De ontem até hoje escrevi vários rascunhos, todos estão parados a espera de um final, de um desenrolar ou mesmo um começo. Alguns estão completamente em branco, outros com algumas frases desconexas. A quem importa? São apenas frases sem sentido. Pelo menos assim me parece.
Reescrevi várias vezes as frases iniciais, apaguei outras tantas. Não entendo porque quero tanto escrever. Me revelar nestas linhas. Quem as lê percebe quem sou eu, mesmo que não me conheça, aos poucos começa a entender este cara que se esconde por de trás destas linhas sem sentido.
Mas na verdade quem somos nós? Por que mantemos as rotinas de todos os dias? Por que entramos na loucura imposta por esta sociedade que nos cerca? Na verdade nos entregamos a "eles" desde que nascemos. Quando somos batizados começamos a perder o controle de nossas vidas. É bem verdade que nesta primeira entrega não temos nenhuma interferência, quem a faz são nossos pais, reproduzindo o comportamento de seus pais. Depois é uma sucessão interminável de entregas. Nos entregamos no colégio, fazemos crisma, festa de quinze anos e vamos cada vez mais reafirmando aquela entrega inicial.
Quando nos damos conta, já estamos empregados, temos vários financiamentos, filhos, responsabilidades, um enorme molho de chaves. Enfim, não é mais possível dizer "adeus". Fazemos parte de alguma engrenagem deste enorme moedor de carnes.
Estes dias uma leitora do blog me disse que não tenho coragem de me revelar, afirmou peremptoriamente que tangencio o que na verdade quero escrever. Não é uma verdade absoluta, mas também não é uma inverdade. Por vezes ao escrever eu mesmo me julgo e condeno. Ou seja, não me permito enfrentar alguns temas que estão dentro de mim. Já estou triturado por este moedor de carnes Talvez por não querer mostrar um lado meio descrente em tudo que me cerca. Talvez com receio de ser tachado de incrédulo ou pessimista. Mas a verdade é que não acredito em nada produzido por esta sociedade que me cerca. Não acredito neste consumismo desenfreado, não acredito na máxima de quem quer alcança. Não acredito no próximo, não acredito que temos um futuro promissor pela frente. Mas ao mesmo tempo não me sinto um desiludido com o mundo. Acho que somos assim e pronto. É possível mudar? Talvez sim, talvez não. Se quiséssemos poderíamos mudar. Mas não queremos. Nos acomodamos nesta vida escolhida por uma sociedade fracassada. Sim, somos uma sociedade fracassada. Não adianta nos enganar. Convivemos com a fome, violência, insegurança, analfabetismo, doenças endêmicas que poderiam se erradicadas, preconceitos de todas matizes, enfim, vivemos cercados por tudo que não deveríamos suportar. Construímos cercas, muros, guaridas, mas esquecemos de apertar a mão do nosso vizinho e perguntar se ele está bem. Fechamos as janelas de nossos carros com medo de alguém pedir alguma coisa para nós. Tentamos de todas as formas nos isolar dos nossos semelhantes. Olhamos para o outro lado quando uma pessoa mal vestida se dirige a nós. Você pode dizer "Eu não faço isso", "Eu faço a minha parte, ajudo determinada entidade". É apenas mais uma forma de limpar sua barra. Vivemos tangenciando o problema.
O problema é o ser humano. Nós somos o problema. Eu, você, sim eu e você. Não somos seres especiais, pelo contrário, somos o que de pior surgiu neste mundo. Nós somos os causadores de todos os males que assolam este mundo. Pense um pouco. Fomos capazes de construir uma bomba atômica e ainda as detonamos em duas cidades. E não para por aí. Nós colocamos nossos semelhantes em campos de concentração, exploramos nossos semelhantes até a morte. Enviamos pessoas como nós para lugares onde a vida é absolutamente impossível de ser vivida. Nós invadimos países para levar a "democracia". Nós torturamos, maltratamos, deixamos nossos semelhantes na pior condição possível para que eles confessem algo. Sim, este é o ser humano. Este é o ser completo. Este é o ser que está no ápice da evolução. Como entender esta evolução?
Não tem como sermos otimistas ao olhar para a história. Não há como ter esperança quando a solução para alguma crise é acabar com empregos, cortar direitos sociais, acabar com aposentadorias, dizimar com vidas com a desculpa que estamos preparando o futuro para as novas gerações.
A cada nova crise, a cada nova dificuldade, os administradores encontram a solução mágica. E sempre é na mesma direção. Não é estranho que nestes anos todos e com todas as soluções implantadas, continuemos com os mesmos problemas? Talvez o meu pessimismo se justifique. Sou pessimista com estes que estão a nos mostrar o "caminho". Cansei dos mesmos caminhos escolhidos, talvez seja a hora de mostrarmos que queremos ir em outra direção. Talvez consigamos provar que não somos o problema, talvez o problema seja o sistema que vivemos. Mas para alterar tudo isso que nos cerca teríamos que começar a mudança por nós mesmos e não vejo este querer. Não vejo a curto ou longo prazo esta mudança. Gostaria de estar errado, mas...
Algumas horas se passaram deste o final escrito logo aí em cima. Neste meio tempo surgiu Chê. Um cachorro especial. Ele começou a me mostrar que há solução. Hoje caminhando com ele de manhã, muita coisa se esclareceu. Chê só quer comer o seu osso, viver a vida que se mostra para ele. O Chê surgiu aqui em casa para simplesmente provar que a vida é muito especial, mesmo quando a vivemos os dias normais de uma vida.
Trilha Sonora:
Pretty Things - Muse - Arcana
Los Tangueros Bajofondo - TangoClub - Bajofondo TangoClub
Sossity, You're A Woman - Jethro Tull - Benefit
Perfect Lover - Kansas - The Best Of Kansas
Carmina Burana - 15. In Taberna, Olim Lacus Colueram - Zubin Mehta - London Philharmonic Orchestra Carmina Burana
Prece Cósmica - Secos & Molhados - Coletânea
Steel Monkey - Jethro Tull - Crest of a Knave [2005 remaster]
Primavera - Soda Stereo - Dynamo
The Prettiest Thing - Norah Jones - Feels Like Home
Tell It All - Pat Metheny Group - First Circle
Las Palabras De Amor (The Words Of Love) - Queen - Greatest Hits III
Stockholm Syndrome (Live) - Muse - Haarp (Live At Wembley)
Desert Of Our Love - U2 - The Joshua Tree (Bonus Audio CD)
Crowd Chant - Joe Satriani - Live In Paris: I Just Wanna Rock (CD2)
When The Whip Comes Down - The Rolling Stones - Live Licks
Nothing Achieving - The Police - Message in a Box
Bathtub - The MDH Band - The Million Dollar Hotel
Reescrevi várias vezes as frases iniciais, apaguei outras tantas. Não entendo porque quero tanto escrever. Me revelar nestas linhas. Quem as lê percebe quem sou eu, mesmo que não me conheça, aos poucos começa a entender este cara que se esconde por de trás destas linhas sem sentido.
Mas na verdade quem somos nós? Por que mantemos as rotinas de todos os dias? Por que entramos na loucura imposta por esta sociedade que nos cerca? Na verdade nos entregamos a "eles" desde que nascemos. Quando somos batizados começamos a perder o controle de nossas vidas. É bem verdade que nesta primeira entrega não temos nenhuma interferência, quem a faz são nossos pais, reproduzindo o comportamento de seus pais. Depois é uma sucessão interminável de entregas. Nos entregamos no colégio, fazemos crisma, festa de quinze anos e vamos cada vez mais reafirmando aquela entrega inicial.
Quando nos damos conta, já estamos empregados, temos vários financiamentos, filhos, responsabilidades, um enorme molho de chaves. Enfim, não é mais possível dizer "adeus". Fazemos parte de alguma engrenagem deste enorme moedor de carnes.
Estes dias uma leitora do blog me disse que não tenho coragem de me revelar, afirmou peremptoriamente que tangencio o que na verdade quero escrever. Não é uma verdade absoluta, mas também não é uma inverdade. Por vezes ao escrever eu mesmo me julgo e condeno. Ou seja, não me permito enfrentar alguns temas que estão dentro de mim. Já estou triturado por este moedor de carnes Talvez por não querer mostrar um lado meio descrente em tudo que me cerca. Talvez com receio de ser tachado de incrédulo ou pessimista. Mas a verdade é que não acredito em nada produzido por esta sociedade que me cerca. Não acredito neste consumismo desenfreado, não acredito na máxima de quem quer alcança. Não acredito no próximo, não acredito que temos um futuro promissor pela frente. Mas ao mesmo tempo não me sinto um desiludido com o mundo. Acho que somos assim e pronto. É possível mudar? Talvez sim, talvez não. Se quiséssemos poderíamos mudar. Mas não queremos. Nos acomodamos nesta vida escolhida por uma sociedade fracassada. Sim, somos uma sociedade fracassada. Não adianta nos enganar. Convivemos com a fome, violência, insegurança, analfabetismo, doenças endêmicas que poderiam se erradicadas, preconceitos de todas matizes, enfim, vivemos cercados por tudo que não deveríamos suportar. Construímos cercas, muros, guaridas, mas esquecemos de apertar a mão do nosso vizinho e perguntar se ele está bem. Fechamos as janelas de nossos carros com medo de alguém pedir alguma coisa para nós. Tentamos de todas as formas nos isolar dos nossos semelhantes. Olhamos para o outro lado quando uma pessoa mal vestida se dirige a nós. Você pode dizer "Eu não faço isso", "Eu faço a minha parte, ajudo determinada entidade". É apenas mais uma forma de limpar sua barra. Vivemos tangenciando o problema.
O problema é o ser humano. Nós somos o problema. Eu, você, sim eu e você. Não somos seres especiais, pelo contrário, somos o que de pior surgiu neste mundo. Nós somos os causadores de todos os males que assolam este mundo. Pense um pouco. Fomos capazes de construir uma bomba atômica e ainda as detonamos em duas cidades. E não para por aí. Nós colocamos nossos semelhantes em campos de concentração, exploramos nossos semelhantes até a morte. Enviamos pessoas como nós para lugares onde a vida é absolutamente impossível de ser vivida. Nós invadimos países para levar a "democracia". Nós torturamos, maltratamos, deixamos nossos semelhantes na pior condição possível para que eles confessem algo. Sim, este é o ser humano. Este é o ser completo. Este é o ser que está no ápice da evolução. Como entender esta evolução?
Não tem como sermos otimistas ao olhar para a história. Não há como ter esperança quando a solução para alguma crise é acabar com empregos, cortar direitos sociais, acabar com aposentadorias, dizimar com vidas com a desculpa que estamos preparando o futuro para as novas gerações.
A cada nova crise, a cada nova dificuldade, os administradores encontram a solução mágica. E sempre é na mesma direção. Não é estranho que nestes anos todos e com todas as soluções implantadas, continuemos com os mesmos problemas? Talvez o meu pessimismo se justifique. Sou pessimista com estes que estão a nos mostrar o "caminho". Cansei dos mesmos caminhos escolhidos, talvez seja a hora de mostrarmos que queremos ir em outra direção. Talvez consigamos provar que não somos o problema, talvez o problema seja o sistema que vivemos. Mas para alterar tudo isso que nos cerca teríamos que começar a mudança por nós mesmos e não vejo este querer. Não vejo a curto ou longo prazo esta mudança. Gostaria de estar errado, mas...
Algumas horas se passaram deste o final escrito logo aí em cima. Neste meio tempo surgiu Chê. Um cachorro especial. Ele começou a me mostrar que há solução. Hoje caminhando com ele de manhã, muita coisa se esclareceu. Chê só quer comer o seu osso, viver a vida que se mostra para ele. O Chê surgiu aqui em casa para simplesmente provar que a vida é muito especial, mesmo quando a vivemos os dias normais de uma vida.
Trilha Sonora:
Pretty Things - Muse - Arcana
Los Tangueros Bajofondo - TangoClub - Bajofondo TangoClub
Sossity, You're A Woman - Jethro Tull - Benefit
Perfect Lover - Kansas - The Best Of Kansas
Carmina Burana - 15. In Taberna, Olim Lacus Colueram - Zubin Mehta - London Philharmonic Orchestra Carmina Burana
Prece Cósmica - Secos & Molhados - Coletânea
Steel Monkey - Jethro Tull - Crest of a Knave [2005 remaster]
Primavera - Soda Stereo - Dynamo
The Prettiest Thing - Norah Jones - Feels Like Home
Tell It All - Pat Metheny Group - First Circle
Las Palabras De Amor (The Words Of Love) - Queen - Greatest Hits III
Stockholm Syndrome (Live) - Muse - Haarp (Live At Wembley)
Desert Of Our Love - U2 - The Joshua Tree (Bonus Audio CD)
Crowd Chant - Joe Satriani - Live In Paris: I Just Wanna Rock (CD2)
When The Whip Comes Down - The Rolling Stones - Live Licks
Nothing Achieving - The Police - Message in a Box
Bathtub - The MDH Band - The Million Dollar Hotel
Um cachorro faz a diferença nas nossas vidas. Eles são fiéis e simplesmente nos amam. São felizes na nossa companhia e nos deixam leves. Abraço Lis
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