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Mostrando postagens de dezembro, 2011

LedVenture Imagens I

O blogueiro se revela...

Divagações...

      Hoje é uma data feliz. Por volta das 19:00 horas o LedVenture superou os 10.000 acessos. Pena que perdi o momento exato dos 10.000, quando acessei já estava em 10.001. Pode parecer pouco. E para os números gigantescos desta rede mundial é pouco. Mas para este blogueiro neófito é um número expressivo. Não me iludo que sou lido por muitas pessoas, basicamente por amigos. Todos que aqui chegam são de uma forma ou outra meus amigos. Entretanto, 10.000 acessos é para mim algo a ser comemorado. E estando onde estou me sinto completamente feliz. É difícil explicar, é difícil colocar em palavras o que sinto, mas é fácil sentir o que sinto. Então, só me resta agradecer a todos e todas que de uma forma ou outra chegaram até este lugar escondido da net.      Passado este momento de agradecimento quero compartilhar algumas sensações com os leitores do LedVenture. Quem acessa o blog percebe que estou na Terra do Fogo, ou como eles daqui gostam de dizer, estou no Fin del Mundo. Aqui entramo

A chegada ao Fim do Mundo

Viajar é acima de tudo integrar-se com o que te cerca e entregar-se ao caminho. Escrevo isso porque estou indo para o Fim do Mundo. A viagem que eu queria a muito fazer, mas que pouco tempo atrás decidimos fazer. Aliás, faz muito tempo, talvez toda minha vida que penso em ir ao Fim do Mundo. Quando da minha infância ouvi falar deste lugar e deste então me encantei com a possibilidade de ir ao Fim do Mundo. O nome do lugar já mexia com minhas fantasias juvenis e ainda continua exercendo a sua magia. E o dia de realizar mais este sonho chegou. Eu e minha companheira de viagens e vida nos perguntamos o porquê escolhemos ir ao fim do mundo? Desenvolvemos teorias para todos os gostos. Mas na verdade existia este desejo latente e que despertou de forma intensa, sem aviso prévio. Quando é para ser não há possibilidade de fuga. Até outubro não tínhamos escolhido nosso destino. Sabíamos que não queríamos ir para um lugar que já tínhamos ido. Nosso desejo era ir para um lugar diferente e des

O romance de Vicente

“Ao olhar aquele homem caminhando não seria possível adivinhar o quanto ele carrega nos ombros. Não é possível sentir o que ele sente. Aliás, ninguém gostaria de sentir o que ele sente. Digo isso, pois eu fui aquele homem. Estranho eu dizer que fui ele, mas não é difícil entender. Talvez compreender seja impossível. Mas entender é possível. Eu, ou melhor, eu e ele somos o mundo que carregamos. Assim começa a história de hoje. Primeiro tenho que dizer que ainda olho aquele homem que eu fui e ele continua a sua jornada. Eu parei para escrever a história dele, ou melhor, a minha história. Tudo nele sou eu e tudo em mim é ele”. - Vitória! Vem aqui. - Não posso, estou passando as tuas camisas. - Larga isto, é mais importante o que tenho para te mostrar... - Depois não reclama que tu não tem mais camisa para vestir. - Larga e vem cá. Vitória entra no escritório e já espera uma das loucuras do Vicente. Ela o conhece bem, sempre às voltas com o seu romance. Já faz cinco longos an

O dia especial!

     - Só preciso de uma frase para começar o dia!      - Já eu preciso continuar gostando de ti...      - Esta é a nossa diferença, eu preciso de algo escrito para me levantar e continuar vivendo esta história.      - Tu é tão estranho. Às vezes não te reconheço.      - Para que me reconhecer, sou diferente todos os dias. A cada dia tu tem que me conhecer.      - Vou te dizer uma coisa, tu é louco.      - Pode ser, mas ainda preciso de uma frase.      - Começarmos o que? Somos casados e tu queres começar o que?      - O dia, sinto que vivo num preâmbulo.      - Eduardo, estamos casados faz 22 anos e tu acha que ainda estamos no preâmbulo.      - Faz tanto tempo assim que estamos casados?      - Não te faz de bobo. Aliás, tu sabe que dia é hoje?      Eduardo olhou no relógio da cabeceira, já eram 7:40 da manhã de sábado, dia 23 de maio. Não lembrava nada nesta data. Mas se Rachel perguntou deveria ser uma data importante. Tinha que pensar numa desculpa para ga

Onda do mar

     Hoje eu estava caminhado em volta de uma famosa Lagoa. Me dirigia a outra famosa praia. Nos ouvidos, a todo volume, tocavam muitas músicas. Num certo momento tomei consciência que não precisava muito mais do que aquilo que eu tinha naquele momento para ser feliz. A felicidade não é algo constante em nossas vidas, somos invadidos de tempos em tempos por este sentimento que todos definiram como Felicidade. A felicidade é como uma onda do mar invadindo a praia. Vem, remexe em tudo e depois volta para o mar. Às vezes somos praias muito calmas, sem nenhuma onda aparente, em outros momentos nossa praia é invadida por ondas de todos os tamanhos e origens. Esta é a vida de todos nós. É bom que seja assim, é necessário que seja assim.      Num momento da caminhada, vejo um destes ônibus de excursão lotado de pessoas da terceira idade. Ao lançar um olhar mais acurado percebi que estava lotada de velhinhas  (este lance de terceira idade é muito politicamente correto, fica mais bonito e cari

As duas viúvas

     Como eu escrevi no post mais recente, estou de férias, mas recebi este conto interessantíssimo da desconhecida leitora que assina somente Camerata.  Não desconfio quem seja, mas gostei do conto, por isso o publico. Sempre afirmei que estou aberto a  contribuições dos leitores do LedVenture... Obrigado e daqui a pouco irei para o mar, assim como o rio...      João Paulo era um homem respeitável. Digo era, pois faleceu faz pouco tempo. Acima de tudo sempre foi um bom pai de família, responsável, admirado por sua família, amigos e colegas. No velório que acabara de iniciar já falavam em prestar uma homenagem colocando o nome da avenida principal da cidade de João Manoel Itacir de Melo Filho. A família chorava, todos têm alguma lembrança boa do Joma, como era conhecido.      A viúva estava impecável, chorava com dignidade, se é que isso é possível. Toda de preto chorava um choro contido, mas ao mesmo tempo sofrido. Tudo transcorria como qualquer velório. Uma certa algazarra na coz

Montanha Russa

     Hoje é um daqueles dias que necessito escrever, como a água do rio necessita chegar ao mar, eu preciso escrever, preciso extravasar sentimentos. Muito louca esta necessidade.      Não quero ser lido, quero somente escrever. Ou melhor, poucas pessoas quero que tomem contato com o texto de hoje. É um tanto contraditório que mesmo não querendo ser lido, também, quero publicar aqui no LedVenture. Este espaço nasceu como uma forma de brincar com a escrita e é uma paixão relativamente nova em minha vida. As paixões nascem de momentos únicos, momentos que transformam nossas vidas. Estas são as funções das paixões, alterarem os andamentos da vida. Vivo intensamente tudo que me provoca emoções fortes.  As paixões são como o vento que empurram as velas de um barco à deriva, basta um sopro deste vento para nos levar ao destino que queremos. O LedVenture é o vento que me empurra adiante. A função de todas as paixões é, também, nos levar adiante.      LedVenture nasceu de uma brincadeira

O livro da estante

     Ontem reli um trecho de um livro incrível. Germinal de Émile Zola - se alguém tiver interesse em saber mais sobre esta obra, clique no link a seguir: Resumo do livro . Sem motivo aparente peguei o livro na estante e abri ao acaso. Ao sentar e tendo nas mãos aquela obra literária me encontrei com o menino que sem bem me lembro, mais ou menos 25 anos atrás, teve o primeiro contato com o Germinal.      Lembro perfeitamente das loucuras que passavam na cabeça daquele jovem, que ainda não era LedVenture, mas apenas Led . Depois reli aquele livro algumas vezes no decorrer dos anos. E é fácil perceber as diferenças do mundo, dos meus sonhos, das pessoas que amei, dos amigos ou das vitórias e derrotas que experimentei.      No primeiro contato aquela história mexeu profundamente comigo. Eu era um pouco aqueles operários sem futuro. Como eles eu estava sem rumo, ou melhor, rumo eu tinha, mas não havia certeza da chegada.  Imaginava muitas coisas, sonhava outras tantas, mas como aqueles

"Tsunamis e Bunkers"

     Nada, absolutamente nada, é tão estranho quanto a vida. De um momento para o outro tudo à nossa volta e nós mesmos mudamos. Não estou me referindo a mudanças ruins ou boas, mas sim a estas mudanças constantes em nossas vidas.      Sempre sou surpreendido com os acontecimentos diários. Sempre talvez seja um exagero estilístico, mas a verdade é que de tempos em tempos um tsunami nos atinge. E, às vezes, este tsunami é para remexer coisas indevidamente acomodadas. Por motivos infindáveis e inexplicáveis entramos em rotinas sem fim. Entramos em zonas de conforto e lá construímos uma espécie de bunker . Nos isolamos de tudo que possa ameaçar este pequeno mundo à parte. Aqui cabe um pequeno parênteses para explicitar que este texto não é uma generalização, mas sim uma particularidade minha, apesar de usar o plural majestático estou divagando sobre experiências minhas, se outros têm estas mesmas vivências, não sei, posso desconfiar, mas não tenho certeza. Feito este pequeno mas necessá

O encontro marcado

     Um dia acordei e eu não era mais eu. O sofrimento havia, enfim, entrado dentro de mim. Sempre ouvi falar neste sentimento, mas de uma hora para outra fui apresentado a ele.      Não foi fácil me deparar com o sofrimento. Fomos apresentados num velório. Ali, naquela capela  experimentei a dor mais profunda que podemos sentir. Do outro lado daquela sala fria eu sentia que o Sofrimento me testava Há muito tempo ele queria se apresentar a mim, mas eu vivia uma vida completamente apartada dele. Nenhuma preocupação, quase nenhum sobressalto. Mas sempre soube que um dia seríamos apresentados. E este dia chegou. Lá estávamos frente a frente. E qual foi minha reação? Simplesmente chorar...      Chorei como nunca na minha vida, chorei por todos os anos de felicidade, chorei por todos os desvios que me afastaram deste encontro. Mas, por incrível que pareça, sai mais forte, mais determinado, mais preparado para estes encontros da vida. Posso, enfim, dizer que sou um cara maduro.       Lemb

Uma luta de todos nós

     Estes dias estava conversando com um amigo sobre os direitos previstos na Constituição Brasileira.      Pegamos aquele livro verde com o brasão da república e fomos dar uma olhada no artigo 5º da nossa Constituição Cidadã. Todos nós deveríamos ler este artigo, não precisamos ler toda a Constituição, mas este artigo é imprescindível tomarmos contato. Em primeiro lugar não sou um sujeito que acredita em Papai Noel e muito menos no Coelhinho da Páscoa. Feito este esclarecimento, digo que a nossa Constituição não pode ser vista como um documento perfeito e acabado. Há muito o que ser feito para sua efetiva aplicação.      Volto ao artigo 5º e me permito reproduzir  o caput (termos latinos é usual no direito, mas é um porre, seria muito mais eficiente dizer cabeça, mas este é um outro assunto): Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade,

Mais uma crise de relacionamento

     Havia um silêncio naquele quarto. Os dois pouco se olhavam. Não queriam ver a tristeza em olhos que tanto amaram. Não havia mais nada a ser dito, mas nenhum dos dois tinha a coragem de encerrar aquela história repleta de mal entendidos. Cada um num canto a pensar em como chegaram a este ponto de tanto distanciamento.      Lorena não entendia. Otávio entendia alguns pontos.      Combinaram sempre contar seus medos, suas ansiedades, seus erros, enfim, seriam um casal sem segredos. Estavam juntos fazia quase 10 anos. E nunca tinha chegado a este ponto. Uma grande crise no relacionamento. Afinal, havia uma mentira entre eles. Coisa que nunca houve.      Otávio começa a andar pelo quarto, não sabia se confessava. Tinha medo de aumentar ainda mais a crise que estava vivendo. Lorena, não entendia o silêncio de Otávio. Seria tão fácil para ele confessar aquele deslize. Ele era homem. Acontece. Ele tem seus pontos fracos. Como todos os homens. O pai de Lorena era assim, o seu era assim

O fechamento de bibliotecas

    A crise econômica mundial esta fazendo mais vítimas. Agora são bibliotecas públicas inglesas que estão sob ameaça do capital. Link para acessar a notícia vinculada pela Folha de São Paulo:  Moradores de bairro tentam resgatar biblioteca centenária em Londres .      Pode parecer distante. Pode parecer um assunto de pouca relevância, pode parecer distante de você, mas não é. Tudo hoje em dia está interligado.      Com o  recrudescimento da crise capitalista do momento, alguns administradores públicos dentro de suas salas refrigeradas tiveram uma "luminar" ideia: diminuirão o déficit orçamentário fechando as portas de bibliotecas.      Fico impressionado com a desfaçatez de alguns senhores a serviço do Capitalismo. Ora, esta crise que estamos vivenciando na carne foi criada pela ganância de muitos homens do mercado, que ao não se contentar com uma alta lucratividade, buscaram a todo custo uma lucratividade estratosférica. E conseguiram. Por alguns anos viveram aquela fant

A Torre da Igreja

     - O que você quer fazer com tua vida?      - Esta vida que levo não é minha.      - Mas qual vida você leva?      - A vida que escolheram para mim.      - Mas se você a vive é porque gosta.      - Não necessariamente.      - E o que você faz para mudá-la?      - Nada. Absolutamente nada.      - Então tu és um acomodado.      - Com certeza.      - Esta sua passividade me incomoda.      - Por que passividade? Só porque não luto para mudar a vida que me impuseram?      - Exatamente isso. Como tu pode viver uma vida que não é tua? E não tentar tomar as rédeas do que te cerca. Fazer as tuas escolhas. Tomar as tuas decisões.      - Mas espera um pouco. Tu não pode dizer isso. A tua vida é totalmente controlada por outras pessoas. A diferença entre eu e você, é que eu tenho consciência.      Branca ri sem jeito. Fica a olhar para os lados, tentando ultrapassar aquela verdade irrefutável.      - Lucas, talvez você tenha razão, minha vida é sem controle. Ou melhor, eu não te