Todos sabemos como é a vida que nos cerca. Pelo menos deveríamos saber. Temos consciência que a miséria é real. Também é verdade que vivemos numa espécie de redoma protetora onde a vida real fica apartada do nosso cotidiano. De tempos em tempos a vida de faz de conta que levamos é invadido pela dura e sofrida realidade.
A preocupação do Brasil como um todo está direcionada para a Copa do Mundo de 2014, todos os esforços do país está centrado em preparar este grande evento.
Um país voltado para a Copa do Mundo.
Um país de costas para o seu povo sofrido.
O Brasil só pensa em receber os turistas, realizar as obras de mobilidade urbana exigidas pela FIFA, construir estádios faraônicos, acessos, aeroportos, enfim, parece que nossa vida, fora da Copa, não existe.
E o povo brasileiro como é encarado? Os desvalidos são tratados como um incômodo, uma mancha na imagem de prosperidade que queremos passar para o resto do mundo. A sexta economia do mundo, por breves momentos a quinta, quer fazer bonito para os "gringos", quer se apresentar como uma economia pujante. Esquecem que somos um país de miseráveis e desamparados. Os donos do poder esquecem que vivemos aqui há mais de 500 anos e não percebemos a riqueza ser distribuída com menos desigualdade. Nem sonho em ver a riqueza ser distribuída de forma igualitária, pois aí seria um delírio.
Esta reflexão se originou quando assisti um vídeo feito na Vila Liberdade, local humilde de Porto Alegre onde muitas casas incendiaram na semana passada. É tocante, assista: Vídeo Vila Liberdade. É um verdadeiro choque de realidade. No vídeo é possível perceber algumas imagens da Arena do Grêmio, estádio recentemente construído e que não será utilizado na Copa do Mundo (talvez seja apenas um campo de treinamento), mas foi construído usando alguns incentivos fiscais. Um raro exemplo de estádio que não foi erguido às custas dos combalidos cofres públicos.
Outra reportagem também me chamou a atenção hoje: Gastos com obras da Copa do Mundo. Já foram alocados 26,5 BILHÕES DE REAIS em obras para a Copa do Mundo. O investimento total previsto é de R$ 33 bilhões. É dinheiro em qualquer parte do mundo, ainda mais que deste total - 97,7% - é bancado pelo poder público. Ou seja, dinheiro de todos nós. Muito pouco é oriundo da iniciativa privada.
O contraste entre a riqueza das obras para Copa do Mundo e a miséria por que passam muitos brasileiros é ofensivo. Alguns dirão que as obras ficarão como legado da Copa. Sim, é verdade. Era o só o que faltava não ficar nada de legado depois de o país desembolsar 33 bilhões de reais. Outros dirão que se não houvesse a Copa não haveria tanta obra. Pergunto. Por quê? Nossos governantes só agem sob pressão. Se a resposta for sim, devemos pressioná-los para fazerem obras para o país. Devemos pressioná-los para melhorar a vida de todos. Devemos pressioná-los para que, de fato, governem para todos e não para alguns. Simples assim. Deveríamos fazer tanta coisa, mas delegamos a outros e nos acomodamos em nossos mundos de faz de conta. Nos escondemos por detrás dos impostos pagos e não cobramos do nossos governantes um melhor fazer. Não sou daqueles que só vêem erros no Brasil, temos coisas boas e más, como qualquer país. O que me incomoda é que não aprendemos com a nossa história. Repetimos erros por gerações e gerações. Só queria que aprendêssemos a ser melhores e não ficarmos acomodados vendo a história se repetir.
Tenho consciência que não há solução a curto prazo. Não sou ingênuo. Mas isso não quer dizer que temos que nos contentar como as coisas são feitas. Não mesmo. Devemos fazer alguma coisa. Sinceramente não sei o que, pois se soubesse já teria feito. Mas tenho a impressão que precisamos ser mais presentes. Não podemos simplesmente virar as costas para os problemas. Temos que encarar de frente e perceber o que tem que ser feito. Não será fácil nos encarar e encarar este Brasil que por vezes renegamos, mas é necessário, pois a Copa irá passar e todos nos continuaremos a viver aqui. Na Copa do Mundo nosso país será o melhor de todos os mundos, mas passada a final a vida de todos os dias se fará presente e a conta será apresentada a todos, inclusive os que nada tem. E tenham certeza será alta.
Trilha Sonora:
Knights Of Cydonia (Live) - Muse - Haarp (Live At Wembley)
Pearly-Dewdrops' Drops - Cocteau Twins - Stars & Topsoil: A Collection (1982-1990)
Free Wheelin' - Bachman-Turner Overdrive - Not Fragile
Lust For Life - Iggy Pop - Rolling Stone Magazine's 500 Greatest Songs Of All Time
Stairway to Heaven (Instrumental, Take 2, Take 3 & Take 4) - Led Zeppelin Stairway Sessions
Angie - The Rolling Stones - Grrr!
Theme from New York, New York - Frank Sinatra - Duets
Do Leme Ao Pontal - Tim Maia - In Concert
God Only Knows - The Beach Boys - Rolling Stone Magazine's 500 Greatest Songs Of All Time
A preocupação do Brasil como um todo está direcionada para a Copa do Mundo de 2014, todos os esforços do país está centrado em preparar este grande evento.
Um país voltado para a Copa do Mundo.
Um país de costas para o seu povo sofrido.
O Brasil só pensa em receber os turistas, realizar as obras de mobilidade urbana exigidas pela FIFA, construir estádios faraônicos, acessos, aeroportos, enfim, parece que nossa vida, fora da Copa, não existe.
E o povo brasileiro como é encarado? Os desvalidos são tratados como um incômodo, uma mancha na imagem de prosperidade que queremos passar para o resto do mundo. A sexta economia do mundo, por breves momentos a quinta, quer fazer bonito para os "gringos", quer se apresentar como uma economia pujante. Esquecem que somos um país de miseráveis e desamparados. Os donos do poder esquecem que vivemos aqui há mais de 500 anos e não percebemos a riqueza ser distribuída com menos desigualdade. Nem sonho em ver a riqueza ser distribuída de forma igualitária, pois aí seria um delírio.
Esta reflexão se originou quando assisti um vídeo feito na Vila Liberdade, local humilde de Porto Alegre onde muitas casas incendiaram na semana passada. É tocante, assista: Vídeo Vila Liberdade. É um verdadeiro choque de realidade. No vídeo é possível perceber algumas imagens da Arena do Grêmio, estádio recentemente construído e que não será utilizado na Copa do Mundo (talvez seja apenas um campo de treinamento), mas foi construído usando alguns incentivos fiscais. Um raro exemplo de estádio que não foi erguido às custas dos combalidos cofres públicos.
Outra reportagem também me chamou a atenção hoje: Gastos com obras da Copa do Mundo. Já foram alocados 26,5 BILHÕES DE REAIS em obras para a Copa do Mundo. O investimento total previsto é de R$ 33 bilhões. É dinheiro em qualquer parte do mundo, ainda mais que deste total - 97,7% - é bancado pelo poder público. Ou seja, dinheiro de todos nós. Muito pouco é oriundo da iniciativa privada.
O contraste entre a riqueza das obras para Copa do Mundo e a miséria por que passam muitos brasileiros é ofensivo. Alguns dirão que as obras ficarão como legado da Copa. Sim, é verdade. Era o só o que faltava não ficar nada de legado depois de o país desembolsar 33 bilhões de reais. Outros dirão que se não houvesse a Copa não haveria tanta obra. Pergunto. Por quê? Nossos governantes só agem sob pressão. Se a resposta for sim, devemos pressioná-los para fazerem obras para o país. Devemos pressioná-los para melhorar a vida de todos. Devemos pressioná-los para que, de fato, governem para todos e não para alguns. Simples assim. Deveríamos fazer tanta coisa, mas delegamos a outros e nos acomodamos em nossos mundos de faz de conta. Nos escondemos por detrás dos impostos pagos e não cobramos do nossos governantes um melhor fazer. Não sou daqueles que só vêem erros no Brasil, temos coisas boas e más, como qualquer país. O que me incomoda é que não aprendemos com a nossa história. Repetimos erros por gerações e gerações. Só queria que aprendêssemos a ser melhores e não ficarmos acomodados vendo a história se repetir.
Tenho consciência que não há solução a curto prazo. Não sou ingênuo. Mas isso não quer dizer que temos que nos contentar como as coisas são feitas. Não mesmo. Devemos fazer alguma coisa. Sinceramente não sei o que, pois se soubesse já teria feito. Mas tenho a impressão que precisamos ser mais presentes. Não podemos simplesmente virar as costas para os problemas. Temos que encarar de frente e perceber o que tem que ser feito. Não será fácil nos encarar e encarar este Brasil que por vezes renegamos, mas é necessário, pois a Copa irá passar e todos nos continuaremos a viver aqui. Na Copa do Mundo nosso país será o melhor de todos os mundos, mas passada a final a vida de todos os dias se fará presente e a conta será apresentada a todos, inclusive os que nada tem. E tenham certeza será alta.
Trilha Sonora:
Knights Of Cydonia (Live) - Muse - Haarp (Live At Wembley)
Pearly-Dewdrops' Drops - Cocteau Twins - Stars & Topsoil: A Collection (1982-1990)
Free Wheelin' - Bachman-Turner Overdrive - Not Fragile
Lust For Life - Iggy Pop - Rolling Stone Magazine's 500 Greatest Songs Of All Time
Stairway to Heaven (Instrumental, Take 2, Take 3 & Take 4) - Led Zeppelin Stairway Sessions
Angie - The Rolling Stones - Grrr!
Theme from New York, New York - Frank Sinatra - Duets
Do Leme Ao Pontal - Tim Maia - In Concert
God Only Knows - The Beach Boys - Rolling Stone Magazine's 500 Greatest Songs Of All Time
Comentários
Postar um comentário
Interaja com Ledventure...