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Mostrando postagens de agosto, 2012

Décollage

     Nada é mais surpreendente do que as relações humanas.      Tudo é muito intenso. A cada esquina somos surpreendidos pelos caminhos que trilhamos.      Em função da minha atividade profissional (sim este blogueiro trabalha) nesta época visito os mais variados cantos da cidade que moro. Transito por bairros pobres e esquecidos pelo poder público e pela sociedade, em outro momento visito os bairros onde a aparência é o que mais importa, onde a riqueza se mede pelo ter e não pelo ser.       O que mexe comigo a cada nova saída é a surpresa de cada encontro, é a necessidade que tenho de criar uma relação com a pessoa que encontro mesmo que seja efêmera. Preciso criar uma empatia entre mim e a pessoa que procuro. A cada encontro é um mundo novo que se vislumbra. Neste ano encontrei as mais diferentes situações. Grávidas, desempregados, empregados em seus ambientes de trabalho, empresários, enfim, me deparo com todos os extratos sociais nestes dias. E, sem exceção, é um aprendizado sem

Catavento

     Cada vez mais tenho rascunhos.      A vida é um rascunho que não consegue virar um texto a ser publicado. Rascunho com várias páginas rasuradas, frases deletadas, parágrafos inteiros sem sentido, frases soltas, virgulas mal colocadas. Esta é a vida de todos os dias. Cada dia escrevemos um rascunho que não é publicado, um rascunho sem nenhum sentido. A vida é um grande rascunho sem sentido. Nos deixamos perder entre sujeitos e objetos diretos ou indiretos.      Rascunhos se tornam a vida real de tempos em tempos, assumem o papel central do enredo da vida. Cansei de tentar entender as dificuldades do dia a dia. Cansei de errar da mesma forma, cansei de me olhar e não me reconhecer. Agora quero novos erros e os mesmos acertos. Acerto pouco e erro muito. Quero inverter esta lógica. Quero apenas entender os rascunhos e escrever o texto da vida, sem frases deletadas ou parágrafos sem sentido. Sempre parece que não irei conseguir, por vezes me perco em frases soltas.      Hoje, apenas

Uma formatura.

     Por muito tempo imaginei o que era a felicidade.      Nestes últimos tempos me dei conta que não sabia nada a respeito deste sentimento. Um  dos dias mais felizes da minha vida foi quando me formei, lembro como se fora hoje aquele sentimento. Parecia que eu estava numa outra dimensão. Na última sexta-feira fui na formatura de um grande amigo. Um amigo de poucos anos, mas intensos anos. Um amigo que pensa em um mundo melhor, um amigo que acredita no ser humano (eu acredito com algumas reservas). Ao entrar naquele Salão para acompanhar a formatura deste amigo me lembrei do dia que eu estava naquela mesma posição. Lembro do menino (sim, eu era um menino, mesmo que estivesse com seus 23 anos). Lembro que acreditava que um novo mundo era possível. Acreditava piamente. Tinha certeza que construiríamos juntos este novo mundo. Hoje acredito, mas confesso que não tenho tanta certeza. Os anos me ensinaram que a mudança é um processo dolorido e cheio de caminhos, nem todos levam a tão esper