Pular para o conteúdo principal

Um blog de amigo e o porquê de escrevermos

     Ontem acessei um blog de um colega de colégio RGB-MCMLXIX-Um Pouco de Tudo. Li e gostei do que encontrei lá.
     Naquele momento mais uma vez me surgiram as perguntas que me assolam há algum tempo. Por que tantas pessoas atualmente escrevem? Por que tantas pessoas têm esta necessidade de expressarem sentimentos?
     Muitas suposições já formulei, nenhuma me convenceu.
     Mas a mais plausível, pelo menos me parece, é de que a sociedade atual está nos transformando em seres cada vez mais iguais. As poucos estão nos transformando numa massa cada vez mais homogênea, pois é mais fácil lucrar com estas semelhanças de gostos e de atitudes. É mais barato produzir a mais variada gama de quinquilharias para uma massa de consumidores que se assemelham, do que ter que descobrir o gosto de grupos específicos e muito diferentes entre si.
     Entretanto, o ser humano não é este grupo amorfo que querem nos transformar e a cada oportunidade tentamos mostrar nossas diferenças, fixamos limites de nossas individualidades,enfim, mostramos quem somos. Seja em nosso jeito de vestir, nos grupos que seguimos, nas músicas que escutamos, no que escrevemos ou lemos. Aí mostramos que não queremos ser um nicho de mercado ou apenas um designativo.
     Então, neste mundo cada vez mais homogeneizado, quando encontramos uma forma de nos diferenciar e ressaltarmos quem e como somos, nos agarramos como se fora uma tábua em alto mar a nos manter vivos... Muitos atualmente escrevem para se manterem vivos nesta vida... eu sou um deles, comecei como uma brincadeira, mais um passatempo, agora vejo como o mais potente remédio... acho que o meu amigo de infância é uma destas pessoas que quer compartilhar com o mundo as suas diferenças e semelhanças...
     Posso estar enganado ou certo, pouco importa... o meu tratamento é este mesmo, apenas escrever... para me manter são e vivo.
Trilha sonora
The Dream Theme -  The Edge - Captive OST
Look What The Cat Dragged In - The Rolling Stones - A Bigger Bang
Second Hand - Bachman-Turner Overdrive - Not Fragile
Start Me Up - The Rolling.Stones - Live Licks
Man in a Suitcase (Live) - The Police - Message in a Box
One Quiet Night - Pat Metheny  - One Quiet Night
Supermassive - Black Hole - Muse - Black Holes And Revelations
Wonderful World - Sam Cooke - Rolling Stone Magazine's 500 Greatest Songs Of All Time
Daniel - Elton John - Greatest Hits 1970-2002 (Disc 1)
Mr. Limousine Driver - Grand Funk Railroad - Grand Funk
Love Found A Home (Album Version) - Christopher Cross - Every Turn Of The World
Love Is the End - Keane - Perfect Symmetry

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A casa não vai cair...

     Um amigo, aliás, um ótimo amigo escreveu algo que me fez pensar: "... enquanto nos perdemos nos detalhes, contando, classificando... a vida passa e a casa vai caindo, pouco a pouco."      Este amigo em poucas palavras me mostrou o que somos, ou melhor, no que nos transformamos.      Parece que deixamos de lado o quadro para prestarmos atenção na moldura, sabemos tudo sobre este detalhe, o ano da fabricação da madeira, o tipo e forma do corte, esquecemos de olhar o quadro em si. Fechamos os olhos para a pintura...      No início o não entendi, pois o simples nos é tão difícil de entender, sempre estamos  querendo transformar esta simplicidade em algo complexo. Mas esta simplicidade quando nos é revelada nos abre olhos, enxergamos além da moldura, passamos a ver o conteúdo do quadro; nos surpreendemos com o que surge aos nossos incrédulos olhos.      Parece que somos criados para somente fazermos part...

Uma história do ponto e da vírgula.

     Ia escrever sobre o cotidiano. Mas não me deu vontade. Então me lembrei de uma pequena altercação entre o ponto e a vírgula. O fato ocorrido que presenciei foi mais ou menos assim...      O ponto sempre foi determinado, sempre certo  do que queria, nunca deu espaço para qualquer tipo de dúvida e constantemente reclamava da vírgula. Dizia que ela era um poço de incertezas, sempre acompanhada de um entretanto, talvez, quem sabe. Isso o ponto não suportava. O ponto estava a pronto para encetar algum ataque. Mas o sempre era demovido pelo ponto de exclamação, este sim o mais respeitado entre os sinais de pontuação.      A vírgula de seu lado sempre reclamava deste ar superior do ponto, sempre encerrando os assuntos, não dando margem para nenhuma discussão. Lá longe a reticências nem dava bola tinha uma vaga idéia de que aquela "desinteligência" iria virar amor.    Não é que um dia num texto mal pontuado, como este, o ...

Modernidade, botas e amor...

     Este mundo da modernidade é muito frugaz, tudo muda de uma hora para outra. O que hoje é a maior representação da tecnologia, amanhã é totalmente obsoleto. Hoje vivemos o tempo da mudança constante, até mesmo para que haja movimentação econômica, consumo e mais consumo.      O ser humano viveu milhares de anos evoluindo gradativamente, se adaptando ao meio para sobreviver as vicissitudes da vida. Hoje em dia nós seres humanos alteramos o que nos cerca para que este se molde as nossas necessidades. Construímos enormes hidrelétricas alagando milhares de hectares. Para quê? Para  produzir mais energia e satisfazer nossas pequenas necessidades. Criamos cidades dentro de mares para que? Para simplesmente ostentarmos, ou seja, para mostrarmos para os mais desvalidos que existe uma classe social que pode tudo. Erguemos centrais atômicas na zona mais perigosa do mundo e ficamos surpresos quando acontece uma catástrofe anunciada.      Qu...