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Mostrando postagens de março, 2012

O Pacta Sunt Servanda que Otaviano nunca mais esqueceu

     Uma taça de vinho, este era mais um desejo naquela noite. Mas nem este desejo seria atingido. Somente dois corpos nus e nada mais. Aqueles dois não se veriam mais, pelo menos este era o acordo. Estes tempos Otaviano ouvira numa das aulas enfadonhas de direito um tal de Pac ta Sunt Servanda . Mas claro que ela nunca ouvira falar neste brocardo latino.      - Lívia, este é o teu nome, né. Quero te ver outras vezes.      - Gatinho nem sei teu nome e nem quero saber. Lembra do que combinamos no início da noite? Era só por esta noite. E nada mais...      - Mas Lívia, hoje foi a melhor noite da minha vida. Por isso quero repetir, quero ficar contigo em outras noites e mais outras...      - Gatinho, tu conhece o tal de Pacta Sunt Servanda?       - Tu só pode estar de sacanagem.      - Gatinho é isto mesmo... Pacta Sunt Servanda...       Neste momento Otaviano lembrou que o professor definiu Pacta Sunt Servanda   como " os pactos devem ser respeitados" ou mesmo &q

Maria, Mariana, Maurício e um amor

     - Às vezes me sinto andando no parapeito de um prédio muito alto.      - Eu me sinto cruzando de um prédio para outro através de um cabo de aço e sem rede de proteção.      Esta conversa é o resumo daquelas duas pessoas. Um amor que mexeu com três pessoas. Um amor separou três pessoas. Este mesmo amor foi a tábua de salvação de Mariana e Maria. Pelo menos enquanto foi possível amar sem limites.      Mariana apaixonou-se desesperadamente quando seus olhos cruzaram com os de Maurício . Quase na mesma época que Maria começou seu namoro com o mesmo Maurício . Duas mulheres e um único amor, o mais intenso já vivido por aquelas pessoas.      Maurício amava aquelas duas mulheres, amava diferentemente, amores que se completavam. Amores que nunca poderiam ser reproduzidos, porquanto únicos. Os três viveram aquelas relações que, aos olhos dos outros, era inconcebível. Mas para eles era perfeito. Não havia sentimento de posse, não havia controles, não havia limites, somente imperava o re

Mais uma do Carlos Eduardo

     Carlos Eduardo estava sozinho em seu quarto. Lia alguns sites de notícia. Sua vida se resumia aquele quarto vazio, nenhuma perspectiva de futuro e nada para lembrar do passado. Uma vida vazia e com nenhum futuro. Este era Carlos Eduardo. Do nada começou a lembrar os colegas de infância. E imaginou como estariam aqueles que fizeram parte da sua infância. Quantos daqueles amigos teriam alcançado algum sucesso? Quantos teriam uma vida que pudesse ser classificada como tal? Na verdade pouco importavam estas perguntas, mas sim o que ele tinha feito dos seus sonhos. Há muito deixara de sonhar, não sentia frustração por este deixar. Mas sentia um vazio por não lutar pelo que acreditava. Fora convencido pela vida a não sonhar, nem mesmo tentar. Este era Carlos Eduardo. Por algum tempo imaginou que era um mal da sua geração, entretanto, de uns tempos para cá deixou de lado esta impressão. Ao aderir as inúmeras redes sociais descobriu que todos são inexoravelmente felizes. Todos alcançaram

O futuro de todos nós!

     Ao andar pelas ruas nada é como antes. Nem mesmo eu. Muito menos o que me cerca.      Tudo em volta pulsa. A vida é esta constante mudança. Por vezes não a queremos, em outros momentos desejamos loucamente que tudo mude, inclusive nós mesmos.      Ontem indo para o trabalho ao parar numa sinaleira, olhei ao largo e percebi que não conseguia mais ver o céu que há poucos dias sempre via naquele lugar. Um edifício surgiu no horizonte. E me perguntei: como não tinha notado aquela construção? Passo quase todos os dias da semana naquela rua e sempre estou com a cabeça em outro lugar, mas ontem quis ver o céu que sempre via naquele ponto da cidade e infelizmente ele não estava lá. Um edifício em construção surgiu entre mim e o céu. Este fato me fez refletir sobre o que fazemos de nossas vidas. O que deixamos passar nestes dias que vivemos.      Deixamos para o amanhã nossos sonhos, vivemos pensando no futuro, preparando o tal futuro, esquecemos do presente. Estranho este viver pa

A substantivação do dia a dia

     Hoje recebi um e-mail de um leitor que pediu a publicação de um texto no blog. Gostei das conclusões deste leitor. Publico na integra o texto enviado por Nelson Castro.      Caro LedVenture!      Por vezes leio o teu blog. Noto algumas contribuições de leitores. Não sou um leitor diário, até porque não há atualização diária. Quando lembro acesso o teu blog e sempre me surpreendo, por vezes concordo com o que é escrito por ti, às vezes discordo veementemente. Te vejo meio ingênuo, sonhador, mas gosto de ler o que é publicado. Me senti estimulado a enviar o texto abaixo, para, se for tua vontade, ser publicado. Se não quiser publicá-lo, leia-o e reflita. Abraços do leitor distante, Nelson Castro. Por Nelson Castro      Deixar de lado os adjetivos e pensar mais nos substantivos este é o meu caminho. Cansei dos adjetivos. Cansei de qualificar, agora quero definir o que me cerca. Lindo, legal, interessante, bonito, feio... cansei disso tudo.      Todos querem o seu qui

Nossos bichos de estimação!

     Que mundo contraditório este que vivemos. Escrevo contraditório porque não encontro uma palavra que o qualifique com precisão. Talvez até o final deste texto encontre um qualificador mais apropriado.      Estes dias estava lendo o Estadão e encontrei uma interessantíssima notícia:  Gastos de americanos com animais domésticos superou R$ 86 bi em 2011 . Impressionante este número, são oitenta e seis bilhões de reais, isso mesmo, foram 86.000.000.000 gastos como os nossos bichinhos. É dinheiro que não acaba mais. Quando convertido em dólar ainda é muito, ou seja, 50 bilhões de dólares. Por curiosidade procurei qual era o orçamento americano e encontrei o  Orçamento dos EUA ano 2010 . E num comparativo simples, constatei que foram investidos em pesquisas científicas para cura de doenças, exatos setenta bilhões de dólares. O montante investido em educação pelos EUA em 2010 foi de 105 bilhões de dólares. E por aí vai. Nestas duas rubricas do orçamento americano podemos constatar que tu

Literatura 3 - Vaticano S.A.

     Este blogueiro continua na estrada da leitura. Tenho a impressão que esta estrada nunca terá fim, pois a literatura é o caminho onde o que menos importa é a chegada... escreverei hoje sobre mais um livro lido.      Livro: Vaticano S.A. - O arquivo secreto que revela escândalos políticos e financeiros da maior instituição religiosa do mundo      Autor: Gianluigi Nuzzi      Editora: Larousse     A morte do Monsenhor Renato Dardozzi, o homem por detrás das finanças da Igreja Católica de 1974 até o final dos anos 1990, revelou um mundo até então desconhecido dos fiéis. O Monsenhor Dardozzi esteve envolvido com o IOR ( Istituto per le Opere di Religione - Instituto para as Obras da Religião), mais conhecido como o Banco do Vaticano. Com a morte deste personagem e com a abertura do seu testamento foram revelados documentos que retratam minuciosamente operações financeiras realizadas pelo IOR. Muitos não amparados pelos princípios pregados pela Igreja Católica. Propinas, ope

Rotinas

     Um dia como qualquer outro, sentimentos experimentados como quaisquer outros. Estes são os dias que vivemos. Sempre esperamos que algo diferente aconteça em nosso dia. Estamos sempre nos preparando para as surpresas da vida... a vida é esta eterna preparação.      Mas será que estamos prontos para quando houver alguma alteração em nossas rotinas? Vivemos a loucura do dia a dia, queremos e precisamos sustentar nossas famílias. Às vezes deixamos para depois a oportunidade de dizermos a quem nos é importante o quanto a amamos (se é que amamos alguém de verdade). Por vezes esquecemos de olhar para o lado e não percebemos o que nos cerca. Não percebemos um olhar, um sorriso ou uma mão estendida. Nos preocupamos por demais com nossas vidas, nossas metas, nossas contas, impostos, carnês... só temos olhos para nossas necessidades, esquecemos de olhar com mais atenção tudo que nos cerca. Infelizmente a vida diária consome nossos sonhos e rouba tudo de bom que podemos sentir. Mergulhamos d