Pular para o conteúdo principal

Mar revolto II

     Um bom tema este escrito pelo leitor José Vidal Galeano. Gostei do tema e quis escrever sobre o mesmo tema, talvez com formas diferentes de encarar este assunto. Talvez não.


     Os sentimento vividos a cada dia são uma espécie de mar revolto. Um mar que por vezes espiamos de longe e que não temos coragem de enfrentar. Mas o mar revolto dos sentimentos é impossível deixar ao largo, pois volta e meia estamos no meio dele, como uma espécie de náufrago. As ondas não param de remexer nossas certezas. O que num dia era uma decisão refletida, no outro dia é apenas uma das tantas dúvidas.
     Somos varridos por marés, ondas, às vezes até tsunamis arrasam nossas vidas. De uma hora para outra nosso mar calmo do dia a dia transforma-se num grande maremoto. Em pouco tempo nos transformamos.
     Esta é a vida de todos os dias. Não há escolhas a serem feitas. Elas simplesmente acontecem. Só temos que nos preparar o mínimo possível. Na verdade não tem muito o que fazer. Mas podemos escolher um lugar para ficarmos quando as ondas chegarem. Inevitavelmente seremos revolvidos pelo mar revolto. Não há como fugir.
     O mais incrível é que sabemos que encontraremos alguns mares revoltos, mas quando o encontramos sempre somos pegos de surpresa. No início sofremos, por vezes quase nos afogamos, mas pouco a pouco vamos nos acostumando com as ondas, com o repuxo, com a maré contrária e quando nos damos conta o mar está novamente calmo, sem nenhuma onda. Olhamos aquela imensidão e não conseguimos imaginar como sobrevivemos ao mar revolto. Mas é sempre assim. Sempre passamos por aquele mar. E por mais incrível que pode parecer quando estamos vivendo a calmaria sentimos falta do mar revolto. É ele que nos dá força, é ele que proporciona que a vida continue a pulsar...
     Por favor, me dêem de volta o meu mar revolto.
     Quem o achar favor entregar para o blogueiro que cansou de navegar na calmaria e agora quer e precisa de volta os perigos e desafios de mais um Mar Revolto.

Trilha sonora:
Rockin' in the free world - Rockin' in the free world - G3 (Satriani, Vai, Malmsteen)
Nature 1 - Muse - Hullabaloo Soundtrack [Selection of b-sides]  (Disc 1)
Manfred Mann's Earth Band - Blinded -  Rock 70´s
Orff: Carmina Burana - Cour D'Amours: Dulcissime - Franz Welser-Möst: London Philharmonic Orchestra
Locomotive Breath - Jethro Tull - Classic Rock Gold Disc 1
My Little Demon - Fleetwood Mac - The Dance
Point Of Know Return - Kansas - The Best Of Kansas

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Ocaso!

    Faz muito tempo que não entro aqui para escrever. Aliás, faz muito tempo que não acesso o blog. Ele está em um processo de hibernação. Quase uma vida mantida por aparelhos.     O motivo? Talvez o ocaso do LedVenture esteja próximo. Gosto da palavra ocaso. Penso em um caso qualquer, uma história qualquer que será contada. É o tipo de palavra que o som te carrega a muitos lugares e situações. Mas voltado desta pequena digressão, o LedVenture sempre foi um personagem vivido por este blogueiro neófito. Um personagem que por breves momentos adquiriu vida própria. Um personagem que ultrapassou os limites da ficção e viveu algumas experiências muito interessantes. Outras nem tanto.      Cruzam ambulâncias aqui perto, correndo não sei para onde, talvez para acudir este blogueiro, talvez não... As ambulâncias passarem e a vida volta ao normal por aqui, não me acudiram. Parece que não foram chamadas para me atender.  Na verdade não prec...

A casa não vai cair...

     Um amigo, aliás, um ótimo amigo escreveu algo que me fez pensar: "... enquanto nos perdemos nos detalhes, contando, classificando... a vida passa e a casa vai caindo, pouco a pouco."      Este amigo em poucas palavras me mostrou o que somos, ou melhor, no que nos transformamos.      Parece que deixamos de lado o quadro para prestarmos atenção na moldura, sabemos tudo sobre este detalhe, o ano da fabricação da madeira, o tipo e forma do corte, esquecemos de olhar o quadro em si. Fechamos os olhos para a pintura...      No início o não entendi, pois o simples nos é tão difícil de entender, sempre estamos  querendo transformar esta simplicidade em algo complexo. Mas esta simplicidade quando nos é revelada nos abre olhos, enxergamos além da moldura, passamos a ver o conteúdo do quadro; nos surpreendemos com o que surge aos nossos incrédulos olhos.      Parece que somos criados para somente fazermos part...

Modernidade, botas e amor...

     Este mundo da modernidade é muito frugaz, tudo muda de uma hora para outra. O que hoje é a maior representação da tecnologia, amanhã é totalmente obsoleto. Hoje vivemos o tempo da mudança constante, até mesmo para que haja movimentação econômica, consumo e mais consumo.      O ser humano viveu milhares de anos evoluindo gradativamente, se adaptando ao meio para sobreviver as vicissitudes da vida. Hoje em dia nós seres humanos alteramos o que nos cerca para que este se molde as nossas necessidades. Construímos enormes hidrelétricas alagando milhares de hectares. Para quê? Para  produzir mais energia e satisfazer nossas pequenas necessidades. Criamos cidades dentro de mares para que? Para simplesmente ostentarmos, ou seja, para mostrarmos para os mais desvalidos que existe uma classe social que pode tudo. Erguemos centrais atômicas na zona mais perigosa do mundo e ficamos surpresos quando acontece uma catástrofe anunciada.      Qu...