Todos reclamam que esta geração é sem causa. Que não lutam pelos seus ideais, que são uns almofadinhas.
Ouvimos esta cantilena por anos. Nos chamam de geração perdida.
Quando a geração perdida resolveu sair da frente dos computadores, quando resolveu deixar de lado o conforto de suas casas e saíram às ruas são tachados, para surpresa de todos, de arruaceiros e de inconsequentes.
Como compatibilizar estes dois discursos?
Como entender estes esquizofrênicos "formadores de opinião"?
Os acontecimentos dos últimos dias me fazem ter a certeza que quem se diz formador de opinião vive em um mundo apartado da realidade. Os jornalões e a grande mídia não se dão conta, mas o trem da história está passando. Quem não conseguir entender os tempos atuais ficará para trás. Este discurso não tem mais espaço no mundo que vivemos. Definitivamente perderam o contato com a vida real. O mundo da diversidade de opiniões não consegue conviver harmonicamente com o mundo asséptico dos formadores de opinião. Estamos vivendo mais um momento de rompimento, de tencionamento das relações sociais. O trem já partiu, quem não se der conta deste fato ficará com o pé em outro momento da história.
Ao nosso redor tudo está pulsando. Mas querem que vivamos num mundo de opinião única. Opinião imposta pelos mesmos de sempre. Este tempo passou. Fica cada vez mais no passado.
A cada novo amanhã percebemos que podemos ter o controle em nossas mãos, cada dia percebemos que no passado a mídia detinha o controle de tudo que nos cercava. Agora este controle não é mais tão fácil como outrora. Agora temos milhares de versões ao nosso redor, podemos sopesar os fatos, temos a nossa disposição mecanismos infindáveis proporcionado pelo mundo virtual e impensáveis no passado. Hoje é mais fácil organizar movimentos, não precisamos mais de panfletos, mimeógrafos, jornais clandestinos ou outras formas artesanais de mobilização. Atualmente um simples enter é capaz de mobilizar milhares de pessoas. Aquele mesmo enter que nos acomodava agora é uma espécie de estopim. Parece que aprendemos que o mundo virtual não muda a realidade por si só, entendemos que é um instrumento, enfim, entendemos que é preciso sair às ruas.
Entretanto, nem tudo são flores no caminho. Aquela geração que cobrava, a geração que tachava a outra de omissa, agora grita, mas não em apoio, mas sim em crítica, tacham os manifestantes de "anarquista inúteis". Ao meu sentir inúteis são os mesmos de sempre, aqueles que autoproclamam-se formadores de opinião, aqueles mesmos que tem lado e sempre é o oposto de todos nós. Aqueles competentes de coisa nenhuma (parafraseando Vitor Ramil) querem impor suas convicções. Querem manter as coisas como estão, ou seja, beneficiando os mesmos em detrimento de todos os outros.
Como sempre fizeram desde os primórdios dos tempos, desejam nos manter abaixo deles, querem nos manter omissos para que eles continuem ditando as regras a serem cumpridas pela "jaguarada". Cansamos deste enredo, cansamos de fazer como "eles" querem, queremos fazer do nosso jeito, queremos errar ou acertar pela nossa cabeça. A "geração perdida", os "anarquistas inúteis" resolveram acordar e deixar o berço esplêndido e estão saindo às ruas para gritar que a vida não é como "eles" dizem que é. A vida que vivemos é diferente, sofremos na vida real. Muito embora nos digam que vivemos no paraíso. Cansamos deste mundo de faz de conta e resolvemos gritar contra tudo isso. Não me digam que não há motivos para mobilizações, basta sairmos de casa e cruzamos qualquer esquina, com certeza não há motivos para ficarmos em casa. As ruas mostram como é a vida de todos os dias. Não é apenas um problema político, mas também político que deve ser enfrentado política, não somente a política partidária, mas a política originária, ou seja, tudo que se relaciona com a pólis.
A velha oligarquia carcomida pelo tempo agora quer entrar no embalo dos protestos para tirar algum proveito, como sempre fizeram em toda a história. Desta vez, ao que parece, será mais difícil nos engambelar, estamos mais resistentes ao canto da sereia, não é qualquer migalha que irá nos calar. Queremos, enfim, gozar no final. Querem de toda forma rotular este movimento. Criam as mais variadas teorias. Mais uma vez erram feito. Este movimento ao que parece esta descolado de qualquer entidade, líder ou lideranças. É uma espécie de hidra, muitas cabeças... E os mesmos de sempre não se dão conta deste fato. Quando perceberem será tarde, o castelo de cartas estará no chão.
Pode ser que no amanhã não se tenha mais notícia de qualquer movimento de protesto (o que duvido), mas todos nós teremos a certeza de que é possível, basta sairmos e mostrarmos nossa indignação. Os mesmos de sempre agora sentirão a dúvida no ar, não é mais possível continuar a jogar um jogo de cartas marcadas. Estamos neste jogo e não somos mais o João Bobo, é melhor nos respeitarem, nos ouvirem, caso contrário temos a certeza que viraremos o jogo.
Trilha Sonora:
En La Ciudad De La Furia - Comfort Y Musica Para Volar - Soda Stereo
Nestes tempos não consigo ouvir outra música.
Ouvimos esta cantilena por anos. Nos chamam de geração perdida.
Quando a geração perdida resolveu sair da frente dos computadores, quando resolveu deixar de lado o conforto de suas casas e saíram às ruas são tachados, para surpresa de todos, de arruaceiros e de inconsequentes.
Como compatibilizar estes dois discursos?
Como entender estes esquizofrênicos "formadores de opinião"?
Os acontecimentos dos últimos dias me fazem ter a certeza que quem se diz formador de opinião vive em um mundo apartado da realidade. Os jornalões e a grande mídia não se dão conta, mas o trem da história está passando. Quem não conseguir entender os tempos atuais ficará para trás. Este discurso não tem mais espaço no mundo que vivemos. Definitivamente perderam o contato com a vida real. O mundo da diversidade de opiniões não consegue conviver harmonicamente com o mundo asséptico dos formadores de opinião. Estamos vivendo mais um momento de rompimento, de tencionamento das relações sociais. O trem já partiu, quem não se der conta deste fato ficará com o pé em outro momento da história.
Ao nosso redor tudo está pulsando. Mas querem que vivamos num mundo de opinião única. Opinião imposta pelos mesmos de sempre. Este tempo passou. Fica cada vez mais no passado.
A cada novo amanhã percebemos que podemos ter o controle em nossas mãos, cada dia percebemos que no passado a mídia detinha o controle de tudo que nos cercava. Agora este controle não é mais tão fácil como outrora. Agora temos milhares de versões ao nosso redor, podemos sopesar os fatos, temos a nossa disposição mecanismos infindáveis proporcionado pelo mundo virtual e impensáveis no passado. Hoje é mais fácil organizar movimentos, não precisamos mais de panfletos, mimeógrafos, jornais clandestinos ou outras formas artesanais de mobilização. Atualmente um simples enter é capaz de mobilizar milhares de pessoas. Aquele mesmo enter que nos acomodava agora é uma espécie de estopim. Parece que aprendemos que o mundo virtual não muda a realidade por si só, entendemos que é um instrumento, enfim, entendemos que é preciso sair às ruas.
Entretanto, nem tudo são flores no caminho. Aquela geração que cobrava, a geração que tachava a outra de omissa, agora grita, mas não em apoio, mas sim em crítica, tacham os manifestantes de "anarquista inúteis". Ao meu sentir inúteis são os mesmos de sempre, aqueles que autoproclamam-se formadores de opinião, aqueles mesmos que tem lado e sempre é o oposto de todos nós. Aqueles competentes de coisa nenhuma (parafraseando Vitor Ramil) querem impor suas convicções. Querem manter as coisas como estão, ou seja, beneficiando os mesmos em detrimento de todos os outros.
Como sempre fizeram desde os primórdios dos tempos, desejam nos manter abaixo deles, querem nos manter omissos para que eles continuem ditando as regras a serem cumpridas pela "jaguarada". Cansamos deste enredo, cansamos de fazer como "eles" querem, queremos fazer do nosso jeito, queremos errar ou acertar pela nossa cabeça. A "geração perdida", os "anarquistas inúteis" resolveram acordar e deixar o berço esplêndido e estão saindo às ruas para gritar que a vida não é como "eles" dizem que é. A vida que vivemos é diferente, sofremos na vida real. Muito embora nos digam que vivemos no paraíso. Cansamos deste mundo de faz de conta e resolvemos gritar contra tudo isso. Não me digam que não há motivos para mobilizações, basta sairmos de casa e cruzamos qualquer esquina, com certeza não há motivos para ficarmos em casa. As ruas mostram como é a vida de todos os dias. Não é apenas um problema político, mas também político que deve ser enfrentado política, não somente a política partidária, mas a política originária, ou seja, tudo que se relaciona com a pólis.
A velha oligarquia carcomida pelo tempo agora quer entrar no embalo dos protestos para tirar algum proveito, como sempre fizeram em toda a história. Desta vez, ao que parece, será mais difícil nos engambelar, estamos mais resistentes ao canto da sereia, não é qualquer migalha que irá nos calar. Queremos, enfim, gozar no final. Querem de toda forma rotular este movimento. Criam as mais variadas teorias. Mais uma vez erram feito. Este movimento ao que parece esta descolado de qualquer entidade, líder ou lideranças. É uma espécie de hidra, muitas cabeças... E os mesmos de sempre não se dão conta deste fato. Quando perceberem será tarde, o castelo de cartas estará no chão.
Pode ser que no amanhã não se tenha mais notícia de qualquer movimento de protesto (o que duvido), mas todos nós teremos a certeza de que é possível, basta sairmos e mostrarmos nossa indignação. Os mesmos de sempre agora sentirão a dúvida no ar, não é mais possível continuar a jogar um jogo de cartas marcadas. Estamos neste jogo e não somos mais o João Bobo, é melhor nos respeitarem, nos ouvirem, caso contrário temos a certeza que viraremos o jogo.
Trilha Sonora:
En La Ciudad De La Furia - Comfort Y Musica Para Volar - Soda Stereo
Nestes tempos não consigo ouvir outra música.
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