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O ato diário da escrita e um agradecimento

       Por estas coincidências da vida ontem fizemos uma arrumação aqui em casa. Minha esposa adora trocar as coisas de lugar, sempre está experimentando alguma mudança, espero que numa destas mudanças ela não me coloque para fora da casa. Mas voltando ao assunto da mudança, a algum tempo ela já notou o meu envolvimento com o blog, não só ela, mas todos que de alguma forma convivem comigo. Então ela resolveu "criar" um espaço para que eu tivesse tranquilidade ao escrever. E não sei como ela transformou um lugar morto de nossa casa em um lugar para eu escrever, ficou absurdamente legal. Tudo que preciso está ao meu alcance. Mas onde está a coincidência alguém pode perguntar. Explico.
     Ontem um jornalista que respeito muito publicou uma nota com referências elogiosas ao blog. Pode parecer pouco, mas eu me senti surpreso ao ler o que o Prévidi escreveu sobre mim. É estranho, pois entro diariamente no blog dele - previdi.blogspot.com/ - está inclusive nos meus favoritos. Quando me deparei com a nota Outra indicação, juro que não entendi, tive que ler algumas vezes. O Prévidi é profissional da escrita, ganha a vida com esta tarefa nobre, um jornalista das antiga e dos mais qualificados. E quando um profissional deste quilate escreve algo sobre um desconhecido como eu, é gratificante, para dizer o mínimo. Sem falar que não teve nenhum "jaba" ou jogada ensaiada entre ele e eu para citarmos os blogs um do outro, até porque ele sairia perdendo, pois o ledventure tem muiiito menos acessos do que o previdi.blogspot.com. As palavras dele foram porque gostou mesmo do que encontrou e este fato é que é marcante. Ele poderia simplesmente ler e, se fosse o caso, dar uma nota daquelas bem formais. Mas ele foi além. Agradeço ao Prévidi. Uma amiga certa vez me disse que ficou feliz em saber que eu estava escrevendo, e se disse surpreendida pois, segundo ela, tenho uma dificuldade de me expor e ainda por cima mais dificuldade de expor sentimentos. É verdade, a escrita é uma forma de nos desnudarmos a quem nos lê. E no início é muito difícil romper esta barreira, mas depois é um abraço, até parece um campo de nudismo...
    Acabo de lembrar dos meus 17 anos, saindo do segundo grau, o atual ensino médio, um cara sem a mínima ideia do que queria da vida e, ainda por cima, tinha que tomar uma decisão que iria influenciar minha vida por muito tempo, quando não a vida inteira. Fiquei em dúvida entre Direito, Jornalismo, História ou Administração. Tomei uma decisão pragmática (não me perguntem como aos 17 anos tomei uma decisão pragmática) e escolhi o Direito. Talvez se seguisse a emoção decidiria entre jornalismo e História. E gostaria de fazer o tipo de jornalismo que o Prévidi faz, livre de amarras ou de qualquer tutela por parte de quem quer que seja, a única tutela é a própria consciência e a ética que todos nós deveríamos seguir. Não tenho palavras para agradecer a este jornalista que nem conheço pessoalmente, mas só posso dizer muito obrigado.
     Novamente voltando ao dia de ontem, eta que post confuso, ainda persiste a dúvida quanto a coincidência da vida referida na primeira frase deste post. Então, depois de todas as mudanças ocorridas, depois do "surgimento" do meu espaço para escrever, quando sento em frente do computador para, enfim, escrever, resolvo entrar no blog do Prévidi e aí me deparei com o que ele escreveu sobre o blog. Acho que o espaço para a escrita do blog estreiou com o pé direito.
     Como este blog não tem, por vezes, muito sentido. Continuarei o post de hoje, pois quero, como sempre, somente escrever. Eu estava escrevendo sobre sentimentos. Aliás, sentimentos em muitas vezes não cabem nas palavras, estão em outra dimensão que as palavras não alcançam, por mais que tentemos. Somente os gênios conseguem transpor estas dimensões. 
     Estes dias cruzei com um palhaço, sim um palhaço caracterizado como tal, às vezes todos nós somos meio palhaços ou somos tratados com tal por estes governos que nos cercam. Mas o palhaço que encontrei parecia triste, sem muito sentido na sua vida. Olhei bem nos olhos dele e dei um sorriso de criança, aliás me senti uma criança. Tenho certeza que o meu sorriso, mesmo que por breves momento, fez aquele palhaço feliz. Aquele palhaço me fez pensar na criança que ainda vive dentro de mim. Uma criança já meio desiludida com tudo que já viu nesta vida e pela perspectiva que se abre para nós num futuro não muito distante. A vida está cada vez mais difícil de ser vivida, seja para uma criança ou para um adulto. Não quero parecer pessimista, mas é o que sinto, queria sentir diferente mas não dá. Pelo menos para quem tem um mínimo de discernimento não é possível fechar os olhos para o que nos cerca. Ao ver aquele triste palhaço, apesar das suas roupas extravagantes, me fez ficar triste por alguns dias. Torço pela felicidade do palhaço, pois a felicidade dele é a felicidade de todos nós.

Trilha Sonora
Take It Easy - The Eagles - Rock 70´s
Instant Karma! - John Lennon - Rock 70´s
Exit - U2 - The Joshua Tree (2007 Remaster)
Ruby Tuesday - The Rolling Stones - Rolling Stone Magazine's 500 Greatest Songs Of All Time
Heart Of Stone - The Rolling Stones - Singles Collection - The London Years (Disc 1)
The Search - Pat Metheny Group - American Garage
Espaço - Vitor Ramil - Tambong
Pressure Drop - Toots & The Maytals - Rolling Stone Magazine's 500 Greatest Songs Of All Time
A New Machine Part 2 - Pink Floyd - A Momentary Lapse of Reason
One Of My Turns - Pink Floyd - The Wall - Disc I
Um Rambo No Tambo - Tambo do Bando - 20 Mais
New York City Cops - The Strokes - Is This It
Combination Of The Two - Big Brother & The Holding Company - Live At Winterland '68

Comentários

  1. Parabéns pela excelente repercussão do seu blog!! Eu já te disse, e repito, que um dia você vai acabar se tornando um profissional neste assunto!!
    Um abraço, Luciana

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