Cruzei comigo por algum lugar. Engraçado eu me olhar e conversar comigo. Parece que estou vivendo uma história escrita pelo Saramago, mas é real. Será? Sim, foi o que aconteceu nesta tarde. Do nada me vi passando e fui conversar comigo.
Pode parecer estranho. Foi difícil começar a conversa. No início nos estranhamos um pouco. Puxei assunto como se fora um encontro qualquer.
- Não nos conhecemos?
Claro que nos conhecíamos, afinal, éramos e somos a mesma pessoa, mas tinha que tentar começar aquela estranha e inusitada conversa de uma forma corriqueira. O estranho foi a resposta:
- Não sei não. Acho que não nos conhecemos, nunca lhe vi.
- Talvez você tenha razão. Mas continuo com a impressão de que nos conhecemos. Mas deixemos de lado esta impressão, pois tenho que te fazer uma pergunta. Faz muito tempo que observo o teu comportamento e me intriga por que tu é tão inconstante.
- Inconstante eu? Você deve estar me confundindo.
- Não mesmo. Te conheço como a palma da minha mão. E queria que tu me dissesse se você não percebe esta tua característica?
- Olha, claro que percebo, mas tento lidar com ela. Procuro de todas as formas escondê-la. Até agora obtive êxito. Mas ao que parece estou falhando em algum ponto, pois um total desconhecido conseguiu perceber isso...
- No fundo tu sabe que não sou um desconhecido. Não adianta fingir. Você sabe quem eu sou.
- Me assusta este encontro. Me assusta esta intimidade. Me assusta me ver assim, quase desnudo.
- Deixa para lá. E pensa no que te perguntei. Responde, não esconda nada, afinal, tu estará escondendo de...
- Já sei, escondendo de mim mesmo. Primeiro me esclareça como posso te chamar.
- Não sei. O nome não importa, pode me chamar como você quiser. Estou dentro de você, sou você, sou eu, sou o que e quem tu quiser.
- Então vou te chamar de Psiquê. Ouvi este nome numa sessão estes dias e gostei muito da sonoridade. Pronto, está decidido, vou te chamar de Psiquê.
- Chame como quiser. Já te disse que pouco importa o nome. Você sempre tentando definir as coisas a sua volta. Desperdiçando tempo com inutilidades. Abra os olhos Leo.
- Até pode ser, mas sou assim. Neste caso, para mim, é importante saber como irei te chamar. Psiquê me parece um nome bastante apropriado para você.
- Ok. Te conheço desde sempre e posso até te entender. Mas não foge da pergunta. Por que tu é tão inconstante. Se hoje tu ama, amanhã tu odeia e ontem tu era indiferente. Leo, por quê?
- Psiquê tu sabe que que não tenho esta resposta. Não sei e nunca soube. Talvez por isso eu esteja aqui onde estou. Queria muito saber. Aliás, preciso saber e talvez esta conversa me ajude nesta descoberta.
Neste instante Leo começa a olhar para o lado e não percebe mais ninguém. Parece que os dois estão em outra dimensão. A conversa continuava naquele gramado. Antes um silêncio se fez entre estes dois. Os olhos se cruzam e se fixam. Olhos iguais, vidas iguais.
Leo continua a pensar e murmura:
- Não percebo o quanto este comportamento me afeta...
- Leo, espera um pouco. Se eu sei, tu também sabe. Te pergunto para que tu processe este fato e não porque eu não saiba a resposta. Preciso que tu entenda o que passa contigo.
- É verdade. Eu sei como isso me afeta. Mas na verdade não é este ponto que reside a minha preocupação, mas sim que esta minha inconstância afeta as pessoas que estão a minha vida, ou melhor, a nossa vida.
- Então Leo, presta atenção no que vou te dizer, talvez seja a tua última chance de entender. Deixa para trás tudo isso, apenas olhe para frente e saiba que este sentimento existe porque tu, na verdade nós, amamos demais. Queremos demais e nem sempre sabemos o que queremos. Mas no fundo o que queremos é somente amar e quando temos o amor que tanto buscamos, notamos que poderia e precisa ser diferente. Então deixa de lado esta necessidade de sempre buscar o que não tem e valorize o agora, o que está ao teu alcance. Esquece um pouco o que não está contigo, com certeza a tua vida será melhor...
Neste instante começam a chegar pessoas estranhas, todas de branco e levam um roupa diferente para colocar em Leo. Ninguém percebe que Psiquê se foi. Leo apenas abre os braços e veste a tal roupa, sem nenhuma resistência, parecia mais livre e menos ansioso... No final do gramado, um grande prédio branco testemunhava aquela cena, não tão insólita e talvez até comum...
Trilha Sonora:
Kansas - Point Of Know Return - Rock 70´s
Here I Go Again - Various Artists - Classic Rock Gold Disc 2
Coldplay - Postcards From Far Away - Vários Artistas EP's
Twilight - U2 - Boy (2008 Remaster)
Speed Of Life (Previously Unreleased Track) - U2 - Boy (2008 Bonus CD)
Peace On Earth - U2 - All That You Can't Leave Behind
Bloody Well Right - Supertramp - Orpheum Theatre, 1976-03-05 Boston, MA
Ojo De La Tormenta - Soda Stereo - Sueño Stereo
God Save The Queen - The Sex Pistols - Rolling Stone Magazine's 500 Greatest Songs Of All Time
Good Question - Lee Ritenour - Rit
Kashmir - Led Zeppelin - Rock 70´s
Schubert / Rosamunde D. 797 Op 26. "Intermezzo" - Clássicos 101 - Classical Greats Volume 2
Mi Corazón - Bajofondo TangoClub - Bajofondo TangoClub
Pode parecer estranho. Foi difícil começar a conversa. No início nos estranhamos um pouco. Puxei assunto como se fora um encontro qualquer.
- Não nos conhecemos?
Claro que nos conhecíamos, afinal, éramos e somos a mesma pessoa, mas tinha que tentar começar aquela estranha e inusitada conversa de uma forma corriqueira. O estranho foi a resposta:
- Não sei não. Acho que não nos conhecemos, nunca lhe vi.
- Talvez você tenha razão. Mas continuo com a impressão de que nos conhecemos. Mas deixemos de lado esta impressão, pois tenho que te fazer uma pergunta. Faz muito tempo que observo o teu comportamento e me intriga por que tu é tão inconstante.
- Inconstante eu? Você deve estar me confundindo.
- Não mesmo. Te conheço como a palma da minha mão. E queria que tu me dissesse se você não percebe esta tua característica?
- Olha, claro que percebo, mas tento lidar com ela. Procuro de todas as formas escondê-la. Até agora obtive êxito. Mas ao que parece estou falhando em algum ponto, pois um total desconhecido conseguiu perceber isso...
- No fundo tu sabe que não sou um desconhecido. Não adianta fingir. Você sabe quem eu sou.
- Me assusta este encontro. Me assusta esta intimidade. Me assusta me ver assim, quase desnudo.
- Deixa para lá. E pensa no que te perguntei. Responde, não esconda nada, afinal, tu estará escondendo de...
- Já sei, escondendo de mim mesmo. Primeiro me esclareça como posso te chamar.
- Não sei. O nome não importa, pode me chamar como você quiser. Estou dentro de você, sou você, sou eu, sou o que e quem tu quiser.
- Então vou te chamar de Psiquê. Ouvi este nome numa sessão estes dias e gostei muito da sonoridade. Pronto, está decidido, vou te chamar de Psiquê.
- Chame como quiser. Já te disse que pouco importa o nome. Você sempre tentando definir as coisas a sua volta. Desperdiçando tempo com inutilidades. Abra os olhos Leo.
- Até pode ser, mas sou assim. Neste caso, para mim, é importante saber como irei te chamar. Psiquê me parece um nome bastante apropriado para você.
- Ok. Te conheço desde sempre e posso até te entender. Mas não foge da pergunta. Por que tu é tão inconstante. Se hoje tu ama, amanhã tu odeia e ontem tu era indiferente. Leo, por quê?
- Psiquê tu sabe que que não tenho esta resposta. Não sei e nunca soube. Talvez por isso eu esteja aqui onde estou. Queria muito saber. Aliás, preciso saber e talvez esta conversa me ajude nesta descoberta.
Neste instante Leo começa a olhar para o lado e não percebe mais ninguém. Parece que os dois estão em outra dimensão. A conversa continuava naquele gramado. Antes um silêncio se fez entre estes dois. Os olhos se cruzam e se fixam. Olhos iguais, vidas iguais.
Leo continua a pensar e murmura:
- Não percebo o quanto este comportamento me afeta...
- Leo, espera um pouco. Se eu sei, tu também sabe. Te pergunto para que tu processe este fato e não porque eu não saiba a resposta. Preciso que tu entenda o que passa contigo.
- É verdade. Eu sei como isso me afeta. Mas na verdade não é este ponto que reside a minha preocupação, mas sim que esta minha inconstância afeta as pessoas que estão a minha vida, ou melhor, a nossa vida.
- Então Leo, presta atenção no que vou te dizer, talvez seja a tua última chance de entender. Deixa para trás tudo isso, apenas olhe para frente e saiba que este sentimento existe porque tu, na verdade nós, amamos demais. Queremos demais e nem sempre sabemos o que queremos. Mas no fundo o que queremos é somente amar e quando temos o amor que tanto buscamos, notamos que poderia e precisa ser diferente. Então deixa de lado esta necessidade de sempre buscar o que não tem e valorize o agora, o que está ao teu alcance. Esquece um pouco o que não está contigo, com certeza a tua vida será melhor...
Neste instante começam a chegar pessoas estranhas, todas de branco e levam um roupa diferente para colocar em Leo. Ninguém percebe que Psiquê se foi. Leo apenas abre os braços e veste a tal roupa, sem nenhuma resistência, parecia mais livre e menos ansioso... No final do gramado, um grande prédio branco testemunhava aquela cena, não tão insólita e talvez até comum...
Trilha Sonora:
Kansas - Point Of Know Return - Rock 70´s
Here I Go Again - Various Artists - Classic Rock Gold Disc 2
Coldplay - Postcards From Far Away - Vários Artistas EP's
Twilight - U2 - Boy (2008 Remaster)
Speed Of Life (Previously Unreleased Track) - U2 - Boy (2008 Bonus CD)
Peace On Earth - U2 - All That You Can't Leave Behind
Bloody Well Right - Supertramp - Orpheum Theatre, 1976-03-05 Boston, MA
Ojo De La Tormenta - Soda Stereo - Sueño Stereo
God Save The Queen - The Sex Pistols - Rolling Stone Magazine's 500 Greatest Songs Of All Time
Good Question - Lee Ritenour - Rit
Kashmir - Led Zeppelin - Rock 70´s
Schubert / Rosamunde D. 797 Op 26. "Intermezzo" - Clássicos 101 - Classical Greats Volume 2
Mi Corazón - Bajofondo TangoClub - Bajofondo TangoClub
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