Pular para o conteúdo principal

Por quê?

   Como ando sem tempo e inspiração para escrever, enviei um e-mail para o Take it Easy e pedi um post a ser publicado aqui no LedVenture. Não há nada mais triste do que um blogueiro sem inspiração. Este amigo desconhecido percebendo a inanição criativa a que estou submetido, imediatamente enviou o post abaixo publicado. Antes do post de hoje, Take já havia escrito: "Vai lá e seja feliz" e O nosso sol de todos os dias.... talvez daqui uns dias eu deixe o LedVenture para o Take it Easy administrar. Por enquanto solicito a ele alguns textos até que volte a inspiração a este blogueiro neófito. Por fim, saliento que a trilha sonora escolhida pelo cara é de apenas uma música, uma senhora música, a qual tenho um grande apreço. Parece que o Take gosta da boa música. Boa leitura e obrigado Take.


Por Take it Easy
     Por quê?
     Começar com um pergunta é estranho. Ainda mais um post neste blog perdido na net. Talvez afugente os poucos leitores, talvez não.
     Mas o porquê às vezes parece claro. Precisamos sentir a vida pulsando, precisamos ver sentido em tudo que nos cerca. Por vezes tudo parece sem muito ou nenhum sentido, esta é uma verdade ou uma entre tantas verdades. Buscamos o sentido como o inseto procura a luz. Nesta procura o inseto acaba morrendo quando encontra a luz. Mas faz parte da sua condição. E é da nossa condição buscarmos sentido nas coisas. Mesmo que esta procura nos mate. Mas, ao contrário do inseto,  nunca encontramos o sentido, por isso continuamos a viver. Nos mantemos vivos e felizes. Sou óbvio, sou previsível, sou essencialmente humano. Esta é minha condição. Luto para descobrir o sentido de tantos encontros e desencontros, luto para entender tudo que me cerca. Mas a cada dia tenho mais certeza que tudo pulsa meio sem sentido, apenas por pulsar. A vida pode ser esta sucessão de ações e omissões. Simples e sem sentido nenhum.
     Depois de alguns anos descobri que pouco importam as respostas, mas sim o caminho para encontrá-las. O sentido de tudo que nos cerca está no caminho que trilhamos e de nossas escolhas neste caminho. Não temos certeza de nada, mas aprendemos a cada curva desta estrada. Nos desapegamos, nos separamos, nos juntamos, nos separamos novamente. Esta é a nossa vida. Formar e desformar. Reitero, sou óbvio, sou previsível, sou essencialmente humano.
     Por que escrevo sobre isso. Simples, descobri que, enfim, estou caminhando com as minhas pernas. Não sei onde elas irão me levar, mas estou preparado para conhecer este caminho que se abre no final deste dia. Você que está lendo talvez não entenda, eu que escrevo talvez não entenda também, mas sinto que tudo irá mudar. Nestes anos aprendi que não posso apenas seguir em frente. Descobri que tenho que tirar a rede de segurança. De nada vale andar com a rede a me proteger. Não tem graça, não tem sentido. E por quê? Não sei, somente tirei a proteção lá de baixo. Agora é andar e tentar se equilibrar no cabo de aço que está estendido. Caminhando no início com muito cuidado e depois até se arriscando a dar alguns saltos, quem sabe até correr. E chegará o dia que caminharei como se a rede de proteção estivesse lá. Neste dia tirarei o cabo, então, apenas flutuarei.

Trilha Sonora:
Are You Going With Me? - Travels (Disc 1) - Pat Metheny Group




Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A casa não vai cair...

     Um amigo, aliás, um ótimo amigo escreveu algo que me fez pensar: "... enquanto nos perdemos nos detalhes, contando, classificando... a vida passa e a casa vai caindo, pouco a pouco."      Este amigo em poucas palavras me mostrou o que somos, ou melhor, no que nos transformamos.      Parece que deixamos de lado o quadro para prestarmos atenção na moldura, sabemos tudo sobre este detalhe, o ano da fabricação da madeira, o tipo e forma do corte, esquecemos de olhar o quadro em si. Fechamos os olhos para a pintura...      No início o não entendi, pois o simples nos é tão difícil de entender, sempre estamos  querendo transformar esta simplicidade em algo complexo. Mas esta simplicidade quando nos é revelada nos abre olhos, enxergamos além da moldura, passamos a ver o conteúdo do quadro; nos surpreendemos com o que surge aos nossos incrédulos olhos.      Parece que somos criados para somente fazermos part...

Uma história do ponto e da vírgula.

     Ia escrever sobre o cotidiano. Mas não me deu vontade. Então me lembrei de uma pequena altercação entre o ponto e a vírgula. O fato ocorrido que presenciei foi mais ou menos assim...      O ponto sempre foi determinado, sempre certo  do que queria, nunca deu espaço para qualquer tipo de dúvida e constantemente reclamava da vírgula. Dizia que ela era um poço de incertezas, sempre acompanhada de um entretanto, talvez, quem sabe. Isso o ponto não suportava. O ponto estava a pronto para encetar algum ataque. Mas o sempre era demovido pelo ponto de exclamação, este sim o mais respeitado entre os sinais de pontuação.      A vírgula de seu lado sempre reclamava deste ar superior do ponto, sempre encerrando os assuntos, não dando margem para nenhuma discussão. Lá longe a reticências nem dava bola tinha uma vaga idéia de que aquela "desinteligência" iria virar amor.    Não é que um dia num texto mal pontuado, como este, o ...

Modernidade, botas e amor...

     Este mundo da modernidade é muito frugaz, tudo muda de uma hora para outra. O que hoje é a maior representação da tecnologia, amanhã é totalmente obsoleto. Hoje vivemos o tempo da mudança constante, até mesmo para que haja movimentação econômica, consumo e mais consumo.      O ser humano viveu milhares de anos evoluindo gradativamente, se adaptando ao meio para sobreviver as vicissitudes da vida. Hoje em dia nós seres humanos alteramos o que nos cerca para que este se molde as nossas necessidades. Construímos enormes hidrelétricas alagando milhares de hectares. Para quê? Para  produzir mais energia e satisfazer nossas pequenas necessidades. Criamos cidades dentro de mares para que? Para simplesmente ostentarmos, ou seja, para mostrarmos para os mais desvalidos que existe uma classe social que pode tudo. Erguemos centrais atômicas na zona mais perigosa do mundo e ficamos surpresos quando acontece uma catástrofe anunciada.      Qu...