar