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Efemeridades...

     O fim é efêmero. Entre tantas outras coisas.

     Pode parecer estranho, mas é, ou melhor, acho que é, deixei de ser definitivo com tudo que me cerca, minhas certezas ficaram pelo caminho. Ou melhor, minhas certezas eram efêmeras.   
     Sempre nos é imposta a ideia de que o fim  é definitivo, mas não é, nunca foi. Alguns dirão que a morte é o fim definitivo. Também não é. Nem me refiro à questão espiritual, onde muitos acreditam que a morte é uma passagem para outro plano, outras vidas. Não acredito muito, mas respeito profundamente. É questão de fé. Contra fé não há argumentos. Ou se tem ou não se tem e ponto final. Sem nova linha.
     Mas é inegável que a morte não é o fim, existe muita vida após a morte, basta olharmos um corpo em decomposição e lá estará a prova viva e morta de que a vida não termina, apenas apresenta outras formas de existência. Tudo que nos cerca e nós mesmos somos efêmeros, mas isso não quer dizer que somos finitos. Este é o centro da questão. É uma forma de tranquilizar a vida. A vida não acaba, apenas se transforma. Evoluindo ou não.
     A efemeridade pulsa entre nós. Nós efemeramente pulsamos.
     Um grande campo onde nos deparamos diariamente com efemeridades é o show business. Alguns fenômenos musicais surgem e simplesmente somem com suas melodias medonhas. Que bom que não estão tocando como tocavam. Modas que surgem e passam tão rápido quanto chegaram. Viva a efemeridade da vida! Façam um exercício de memória e lembrem de muitos exemplos de bandas que eram "da hora" (expressão efêmera também) e simplesmente não temos mais nenhuma notícia. Às vezes tentam voltar para nos azucrinar, mas não vingam mais. O mercado não gosta de efemeridades metidas a lendas. Vou tentar lembrar de alguns exemplos. Quem não lembra do Gypsy Kings fenômeno dos anos 90 (século passado). Um sucesso estrondoso como algumas músicas e que hoje não sabemos muito (tá certo, dei uma googlada e encontrei os caras, ainda existem, tem site e tudo Gypsykings). Acho que o Gypsy Kings não é um bom exemplo do que quero dizer, pois ainda estão na estrada. Efêmero desaparece da mesma forma com que apareceu. Então um bom exemplo na música seja os fenômenos do funk carioca. Não é minha praia (outra expressão efêmera), mas que retrata bem o que quero dizer. Qualquer MC pode ser enquadrado nas efemeridades da vida. Na atualidade é o tal MC, é só dar outra googlada: MC Danado, primeiro exemplo dado pelo deus google... MC do momento? 
     Não sei quem é o tal MC danado, talvez nem seja o cara. Quem sabe o MC Naldo se enquadre perfeitamente no fenômeno efemeridade. Acho que daqui a poucos meses ou na melhor das hipóteses alguns anos nem lembraremos do cara. Talvez seja o que o mercado queira, sucesso rápido, colocam um títere lá em cima e os barões do negócio ganham horrores de dinheiro. O tal MC ganha alguma grana, mas some da mesma forma que surgiu. Depois fica indo em programas da Rede TV, faz shows pelo interior e por fim acaba esquecido em alguma churrascaria... Da mesma forma que este texto.

Trilha Sonora:
Bliss - Muse - Absolution Tour
Bahia - Spyro Gyra - Dreams Beyond Control
Joey - Concrete Blonde - Recollection
Hey You - Pink Floyd - Clássicos Rock 500
Wicked Windows - Jethro Tull - J-Tull Dot Com
El Andйn (featuring Mala Rodriguez) - Bajofondo Tango Club - Mardulce

Comentários

  1. A amizade também termina. Não, ela se transforma em nada.

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  2. Caro Anônimo.

    No meu entender quando a amizade não se transforma em nada é sinal que não era amizade... Era apenas nada, por isso o transformar-se em nada. Pelo menos entendo assim...

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