Nada é mais surpreendente do que as relações humanas.
Tudo é muito intenso. A cada esquina somos surpreendidos pelos caminhos que trilhamos.
Em função da minha atividade profissional (sim este blogueiro trabalha) nesta época visito os mais variados cantos da cidade que moro. Transito por bairros pobres e esquecidos pelo poder público e pela sociedade, em outro momento visito os bairros onde a aparência é o que mais importa, onde a riqueza se mede pelo ter e não pelo ser.
O que mexe comigo a cada nova saída é a surpresa de cada encontro, é a necessidade que tenho de criar uma relação com a pessoa que encontro mesmo que seja efêmera. Preciso criar uma empatia entre mim e a pessoa que procuro. A cada encontro é um mundo novo que se vislumbra. Neste ano encontrei as mais diferentes situações. Grávidas, desempregados, empregados em seus ambientes de trabalho, empresários, enfim, me deparo com todos os extratos sociais nestes dias. E, sem exceção, é um aprendizado sem fim. A cada sorriso eu me realizo. A cada rosto não tão satisfeito aprendo a ser mais tolerante, menos prepotente.
Estes dias estava conversando com um colega de trabalho que me disse que todos nós deveríamos ir em cada arrabalde de nossas cidades para aprendermos ou no depararmos com a vida real. Sempre pensei assim, tanto que quando viajo em férias eu visito as regiões que não fazem parte dos cartões postais das cidades, ali a vida pulsa de forma real. Gosto de perceber a vida como ela é, mesmo que seja em preto e branco. Por vezes preciso sair deste mundo de conforto em que vivo. Sentir a vida real.
Nestas minhas andanças formo uma espécie de Décollage da vida que me cerca. A cada dois anos vivo intensamente esta experiência. Nestes anos sinto na pele que o mundo real é muito diferente do que passa na tela da Globo. A vida real é por vezes sofrida, alegre, sem muitas expectativas, é atemporal, dinâmica, é tudo isso e muito mais. Um fato marcante neste ano para mim foi perceber que o número alarmante de desempregados. A cada novo endereço que encontro e consigo falar com quem procuro é perceptível que pelo menos uma pessoa está desempregada. Às vezes mais do que um membro da família está na mesma situação. Estes dias sai muito cedo de casa e passei na frente do SINE e constatei um fila enorme. Estas duas situações mexeram comigo, pois ao ler jornais e ao assistir os telejornais não encontro esta informação. Talvez seja uma percepção errônea minha, talvez a cidade que eu moro esteja sofrendo mais com a tal crise. Talvez não. Tenho a sensação que a verdade é escondida da população. É uma sensação, forte, mas apenas uma sensação. O tempo nos dirá se é a realidade escondida de todos nós.
Mas este post não é sobre crise, não é sobre desemprego, é apenas sobre relações interpessoais. Sobre o prazer de conversar com as pessoas, de como é bom perceber a vida pulsando ao nosso redor, de como aprendemos com as pessoas que encontramos pelo caminho. Tenho certeza que a cada novo encontro me descubro melhor. Talvez no futuro eu realmente me transforme em quem eu acho que sou...
PS: Depois de algum tempo volto a escrever, neste tempo apenas vivi a vida. E mais uma vez a vida me provou que é mesmo para ser vivida na sua mais intensa forma.
Trilha Sonora:
Décollage - Bajofondo - TangoClub - Supervielle
Quem te viu, quem te vê - Chico Buarque - Coletânea
Love Is Love (In Any Language) - Christopher Cross - Every Turn Of The World
While My Guitar Gently Weeps - The Beatles - Clássicos Rock 500
Eight Days A Week - The Beatles - Clássicos Rock 500
Baker St. Muse - Jethro Tull - Minstrel In The Gallery
Surrender - Cheap Trick - Rolling Stone Magazine's 500 Greatest Songs Of All Time
Lady Marmalade - LaBelle - Rolling Stone Magazine's 500 Greatest Songs Of All Time
Tudo é muito intenso. A cada esquina somos surpreendidos pelos caminhos que trilhamos.
Em função da minha atividade profissional (sim este blogueiro trabalha) nesta época visito os mais variados cantos da cidade que moro. Transito por bairros pobres e esquecidos pelo poder público e pela sociedade, em outro momento visito os bairros onde a aparência é o que mais importa, onde a riqueza se mede pelo ter e não pelo ser.
O que mexe comigo a cada nova saída é a surpresa de cada encontro, é a necessidade que tenho de criar uma relação com a pessoa que encontro mesmo que seja efêmera. Preciso criar uma empatia entre mim e a pessoa que procuro. A cada encontro é um mundo novo que se vislumbra. Neste ano encontrei as mais diferentes situações. Grávidas, desempregados, empregados em seus ambientes de trabalho, empresários, enfim, me deparo com todos os extratos sociais nestes dias. E, sem exceção, é um aprendizado sem fim. A cada sorriso eu me realizo. A cada rosto não tão satisfeito aprendo a ser mais tolerante, menos prepotente.
Estes dias estava conversando com um colega de trabalho que me disse que todos nós deveríamos ir em cada arrabalde de nossas cidades para aprendermos ou no depararmos com a vida real. Sempre pensei assim, tanto que quando viajo em férias eu visito as regiões que não fazem parte dos cartões postais das cidades, ali a vida pulsa de forma real. Gosto de perceber a vida como ela é, mesmo que seja em preto e branco. Por vezes preciso sair deste mundo de conforto em que vivo. Sentir a vida real.
Nestas minhas andanças formo uma espécie de Décollage da vida que me cerca. A cada dois anos vivo intensamente esta experiência. Nestes anos sinto na pele que o mundo real é muito diferente do que passa na tela da Globo. A vida real é por vezes sofrida, alegre, sem muitas expectativas, é atemporal, dinâmica, é tudo isso e muito mais. Um fato marcante neste ano para mim foi perceber que o número alarmante de desempregados. A cada novo endereço que encontro e consigo falar com quem procuro é perceptível que pelo menos uma pessoa está desempregada. Às vezes mais do que um membro da família está na mesma situação. Estes dias sai muito cedo de casa e passei na frente do SINE e constatei um fila enorme. Estas duas situações mexeram comigo, pois ao ler jornais e ao assistir os telejornais não encontro esta informação. Talvez seja uma percepção errônea minha, talvez a cidade que eu moro esteja sofrendo mais com a tal crise. Talvez não. Tenho a sensação que a verdade é escondida da população. É uma sensação, forte, mas apenas uma sensação. O tempo nos dirá se é a realidade escondida de todos nós.
Mas este post não é sobre crise, não é sobre desemprego, é apenas sobre relações interpessoais. Sobre o prazer de conversar com as pessoas, de como é bom perceber a vida pulsando ao nosso redor, de como aprendemos com as pessoas que encontramos pelo caminho. Tenho certeza que a cada novo encontro me descubro melhor. Talvez no futuro eu realmente me transforme em quem eu acho que sou...
PS: Depois de algum tempo volto a escrever, neste tempo apenas vivi a vida. E mais uma vez a vida me provou que é mesmo para ser vivida na sua mais intensa forma.
Trilha Sonora:
Décollage - Bajofondo - TangoClub - Supervielle
Quem te viu, quem te vê - Chico Buarque - Coletânea
Love Is Love (In Any Language) - Christopher Cross - Every Turn Of The World
While My Guitar Gently Weeps - The Beatles - Clássicos Rock 500
Eight Days A Week - The Beatles - Clássicos Rock 500
Baker St. Muse - Jethro Tull - Minstrel In The Gallery
Surrender - Cheap Trick - Rolling Stone Magazine's 500 Greatest Songs Of All Time
Lady Marmalade - LaBelle - Rolling Stone Magazine's 500 Greatest Songs Of All Time
ou não.
ResponderExcluir