Pular para o conteúdo principal

Paixões

     Quando sento para escrever quase nunca sei o que irá sair. Fico pensando sobre tantas coisas, tantos sentimentos. Hoje por exemplo sentei aqui apenas para passar o tempo. Mas ao mesmo tempo preciso visceralmente escrever. Quando estou muito feliz preciso escrever. Quando estou triste só penso em escrever. Escrever é uma forma de continuar vivendo, mesmo quando estou triste ou alegre. Hoje sei que escrevo para exorcizar alguns demônios. Escrever é uma paixão relativamente nova, como muitas outras na minha vida. Vivo a me apaixonar. Preciso me apaixonar, como a lua precisa do sol para brilhar.
     Apaixonar-se este é o mantra a ser entoado por todos que vivem esta vida, talvez seja este o tema a ser desenvolvido hoje. Ou não. De uns tempos para cá me descobri apaixonado pela escrita. Todos os dias sou surpreendido por uma paixão que invadiu minha vida e que não deixou nenhuma via de fuga. Por exemplo, agora deveria esta na estrada a procura de alguma paisagem perdida, mas estou aqui em frente a este computador, escrevendo simplesmente para deixar plasmado alguns sentimentos. Simples sentimentos, complexos sentimentos... Começa a tocar Valerie do grande Vitor Ramil, música perfeita quando se trata de sentimentos perdidos por aí. Às vezes me senti um pouco assim, perdido por aí. A escrita me permite achar-me e entender muitas coisas que estão dentro de mim. Escrever, talvez, seja uma forma de entender-me. Sempre fico a pensar por que escrevo, por que criar um blog para simplesmente deixar palavras soltas entre bytes e bits? Até hoje não sei, pouco importa, pois me sinto bem ao escrever. Me sinto bem pensando sobre a vida,  palavras, sentimentos ou paixões. Me sinto sendo revelado aos poucos, me sinto desnudado aos olhos de todos. Sinto que estou perdendo todas as proteções.
     Talvez seja a hora de atravessar pelo cabo de aço, sem qualquer tipo de rede de proteção. Me sinto cansado de olhar para baixo e ver a rede pronta para amparar qualquer tipo de queda. Quero arriscar-me, quero poder dizer que tentei. Esta é uma das consequências de escrever. Libertar-se de amarras, de medos, de inseguranças. Quando escrevo e revelo-me, é como retirar um pedaço daquela rede de proteção lá embaixo. Quero andar sem medo, sem receios e apenas viver...
     Se hoje pudesse fazer um agradecimento, diria às palavras muito obrigado, vocês exercem um papel crucial na vida deste blogueiro. Nem sempre foi assim. Nos anos de colégio não tinha muito interesse em escrever, mas tinha (e ainda hoje tenho) uma grande paixão pela leitura. Ler é um hábito que carrego deste todos os tempos. Minhas primeiras lembranças me remetem a leitura, seja por mim ou de pessoas próximas a mim. Esta é a magia da escrita, talvez comece pela alegria da leitura.
     Este post é resultado de dois dias. Dias diferentes. Momentos diferentes. Num deles estava completamente envolvido e estava esperando para sair e fotografar (alimentar o outro blog deste blogueiro neófito - ImagoLedVenture). Não há como explicar o que estava sentido, mas estava sentido o quanto é bom viver e simplesmente amar. E hoje ao terminar este post, percebo que não é possível viver sem entender o amor que envolve a todos nós nesta vida. Só tenho a agradecer às minhas paixões. Todas sabem que não vivo sem elas...

Trilha Sonora:
Rock Bottom - Kiss - Led Music
Um pouco antes de dormir - Pata de Elefante - Na Cidade
New Year's Day (Ferry Corsten Extended Vocal Mix) - U2 - War (2008 Bonus CD)
Tulsa Time - Eric Clapton - Crossroads 2: Live In The Seventies
Valérie - Vitor Ramil - Tambong
Monday Morning - Fleetwood Mac - Rock 70´s
Ring Of Fire - Johnny Cash - Rolling Stone Magazine's 500 Greatest Songs Of All Time
You Won't Be There - Alan Parsons Project - The Ultimate Collection Disc 1
Cenary In A Coalmine - The Police - The Police
Tanto Faz - Ed Motta - Piquenique
World - Bee Gees - The very best of the Bee Gees
Mercedes Benz (Live) - Concrete Blonde - Recollection
The Rolling Stones - Tumbling Dice - Clássicos Rock 500

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Somos 99%

     Somos uma parcela significativa de qualquer sociedade. Somos os 99%. Apesar de sermos a imensa maioria, ainda assim somos excluídos de quase tudo. Somos chamados somente quando os detentores das riquezas, os outros 1%, precisam de nossos sacrifícios.      Como é possível que uma sociedade, com alicerces tão frágeis, fique de pé por tanto tempo? Não tenho a resposta. Entretanto, sinto que algo está mudando e muito rapidamente. Esta sociedade injusta já não está mais tão firme e começa a ser questionada. Nos últimos meses estamos acompanhando vários movimentos sociais espraidos pelo mundo. É a voz dos 99% se fazendo ouvir. Estamos cansados de sacrifícios intermináveis. E sempre dos mesmos para os mesmos. Nunca são chamados os detentores da riqueza. Um porcento da população nunca se sacrifica, mas quando aparece alguma dificuldade, criada pela ganância deles, colocam de lado suas convicções e imploram ajuda dos governos. Estes governos que sempre foram chamados de ineficientes ou

Vivendo ao largo da vida...

     - Eu vivo ao largo da vida.      - Como assim?      - Isto mesmo. Eu vivo costeando a vida. Nunca me senti incluído em nenhum grupo social. Nunca convivi com nenhuma turma. Sempre fui muito sozinho.      - Mas hoje somos um casal e temos alguns amigos.      - Sim, mas são muito mais teus amigos do que meus. E para dizer a verdade são apenas conhecidos.      - Otávio, às vezes acho que tu é louco.      - Por quê? Talvez porque eu goste de falar a verdade? Pelo menos a minha verdade.      - É. Nem sempre gostamos de ouvir verdades.      - Mas eu gosto de falá-las.      - Otávio, tu tem esta mania de falar o português correto. Isto, sim, me incomoda. E também me irrita esta tua vontade de falar verdades... Verdades não são para serem ditas.      - Isabele, olha o paradoxo desta tua frase...      - Para o que...      - Paradoxo. Para os menos acostumados com o vernáculo, paradoxo é uma especie de contrassenso, absurdo ou disparate.      - Tu e esta mania de me chamar de i

DSK, o homem "respeitável"

     Imaginem um homem poderoso. Um homem influente. Um homem "respeitável". Este homem entra num avião, se dirige à primeira classe, lugar onde sempre se acomoda quando viaja de avião. Afinal, é o todo poderoso, não existe outro lugar para este homem a não ser a primeira classe de uma aeronave. Pelo menos até então.      Mas antes de se deslocar até este avião, o "respeitável" senhor abusou de uma camareira do hotel de luxo onde estava hospedado. Muitos ao imaginar esta situação têm a certeza de que nada iria acontecer a este senhor poderoso, temos certeza de que ele iria para o seu destino e aquela camareira conviveria com esta chaga, ser abusada por um homem poderoso e nada poder fazer porquanto ninguém acreditaria nela. Mas não foi o que aconteceu nestes últimos dias nos Estados Unidos.      Muitos de nós criticamos os Estados Unidos. Na adolescência tínhamos como objeto da nossa ira este país imperialista. Afinal, éramos e ainda somos a parte do mundo explorada