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Mostrando postagens de novembro, 2012

Traficante de felicidade

     Um olhar distante.      Um pensamento sem sentido. Passos rápidos em uma avenida qualquer de uma cidade caótica.      Mais uma vez começo a escrever sem final certo, sem um script , sem direção, talvez seja este um resumo de tudo que vivo, vou simplesmente vivendo sem norte. Apenas uma digressão em meio a mais um texto com pouco ou nenhum sentido. Mas continuo esta empreitada solitária que é a escrita, ainda mais de um blogueiro neófito que escreve simplesmente para passar o tempo...mesmo que não seja lido. Atualmente até prefiro não ser lido e continuar a escrever textos sem sentido, pelo menos aparente, mas lá nas entrelinhas o sentido é claro, pelo menos assim espero.      Aquele olhar distante por vezes te julga e condena. Hoje sai para ir ao banco e cruzei por algumas pessoas que simplesmente caminhavam pela rua, com olhares vagos e distantes. Fiquei pensando para onde todos estavam indo, o que direcionava aquelas pessoas. Que destino as esperava mais ali adiante. Talvez e

Mídias de todos os dias

     Um dia ouvi a seguinte frase: jornalista separa o joio do trigo e fica com o joio.      Esta frase volta e meia surge dentro de mim como se fora um mantra. Uma espécie de aviso.      É só sentar em frente à televisão e assistir qualquer telejornal para esta frase se encaixar com perfeição àquele show de horrores.      Experimente deixar a televisão sem volume e observar as imagens que são passadas nos telejornais. Parece um filme de guerra. Sangue, cápsulas de balas, pessoas chorando, caixões, mais choros e por aí vai. Não vemos imagens, digamos assim, tenras, somente barra pesada. Será que nossas vidas se resumem naquelas imagens, será que vivemos dentro de um filme de terror como é retratado em todos os telejornais. Penso que não, não é possível que seja este o retrato de nossas vidas. Claro que não estamos cercado por um mar de rosas. Mas também não é aquele horror diário, sentimos alegrias, temos sensações boas a serem relatadas e compartilhadas com a sociedade.      Dev

Ama como se fora o último dia

     No Post Sorria, você é linda, mesmo que a tv não diga , fiz menção a uma outra versão sobre uma pichação pela cidade. Eis a outra versão, uma outra leitura sobre o mesmo fato.           Vinícius saiu em mais uma noite com sua lata de spray pela cidade. Iria escrever em muros os recados de sempre.      Fazia cinco anos que ele todas as segundas terças-feiras do mês repetia este ato. Estava ficando conhecido pela cidade, embora seu anonimato. Nos jornais saíam reportagens com o título nada original "O pichador do amor". Criaram-se as mais variadas teorias para as frases escritas: "A pessoa está tentando recuperar um amor perdido", "Ele está em busca de alguém que complete o seu amor" entre tantas outras. Muitas pessoas ficavam de tocaia para descobrir quem era esta pessoa que resolveu escrever frases de incentivo pela cidade. Mas nunca conseguiram descobrir o autor das pichações "Sorria, você é linda, mesmo que a tv não diga", "O amo

Reescritas

     Hoje deletei todos os rascunhos do blog. Não existe nada que tenha ficado para trás. Talvez seja uma forma de recomeçar a escrever aqui e na própria vida. Novos caminhos a seguir, mesmo que seja na mesma direção.      Por vezes penso em reescrever algumas passagens da vida como se fora um texto escrito no qual pudéssemos alterá-lo a qualquer tempo. Lembro de uma passagem do Clássico 1984  escrito por George Orwell , quando o Estado reescrevia a história de acordo com a vontade dos donos do poder, retirando passagens ou incluindo outras a seu bel prazer.      Se fosse possível reescrever passagens da vida como eu as reescreveria? E você? Que passagens mereceriam uma nova escrita? Será que tudo seria revisitado? Reescrever os sofrimentos, retirando-os, ressaltando as alegrias, inserindo outros capítulos e outros personagens. Talvez, se fosse possível este exercício, retiraríamos desta sucessão de dias que chamamos de vida o pouco de sentido que tem. Talvez deixaríamos de aprend

Montevideo + Cinco

     Cinco anos se passaram desde minha primeira passagem por Montevideo. Quis o destino que eu voltasse para esta cidade encantadora. Coisa do destino de todos nós. Mais uma vez estou aqui, mais uma vez por motivos puramente felizes, vivenciando a vida que não é de todos os dias, o que, frise-se, é uma pena, poderia ser assim todos os dias, mas não é. Entretanto, esta é uma outra questão. Dura questão.      Ao voltar a Montevideo me senti vivendo os mesmos dias de cinco anos atrás, entretanto, se passaram cinco longos anos. O mundo e nós mudamos. O mundo começou a viver mais uma das tantas crises criada pelos mesmos de sempre e com os efeitos sobre a mesma classe sofrida de sempre, os excluídos da festa. Aqui se percebe as mesmas discrepâncias econômicas, para não usar outro termo menos nobre. Os ricos estão mais ricos e os pobres mais pobres. Montevideo nestes cinco anos mudou, o sofrimento de alguns é perceptível. A cidade como um todo sofre as consequências da ganância dos que s