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Mostrando postagens de 2013

"Como fazer sexo"

     O Google a cada ano nos revela as trends, em nosso amado português podemos traduzi-lo como tendências. Ou no português mais nosso ainda são os termos mais pesquisados no ano. É interessante dar uma olhada para vermos como somos fúteis. No Brasil para se ter uma ideia o termo mais pesquisado foi o BBB13. Estamos reduzidos a quase nada. Ou um nada completo.      Mas o que mais me chamou a atenção foi um o tal tópico de "Como fazer". São todas as pesquisas com tem como intenção descobrir como fazer determinada coisa e pasmem está em quarto lugar a pesquisa "como fazer sexo". Não acreditam, então acessem o link:  Trends: Como fazer sexo . Fico imaginando a pessoa "googleando" antes daquela noite (manhã ou tarde) de sexo. "Já sei como fazer, mas quero dar uma recordada, hoje promete e não quero decepcionar". É o fim da várzea.       Eu sei que o google faz parte da nossa vida, não nos vemos sem esta ferramenta dos tempos modernos, mas pesquis

O homem nu

     O mundo muda a cada instante, todos mudamos nestes mesmos instantes. O blogueiro neófito mudou. Por quê? Não sei bem, mas no dia dois de novembro, comecei de novo. Acho que dei uma "resetada" no sistema e estou funcionando, neste momento, no modo segurança. Meus sistemas estão tentando voltar ao normal.       Este blog não é um diário onde exponho meu eu, mas sim um lugar onde exponho o que penso e é fruto de uma necessidade de expressar, muitas vezes, sentimentos sem muito sentido... Não entrarei em detalhes sobre o motivo da "resetada". Mas o mais interessante que não vi nenhuma luz, minha vida não passou diante dos meus olhos, somente sentia dor e num dado momento tive a percepção que era sério e que deveria me manter calmo.       A vida é assim aprendemos da forma mais dura. Seguimos sempre as mesmas estradas, os mesmos caminhos, cometemos os mesmos erros, amamos as mesmas pessoas, algumas vezes amamos outras, voltamos a amar quem sempre amamos... A vida

Seu José

     Eu vejo o mundo passar através de uma porta.      Meu nome é José, todos me chamam de Seu José. Não sei porque me chamam assim. Mas todos os dias ouço: "Bom dia Seu José", "boa tarde Seu José". Nem sei se este "seu" é com 's' minúsculo ou maiúsculo.      Sempre respondo com um sorriso, às vezes não digo nada, somente mostro um pouco os dentes.      Nunca troco mais do que 10 palavras com as pessoas que passam pela porta. Por vezes tenho vontade de conversar mais, mas todos estão com pressa, sempre estão atrasados. Não entendo porque ninguém tem tempo para nada. Minha vida se resume a uma porta aberta, às vezes fechada (quando está muito frio). Passo dias e dias olhando a vida passar e eu sempre em frente a esta porta que mostra tão pouco do mundo. Não posso tirar os olhos da porta.      Outro dia o pequeno pedaço de mundo que olho ficou pequeno. Não aguentava mais ficar olhando-o e não poder ir adiante. Minhas certezas, todas, absolutament

Mais uma vez

     Mais uma vez coloquei no lixo os rascunhos.      Mais uma vez recomecei.      Mais uma vez entendi o porquê dos erros.      Mais uma vez fechei a porta.      Mais uma vez parei no meio do caminho.      Mais uma vez e mais uma vez.      Mais uma vez atravessei as mesmas esquinas.      Mais uma vez cruzei com as mesmas pessoas.      Mais uma vez olhei para o lado.      Mais uma vez desejei estar em outro lugar.      Mais uma vez me deixei de lado.      Mais uma vez te deixei de lado.      Mais uma vez quis te sentir.      Mais uma vez te olhei acordar.      Mais uma vez me apaixonei.      Mais uma vez te amei.      Mais uma vez você partiu.      Mais uma vez te vi chegar.      Mais uma vez te perdi.      Mais uma vez te conquistei.      Mais uma vez te beijei pela última vez.      Mais uma vez te beijei pela primeira vez.      Mais uma vez te senti distante.      Mais uma vez.      Mais uma vez me declarei.      Mais uma vez chorei.      Mais uma vez cont

Miséria S.A.

     Inúmeras linhas escritas, teorias formuladas, infindáveis ruas cruzadas e incontáveis e indiferenças observadas. O que mexe comigo é a indiferença à miséria.     Nos encastelamos em bunkers protegidos e vivemos a nossa vida de faz de conta, vivendo o nosso conto de fadas, a nossa história encantada. Por vezes esta história encantada é invadida pela vida real, a dura vida real. Quando isso acontece nos revoltamos, perguntamos onde estão os políticos, questionamos onde está o Estado que não ampara os desvalidos. Gritamos "o que fazem com nossos impostos". Enfim, fingimos uma indignação para expiar uma culpa latente. Passado algum tempo voltamos ao conforto de nossas vidas. Nos trancamos em shoppings, compramos, lutamos para voltarmos ao nosso conto de fadas, mesmo que tudo ao redor esteja desmoronando. A isso chamam de homem civilizado!      Como entender que mantemos uma estação espacial em órbita, com todos os custos estratosféricos desta empreitada e não conseguimo

Rascunhando

    Todos os dias estamos à procura da crônica de nossas vidas. Algo a ser escrito que se prolongue além dos dias. Buscamos o que justifique o acordar diário. Mas o que encontramos? O que se revela a cada acordar? Os dias se repetem, sempre iguais, talvez com algumas discrepâncias, alguns tons diferentes, mas no fundo tudo se repete a cada amanhecer.      A crônica de encontros e desencontros diários pode ser escrita e reescrita, mas por mais que adjetivarmos ou substantivarmos sempre será mesma história, sempre será a mesma crônica. Um olhar para o mesmo, um escrever sobre o mesmo.      Imagino quem escreve diariamente e tem a necessidade de produzir um texto por dia que mantenha a  atenção do leitor. Como encontrar um assunto, como prender a atenção do leitor. E quando o texto estiver terminado e enfim publicado, já tem que pensar no próximo e assim dia após dia. Que drama.      Pensando neste drama me dei conta que o ser humano é muito eficiente em transformar coisas prazerosas n

Sonho

Recebi hoje um e-mail de um amigo virtual. Nos comunicamos por alguns anos somente no mundo virtual, somos uma espécie de produto da "modernidade". Este amigo é um dos leitores deste blog esquecido entre bits. Mas desta vez ele manda uma contribuição para o blog, talvez preocupado com a falta de inspiração deste neófito blogueiro. Gostei Carlos Turma. Por Carlos Turma.      Ontem perdi um sonho.      Mais um entre tantos que sonhei.      Mesmo não entendo o porquê, aquele sonho me marcava. Nas minhas primeiras lembranças ele estava comigo ou eu estava com ele. Sonhos são companheiros de vida. Por vezes os únicos companheiros.      Quando percebi o companheiro de tantos anos deixou a minha vida. Mas o interessante é que não ficou nada, desesperança, tristeza, alegria ou qualquer outro sentimento. Simplesmente saiu sem deixar rastro.      Talvez eu tivesse este sonho somente para continuar minha estrada, como uma muleta para me ajudar a caminhar. Quando não mais prec

O Sonho da Drag

     Vamos fazer o seguinte. Vamos Começar de novo esta conversa. Caso contrário iremos nos matar. Bom dia Carla. Como tu está?      Este teu jogo não me convence. Fala o que tu tem que falar. Desembucha.      Ok. Sem meias palavras vou direto ao ponto. Quero que tu me sustente. Quero que tu banque o meu sonho. Quero ser uma Drag Queem.      Não acredito. O meu amante quer ser Drag Queem. O cara que mantém a minha escrita em dia quer virar mulherzinha.      Não é isso. Quero me apresentar nos palcos da vida.      Mas precisa se transformar em mulher?      Faz parte do show.      Que show?      O que estou criando na minha cabeça.      João, me diz uma coisa. De onde tu tirou esta ideia? Na infância tu brincava de médico ou de bonecas?      Deixa de brincadeiras, foi tu quem me deu esta ideia, Carlinha.      Não me chama de Carlinha que não gosto.      Lembra daquele livro que tu comprou estes dias, a biografia da Carmem Miranda. Comecei a ler o livro e vi um mon

Mais médicos, mais direitos, mais casas, enfim, mais qualidade vida.

     O Brasil de tempos em tempos se revela. Ou melhor, uma parcela de brasileiros revela-se, brasileiros que não aceitam um novo modo de enfrentar problemas, brasileiros que perderam o poder de mandar no Brasil.      Nestes últimos dias estamos diante de uma manifestação do mais puro preconceito travestido de defesa de direitos de trabalhadores explorados. A batalha está no campo do trabalho de médicos no interior do Brasil. Primeiramente, foi oferecido aos médicos brasileiros a oportunidade de trabalharem naquelas regiões esquecidas por nós todos. Isso mesmo, lugares onde não vamos, não conhecemos, não temos interesse em conhecer. Se tivéssemos interesse, o Brasil já teria solucionado o problema de quem nasceu e vive nestes lugares. Interior do interior do Brasil. Onde não há resorts, grandes hotéis  shoppings ou a presença do estado para dar atenção a brasileiros que teimam em lá viver.      Muito bem, o Estado brasileiro (não importando que partido esteja lá) criou o programa Mai

Bandido de Respeito - Parte II

     Continuação do post Bandido de Respeito I      Após aquele encontro inusitado em frente a casa do banqueiro falido, alguns dias se passaram. Mas a vida não parou para o Bandido de Respeito. Afinal, estava em processo de desaposentação e tinha uma reputação para honrar. Entretanto, por mais que tentasse, não saia da sua cabeça aquele encontro com o Delegado João Alberto. O plano de roubo continuava firme, apesar dos incômodos da idade. Estes dias teve que ficar internado por três dias, uma gripe forte quase levou o Bandido de Respeito para o encontro final      Fazia de tudo para esquecer o Delegado João Alberto. Entretanto um fato também p incomodava. O que o delegado bonitão estava fazendo em frente à mansão do banqueiro falido?  Enfim, não dedicaria muito mais tempo para imaginar um porquê. Inegavelmente aquele encontro havia mexido com Bandido de Respeito. Volta e meia voltavam a sua cabeça aquelas insinuações de amasiamento com algum delegado...      O tempo passava e ca

Um certo Argentino

     Estes dias estava dirigindo, não fala nada, mas pensava em alguém. Gosto muito de dirigir e ficar naquele estado de atenção misturada com relaxamento. Minha esposa me olhou e perguntou no que estava pensando. Aquele questionamento me pegou de surpresa. Sim surpresa, pois estava em outros mundos, mesmo que estivesse prestando atenção no trânsito, carro que vem, carro que passa, sinal para entrar ou sair, olhos nos espelhos, enfim, tudo que envolve este ato complexo que é dirigir. Minha reação inicial foi dizer:      - Não estou pensando em nada, apenas atento ao trânsito.      Mas dentro de mim aquela pergunta caiu como uma bomba atômica. Estava pensando e muito. Por incrível que pareça (friso não tenho nenhuma ligação com a igreja Católica), mas estava pensando no Papa Francisco. Quando me dei conta desse fato, não entendi muito bem o porquê. Pensei que aqueles pensamentos era devido a exposição demasiada do Papa na mídia nestes últimos dias de JMJ.       Lá no fundo tinha a pe

Bandido de Respeito - Parte I

     O plano dele era somente fazer um pequeno roubo e voltar à calmaria da aposentadoria.      Apenas mais um roubo, mas como todos os outros sem um pingo de violência. Ainda lembravam dele, volta e meia saia alguma notinha nos jornais lembrando daquele velho ladrão. Por suas ações não violentas do passado recebeu a alcunha "Bandido de Respeito".      Por anos roubou e nunca foi descoberto. Praticava todos os tipos de roubos, mas o que mais gostava era roubar bancos. Planeja minuciosamente as ações. Nos final dos anos 60, quando iniciou a sua carreira vitoriosa de roubos, chegou a atuar em grupos de esquerda para "expropriar" bancos. Infelizmente, para aqueles grupos, Bandido de Respeito não ficou muito tempo com eles, porque tinha que mandar todo o produto para o partido ou para financiar alguma outra operação. Chegou a jantar com um tal de Preto, que tempos depois, Bandido de Respeito, veio a descobrir que era o grande Mariguella, que  estampou a capa de revist

Lembranças

     Li em algum lugar que o começo é o início do fim. Quando iniciamos qualquer coisa é sinal que estamos na estrada do fim. Esta não é uma constatação de desânimo ou qualquer outro sentimento de pesar. É apenas uma constatação talvez juvenil ou quem sabe senil...      Desde quando nascemos começamos a trilhar a estrada do fim, alguns alcançam seu destino mais rapidamente, outros demoram para chegar ao seu destino final.Tudo que vivenciamos é assim.      Nas relações humanas não é diferente. Quando encontramos pessoas interessantes pelo caminho é sinal que em algum momento iremos nos separar delas. Pode demorar, pode ser rápido, mas é certo que iremos deixá-las pelo caminho. O pior são aquelas pessoas que saíram da nossa estrada, mas que teimamos em cruzar por elas. É uma espécie de tortura misturada com a dolorosa lembrança dos nossos erros.      Este início de escrita sem sentido começa a tomar sentido, começo a lembrar de uma passagem da minha adolescência. Num destes invernos

Será?

     E não é que o Brasil começou a incendiar. Pensei que nunca veria algo assim. Tão visceral, tão diferente dos dias de repouso que vivemos por tanto tempo.      Os analistas de coisa nenhuma já formularam suas teses. Os governos correram para fazer qualquer coisa. Todos, sem exceção, ficaram temerosos com tudo que testemunharam.      Mas o que vivenciamos?     Uma parcela da sociedade saiu às ruas para dizer que suas vidas não estavam tão boas quanto as propagandas afirmavam. Concluímos que não vivemos em um comercial de margarina. Vivemos uma realidade por vezes indigesta. Vivemos uma vida complexa. Não quer dizer que vivemos no pior dos mundos, muita coisa mudou. Mas queremos mais. Precisamos de mais. Queremos enfim gozar no final. Queremos viver uma vida padrão FIFA.      Parece tão simples. Por que todos ficaram assustados? Por que correram para dar alguma satisfação? Será que "eles" sabiam que nossas vidas não era tão boa quanto todos propalavam aos quatro cantos

O Brasil finalmente pulsa!

     É tempo de deixar de lado estas divagações sem muito sentido e enfrentar o que deve ser enfrentado. Confesso que é impossível não ser influenciado por tudo que está acontecendo ao nosso redor. É impossível deixar de sentir o fogo queimando ao nosso redor. Tenho a nítida impressão que estamos colocando fogo nas estruturas arcaicas do Brasil. Há dois dias atrás o Congresso Nacional votou a PEC 37. Antes desta movimentação de uma parcela da sociedade era  bem provável que a PEC seria aprovada. Por quê? Apenas e tão somente para defender interesses corporativos.      Muitas propostas em tramitação no Congresso Nacional são corporativas. Em princípio faz parte do jogo político que assim seja. Uma corporação se organiza e pressiona o Legislativo para que aprove alguma lei do seu interesse. Pode ser a classe dos professores, dos portuários, dos magistrados, enfim, qualquer classe social. Repito, é do jogo.      Entretanto, quando estes interesses corporativos batem de frente com int

Às ruas

     Todos reclamam que esta geração é sem causa. Que não lutam pelos seus ideais, que são uns almofadinhas.      Ouvimos esta cantilena por anos. Nos chamam de geração perdida.      Quando a geração perdida resolveu sair da frente dos computadores, quando resolveu deixar de lado o conforto de suas casas e saíram às ruas são tachados, para surpresa de todos, de arruaceiros e de inconsequentes.      Como compatibilizar estes dois discursos?      Como entender estes esquizofrênicos "formadores de opinião"?      Os acontecimentos dos últimos dias me fazem ter a certeza que quem se diz formador de opinião vive em um mundo apartado da realidade. Os jornalões e a grande mídia não se dão conta, mas o trem da história está passando. Quem não conseguir entender os tempos atuais ficará para trás. Este discurso não tem mais espaço no mundo que vivemos. Definitivamente perderam o contato com a vida real. O mundo da diversidade de opiniões não consegue conviver harmonicamente com

O quarto

     - Não sei se vamos comprar este apartamento!      - Mas ainda nem olhamos. Vamos lá para sentir o clima do lugar.      - Tá bom. Clara só te peço que sejamos práticos e não usemos a emoção, pois ficaremos mais ou menos trinta anos pagando se formos financiar. Lembra que temos um método de avaliação.      - Roberto, às vezes te acho muito pragmático. Vamos entrar logo antes que a boneca mude de ideia.      O casal mais estranho do mundo, depois de passar na imobiliária se dirigem ao tal apartamento. O edifício fica em uma rua muito arborizada, onde os raios do sol brigam com as folhas para iluminar a calçada... Clara e Roberto casaram fazia quase quatro anos, estavam procurando o tal apartamento há mais ou menos sete anos. Começaram esta procura no mesmo dia do noivado. Queriam casar somente quando encontrassem o seu ninho. Clara desistiu da ideia quando depois de quatro anos e após visitarem exatos 528 apartamentos. Ela chegou para o Roberto e disse: "Olha, não vou espera