Escrever sobre qualquer assunto, sem tema determinado, é uma coisa. Mas ter um tema e ter que desenvolvê-lo é uma tarefa que exige mais de quem se propõe executá-la. Eu me coloco nesta estrada neste momento. Por quê, nem eu sei, mas é o que vou fazer neste post. Aliás, já fiz alguns post nesta direção.
Escreverei hoje sobre um livro que acabo de ler. Depois de passar alguns meses sem ler (o que me dava uma angústia), voltei a este hábito que carrego por toda uma vida. Então a seguir farei um breve resenha, mais uma vez afirmo que não sei o sentido de fazer tal resenha. Talvez seja para passar o tempo, talvez para continuar pulsando a vida nestas veias, talvez para somente compartilhar uma literatura. Muitos talvez... pouca ou nenhuma certeza.
Livro: Os Últimos Soldados da Guerra Fria
Escreverei hoje sobre um livro que acabo de ler. Depois de passar alguns meses sem ler (o que me dava uma angústia), voltei a este hábito que carrego por toda uma vida. Então a seguir farei um breve resenha, mais uma vez afirmo que não sei o sentido de fazer tal resenha. Talvez seja para passar o tempo, talvez para continuar pulsando a vida nestas veias, talvez para somente compartilhar uma literatura. Muitos talvez... pouca ou nenhuma certeza.
Livro: Os Últimos Soldados da Guerra Fria
Autor: Fernando Morais
Editora: Companhia das Letras
Facilmente este livro poderia ser o embrião de algum filme estrelado por um destes galãs do momento. Mas é mais do que isso. É o retrato de um país que se defendeu da única forma que estava ao seu alcance. Um país que fez uma opção de caminho (certa ou errado, não vem ao caso) e foi de todas as formas atacado para rever esta opção. Foi invadido pelo "grande irmão do norte", foi sabotado, foi o centro da maior crise nuclear da história, que este mês fez 50 anos, quando o ser humano chegou a flertar com o seu ocaso. Aos mais desavisados, me refiro a Cuba. Um pequeno país que tem como algoz um vizinho todo poderoso. Esta Cuba que resolveu seguir o seu caminho, ousando enfrentar os desígnios do Todo Poderoso EUA. Só isso.
No livro escrito por Fernando Morais é desvendada uma passagem da história. A formação da Rede Vespa, um grupo de Cubanos, mais precisamente doze homens e duas mulheres, que foram treinados para espionar organizações de direita nos EUA que tinham como escopo exterminar o regime dos irmãos Castro. Dentre as muitas ações destes grupos anticastristas podem ser citados atentados terroristas, sabotagens de toda ordem, estímulo aos mais variados crimes contra o governo cubano e outros mais. Em nenhum momento estas organizações se viram ameaçadas ou repreendidas pelo governo Americano, muito antes pelo contrário, eram e são estimuladas pelos governos de Washington. Diante deste quadro de inatividade na repressão das atividades criminosas destas organizações anti soberania de Cuba, só restou ao governo daquela pequena ilha do caribe uma reação de autodefesa.
A Rede Vespa infiltrou espiões treinados nos EUA para desempenharem o papel de exilados cubanos e, também, se filiarem aos mais variados grupos de ultradireita de exilados cubanos na Havana americana, mais conhecida como Miami. A "fuga" destes cubanos da "ilha repressora", a assunção de outras vidas, identidades, histórias de vida, tudo é retratado neste livro. Uma escrita envolvente que nos faz viver momentos de apreensão, de tristezas, de dor, de alegrias, enfim, tudo que um cidadão normal pode viver e tudo que um "espião" pode passar. Os espiões cubanos não viviam uma vida de espião americano ou inglês, estavam mais para retirantes, com dificuldades, falta de dinheiro, estrutura e demais dissabores de uma vida desprovida de recursos financeiros. Este retrato é muito bem formulado pelo autor. Algumas passagens chegam a ser engraçadas.
Os últimos soldados da guerra fria retrata os primeiros dias dos espiões cubanos nos EUA, a formação dos núcleos, a entrada nas organizações de exilados cubanos, a forma como as informações eram repassadas a Cuba. Entretanto, como nem tudo são flores na vida, a Rede Vespa também teve o seu fim. Os seus integrantes são presos, alguns aceitam a delação premiada e contam o modus operandi da operação, outros negam veementemente e confirmam suas histórias previamente ensaiadas e são julgados por vários crimes, entre eles espionagem. O julgamentos dos membros da Rede Vespa se dá exatamente três meses após os atentados de 11 de setembro de 2001. É honesto lembrar que os EUA estavam fazendo a mesma ação nas montanhas do Afeganistão, com um agravante, milhares de toneladas de dinamite eram despejadas no mesmo momento. A ação de autodefesa cubana foi condenada pela Justiça Americana e a ação dos EUA nunca foi julgada por nenhum tribunal, sendo referendada por organismos internacionais, tais como ONU. Dois pesos e várias medidas...
Alguns integrantes da Rede Vespa foram julgados e condenados a prisão perpétua, outros, entre 21 e 30 anos de prisão. Até os dias de hoje eles estão presos nos EUA e 2002 foi foi declarados pelo governo cubano o "Ano dos Heróis Prisioneiros do Império".
Sem dúvida Os Últimos Soldados da Guerra Fria é um livro que deve ser lido e relido, assim entenderemos um pouco da história que nos cerca e não compraremos a versão do grande império. Formaremos nosso juízo de valor. Se você se animar, boa leitura.
Facilmente este livro poderia ser o embrião de algum filme estrelado por um destes galãs do momento. Mas é mais do que isso. É o retrato de um país que se defendeu da única forma que estava ao seu alcance. Um país que fez uma opção de caminho (certa ou errado, não vem ao caso) e foi de todas as formas atacado para rever esta opção. Foi invadido pelo "grande irmão do norte", foi sabotado, foi o centro da maior crise nuclear da história, que este mês fez 50 anos, quando o ser humano chegou a flertar com o seu ocaso. Aos mais desavisados, me refiro a Cuba. Um pequeno país que tem como algoz um vizinho todo poderoso. Esta Cuba que resolveu seguir o seu caminho, ousando enfrentar os desígnios do Todo Poderoso EUA. Só isso.
No livro escrito por Fernando Morais é desvendada uma passagem da história. A formação da Rede Vespa, um grupo de Cubanos, mais precisamente doze homens e duas mulheres, que foram treinados para espionar organizações de direita nos EUA que tinham como escopo exterminar o regime dos irmãos Castro. Dentre as muitas ações destes grupos anticastristas podem ser citados atentados terroristas, sabotagens de toda ordem, estímulo aos mais variados crimes contra o governo cubano e outros mais. Em nenhum momento estas organizações se viram ameaçadas ou repreendidas pelo governo Americano, muito antes pelo contrário, eram e são estimuladas pelos governos de Washington. Diante deste quadro de inatividade na repressão das atividades criminosas destas organizações anti soberania de Cuba, só restou ao governo daquela pequena ilha do caribe uma reação de autodefesa.
A Rede Vespa infiltrou espiões treinados nos EUA para desempenharem o papel de exilados cubanos e, também, se filiarem aos mais variados grupos de ultradireita de exilados cubanos na Havana americana, mais conhecida como Miami. A "fuga" destes cubanos da "ilha repressora", a assunção de outras vidas, identidades, histórias de vida, tudo é retratado neste livro. Uma escrita envolvente que nos faz viver momentos de apreensão, de tristezas, de dor, de alegrias, enfim, tudo que um cidadão normal pode viver e tudo que um "espião" pode passar. Os espiões cubanos não viviam uma vida de espião americano ou inglês, estavam mais para retirantes, com dificuldades, falta de dinheiro, estrutura e demais dissabores de uma vida desprovida de recursos financeiros. Este retrato é muito bem formulado pelo autor. Algumas passagens chegam a ser engraçadas.
Os últimos soldados da guerra fria retrata os primeiros dias dos espiões cubanos nos EUA, a formação dos núcleos, a entrada nas organizações de exilados cubanos, a forma como as informações eram repassadas a Cuba. Entretanto, como nem tudo são flores na vida, a Rede Vespa também teve o seu fim. Os seus integrantes são presos, alguns aceitam a delação premiada e contam o modus operandi da operação, outros negam veementemente e confirmam suas histórias previamente ensaiadas e são julgados por vários crimes, entre eles espionagem. O julgamentos dos membros da Rede Vespa se dá exatamente três meses após os atentados de 11 de setembro de 2001. É honesto lembrar que os EUA estavam fazendo a mesma ação nas montanhas do Afeganistão, com um agravante, milhares de toneladas de dinamite eram despejadas no mesmo momento. A ação de autodefesa cubana foi condenada pela Justiça Americana e a ação dos EUA nunca foi julgada por nenhum tribunal, sendo referendada por organismos internacionais, tais como ONU. Dois pesos e várias medidas...
Alguns integrantes da Rede Vespa foram julgados e condenados a prisão perpétua, outros, entre 21 e 30 anos de prisão. Até os dias de hoje eles estão presos nos EUA e 2002 foi foi declarados pelo governo cubano o "Ano dos Heróis Prisioneiros do Império".
Sem dúvida Os Últimos Soldados da Guerra Fria é um livro que deve ser lido e relido, assim entenderemos um pouco da história que nos cerca e não compraremos a versão do grande império. Formaremos nosso juízo de valor. Se você se animar, boa leitura.
Trilha Sonora:
Speak to Me - Pink Floyd - The Dark Side of The Moon
Breathe - Pink Floyd - The Dark Side of The Moon
On the Run - Pink Floyd - The Dark Side of The Moon
Time - Pink Floyd - The Dark Side of The Moon
The Great Gig the Sky - Pink Floyd - The Dark Side of The Moon
Money - Pink Floyd - The Dark Side of The Moon
Us and Them - Pink Floyd - The Dark Side of The Moon
Any Colour You Like - Pink Floyd - The Dark Side of The Moon
Brain Damage - Pink Floyd - The Dark Side of The Moon
Eclipsei - Pink Floyd - The Dark Side of The Moon
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