Uma especial amiga me recomendou um filme, aliás, me emprestou até o DVD, Os Sonhadores. De início gostei do título e o levei para assistir. Ontem, sozinho, enquanto a sopa cozinhava me sentei na sala para assistir o filme. Aí fui surpreendido com uma obra de arte em todos os sentidos.
Quem tiver interesse em saber mais sobre o filme, coloco um link do Wikipédia: http://pt.wikipedia.org/wiki/Os_Sonhadores.
Mas quero escrever sobre os sentimentos que surgiram em mim vendo o filme. Aliás, quando um filme ou qualquer outra expressão de arte nos faz pensar, estamos diante de algo perene e que deixa de ser um produto descartável. Infelizmente temos cada vez mais filmes ou outras formas de arte descartáveis, o que não é o caso de Os Sonhadores.
Como escrevi acima, eu estava sozinho em casa, o dia lá fora era de um nublado profundo, não existia cidade em volta do meu apartamento, me sentia numa ilha em minha própria casa, a cerração estava tão forte que somente se via um manto branco intransponível, o que me permitia entrar na atmosfera do filme que se iniciava. Nos primeiros minutos já senti algo diferente, o ritmo da filmagem era especial, não tinham aqueles cortes rápidos característicos dos filmes norte-americanos. O ritmo era outro. Estava começando a presenciar uma obra de arte...
A história de Mattew, um jovem americano, morando temporariamente em Paris, cinéfilo, uma paixão que o aproxima de duas pessoas simplesmente diferentes e também apaixonados pela sétima arte. O casal de gêmeos - Theo e Isabelle - com um relação muito forte entre si, um amor intenso, puro, mas em alguns momentos possessivo e quase doentio. Então surge Matthew interpretado por Michael Pitt.
O que me encantou no filme é a beleza do amor que surgiu entre eles e como foi retratada esta relação. Neste cenário, há citações magistrais de filmes antigos.
Em meio ao filme eu pensava em como o amor pode mexer com nossa vidas. E como este amor nos retira, por vezes, da realidade. Como em muitos momentos da minha vida o amor havia mexido comigo, como sofri por amor, como fui feliz por amor... em meio ao filme me vi vivendo um amor louco e simplesmente diferente de tudo vivenciado até então. Mas não parava por aí a avalanche de sensações vividas naquela tarde-noite, o DVD seguia distribuindo imagens e sentimentos e eu já não sabia onde estava. Um outro personagem tinha mais coisas para revelar sobre mim.
Theo, interpretado pelo ator Louis Garrel, é um revolucionário teórico, e que não sai desta teoria à prática (a história se passa na França em meados de 1968, no ápice dos protestos estudantis e de trabalhadores, com greves por todo lado e uma repressão forte por parte do Estado). Ele simplesmente ignorava o que passava a sua volta para viver a sua vida, numa contradição evidente entre convicções e ações. Mais uma vez me vi retratado, de uma forma ou de outra sou meio isso, também um contraditório no que se refere aos pensamentos e as ações não praticadas. Penso, penso e penso, mas ponho muito pouco em prática, sou um espécie de revolucionário de playground. Talvez me falte uma causa para lutar, talvez devesse estar no oriente médio e sair para a rua, colocando em prática tudo que prego, mas moro bem longe de lá... talvez se estivesse lá continuasse escrevendo este blog, talvez...
Mas voltando ao filme, o ponto central de Os Sonhadores é o amor e como lidamos com este sentimento. Como encaramos as armadilhas do amor, como lidamos com as conseqüências do amor.
Não queria escrever sobre mim, mas o filme me revelou e quero extravasar este novo eu. Por isso, excepcionalmente, estou me revelando mais do que normalmente faço, pelo menos nos textos procuro ficar mais distante dos meus sentimentos, mas hoje, me permitam, é diferente. O amor é meio louco e sai do normal, eu me sinto sem chão, vendo o filme descobri que sou um cara absolutamente contraditório. Me vejo de um jeito, mas minhas reações e ações revelam que sou completamente diferente de quem acho que sou. É interessante nos desccobrir diferente do que pensamos ser e este filme me mostrou quem sou. Em cada personagem eu me via em certo sentido, mas não sei se conseguiria viver aquele amor louco, aquele ambiente. Não cabe a dúvida, tenho certeza de que não conseguiria viver aquele amor. Mas esta conclusão me mostrou que não tenho que lutar contra os fatos, somos o que somos e ponto final. Acho que já fui mais "louco" do que sou atualmente, a idade e as experiências da vida vão nos ensinando algumas coisas. Uma delas é tentar se entender e não lutar contra os fatos.
Em resumo ao começar o filme eu era um e ao final era completamente diferente. Ou quem sabe eu tenha ficado do mesmo jeito, mas apenas tenha entendido como sou e porque sou... quem quiser ver o filme, dou um conselho, veja sozinho a emoção é diferente. Posso assegurar. Eu por outro lado, irei rever muitas vezes, quero seguir me descobrindo. Por fim, tenho que agradecer a quem me emprestou Os Sonhadores, já sabedora que o filme mexeria comigo, obrigado Camila, do fundo do coração.
Trilha Sonora
I Walk The Line - Johnny Cash - Rolling Stone Magazine's 500 Greatest Songs Of All Time
Are You Going With Me? - Pat Metheny Group - Offramp
Are You Going With Me? - Pat Metheny Group - Travels (Disc 1)
In The Middle Of A Dream - Muse - Arcana
Heroes - David Bowie - Rolling Stone Magazine's 500 Greatest Songs Of All Time
A Horse With No Name - America - A Horse With No Name and Other Hits
O Paraiso - Madredeus - Antologia
No More Keeping My Feet On The Ground - Coldplay - Singles
Orff: Carmina Burana - Fortuna Imperatrix Mundi: Fortune Plango Vulnera Franz Welser-Möst: London Philharmonic Orchestra
Orff: Carmina Burana - Primo Vere: Veris Leta Facies Franz Welser-Möst: London Philharmonic Orchestra
Sangue Latino - Secos & Molhados - Coletânea
O Vira - Secos & Molhados - Coletânea
O Patrão Nosso De Cada Dia - Secos & Molhados - Coletânea
Amor - Secos & Molhados - Coletânea
Quem tiver interesse em saber mais sobre o filme, coloco um link do Wikipédia: http://pt.wikipedia.org/wiki/Os_Sonhadores.
Mas quero escrever sobre os sentimentos que surgiram em mim vendo o filme. Aliás, quando um filme ou qualquer outra expressão de arte nos faz pensar, estamos diante de algo perene e que deixa de ser um produto descartável. Infelizmente temos cada vez mais filmes ou outras formas de arte descartáveis, o que não é o caso de Os Sonhadores.
Como escrevi acima, eu estava sozinho em casa, o dia lá fora era de um nublado profundo, não existia cidade em volta do meu apartamento, me sentia numa ilha em minha própria casa, a cerração estava tão forte que somente se via um manto branco intransponível, o que me permitia entrar na atmosfera do filme que se iniciava. Nos primeiros minutos já senti algo diferente, o ritmo da filmagem era especial, não tinham aqueles cortes rápidos característicos dos filmes norte-americanos. O ritmo era outro. Estava começando a presenciar uma obra de arte...
A história de Mattew, um jovem americano, morando temporariamente em Paris, cinéfilo, uma paixão que o aproxima de duas pessoas simplesmente diferentes e também apaixonados pela sétima arte. O casal de gêmeos - Theo e Isabelle - com um relação muito forte entre si, um amor intenso, puro, mas em alguns momentos possessivo e quase doentio. Então surge Matthew interpretado por Michael Pitt.
O que me encantou no filme é a beleza do amor que surgiu entre eles e como foi retratada esta relação. Neste cenário, há citações magistrais de filmes antigos.
Em meio ao filme eu pensava em como o amor pode mexer com nossa vidas. E como este amor nos retira, por vezes, da realidade. Como em muitos momentos da minha vida o amor havia mexido comigo, como sofri por amor, como fui feliz por amor... em meio ao filme me vi vivendo um amor louco e simplesmente diferente de tudo vivenciado até então. Mas não parava por aí a avalanche de sensações vividas naquela tarde-noite, o DVD seguia distribuindo imagens e sentimentos e eu já não sabia onde estava. Um outro personagem tinha mais coisas para revelar sobre mim.
Theo, interpretado pelo ator Louis Garrel, é um revolucionário teórico, e que não sai desta teoria à prática (a história se passa na França em meados de 1968, no ápice dos protestos estudantis e de trabalhadores, com greves por todo lado e uma repressão forte por parte do Estado). Ele simplesmente ignorava o que passava a sua volta para viver a sua vida, numa contradição evidente entre convicções e ações. Mais uma vez me vi retratado, de uma forma ou de outra sou meio isso, também um contraditório no que se refere aos pensamentos e as ações não praticadas. Penso, penso e penso, mas ponho muito pouco em prática, sou um espécie de revolucionário de playground. Talvez me falte uma causa para lutar, talvez devesse estar no oriente médio e sair para a rua, colocando em prática tudo que prego, mas moro bem longe de lá... talvez se estivesse lá continuasse escrevendo este blog, talvez...
Mas voltando ao filme, o ponto central de Os Sonhadores é o amor e como lidamos com este sentimento. Como encaramos as armadilhas do amor, como lidamos com as conseqüências do amor.
Não queria escrever sobre mim, mas o filme me revelou e quero extravasar este novo eu. Por isso, excepcionalmente, estou me revelando mais do que normalmente faço, pelo menos nos textos procuro ficar mais distante dos meus sentimentos, mas hoje, me permitam, é diferente. O amor é meio louco e sai do normal, eu me sinto sem chão, vendo o filme descobri que sou um cara absolutamente contraditório. Me vejo de um jeito, mas minhas reações e ações revelam que sou completamente diferente de quem acho que sou. É interessante nos desccobrir diferente do que pensamos ser e este filme me mostrou quem sou. Em cada personagem eu me via em certo sentido, mas não sei se conseguiria viver aquele amor louco, aquele ambiente. Não cabe a dúvida, tenho certeza de que não conseguiria viver aquele amor. Mas esta conclusão me mostrou que não tenho que lutar contra os fatos, somos o que somos e ponto final. Acho que já fui mais "louco" do que sou atualmente, a idade e as experiências da vida vão nos ensinando algumas coisas. Uma delas é tentar se entender e não lutar contra os fatos.
Em resumo ao começar o filme eu era um e ao final era completamente diferente. Ou quem sabe eu tenha ficado do mesmo jeito, mas apenas tenha entendido como sou e porque sou... quem quiser ver o filme, dou um conselho, veja sozinho a emoção é diferente. Posso assegurar. Eu por outro lado, irei rever muitas vezes, quero seguir me descobrindo. Por fim, tenho que agradecer a quem me emprestou Os Sonhadores, já sabedora que o filme mexeria comigo, obrigado Camila, do fundo do coração.
Trilha Sonora
I Walk The Line - Johnny Cash - Rolling Stone Magazine's 500 Greatest Songs Of All Time
Are You Going With Me? - Pat Metheny Group - Offramp
Are You Going With Me? - Pat Metheny Group - Travels (Disc 1)
In The Middle Of A Dream - Muse - Arcana
Heroes - David Bowie - Rolling Stone Magazine's 500 Greatest Songs Of All Time
A Horse With No Name - America - A Horse With No Name and Other Hits
O Paraiso - Madredeus - Antologia
No More Keeping My Feet On The Ground - Coldplay - Singles
Orff: Carmina Burana - Fortuna Imperatrix Mundi: Fortune Plango Vulnera Franz Welser-Möst: London Philharmonic Orchestra
Orff: Carmina Burana - Primo Vere: Veris Leta Facies Franz Welser-Möst: London Philharmonic Orchestra
Sangue Latino - Secos & Molhados - Coletânea
O Vira - Secos & Molhados - Coletânea
O Patrão Nosso De Cada Dia - Secos & Molhados - Coletânea
Amor - Secos & Molhados - Coletânea
lindo post para um lindo filme!
ResponderExcluirCara, acho que tu já faz bastante apenas sendo a pessoa bem humorada e amiga que é.
ResponderExcluirUm dos melhores filmes que já assisti. Com certeza eu viveria um amor assim...
ResponderExcluirAliás, esqueci de dizer que seu post é sensacional, ja compartilhei no Facebook! Valeuu! :)
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